domingo, dezembro 22, 2024
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BASF, LinkedIn, Natura e Visa preparam pessoas trans para o mercado de trabalho

Um novo programa lançado em colaboração entre os grupos de diversidade das empresas BASF, LinkedIn, Natura e Visa pretende promover a inclusão social de pessoas trans e travestis por meio do trabalho, cultura, saúde e bem-estar. O esforço das empresas, que parte da ideia de que “Somos Mais fortes em conjunto” (SOMA), terá uma grade disciplinar com dez semanas de treinamento e desenvolvimento. Inicialmente, será voltado para apoiar inciativas que beneficiarão mulheres trans e travestis que vivem no Centro de Acolhida Especial Casa Florescer, em São Paulo (SP).

A população trans é o grupo mais afetado pelo preconceito e pela violência relacionadas à identidade de gênero e orientação sexual: a expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos no Brasil, país que mais mata transexuais no mundo há 12 anos consecutivos, segundo o Trans Murder Monitoring. Além disso, 90% dessas mulheres vivem marginalizadas e recorrem ao trabalho informal, incluindo a prostituição, para sobreviver.

As iniciativas do SOMA vão oferecer conteúdos e dinâmicas, em sua maioria virtuais, compartilhados de forma online para facilitar a transmissão do conhecimento e para respeitar o tempo de aprendizado de cada participante. As participantes também receberão apoio para a busca de oportunidades no mercado de trabalho, inclusive com mentorias individuais junto aos grupos de afinidades das companhias. A expectativa é que, ao final da jornada de desenvolvimento, elas tenham todas as ferramentas para planejar suas carreiras e se sintam preparadas para buscar uma colocação profissional de acordo com as áreas de interesse individuais.

Para estruturar essas iniciativas, foram mais de 11 meses de preparação, pesquisa e muita conversa com as moradoras da Casa Florescer, que ajudaram a criar o conteúdo, indicando temas e curiosidades que lhes despertavam interesse. A Startup Wakanda Educação foi convidada a formatar a pedagogia inclusiva, traduzindo os conteúdos para uma linguagem mais conhecida pelas participantes, como, por exemplo, fazendo uso do dialeto Pajubá, muito usado pela comunidade LGBTQIA+.

A jornada de aprendizado foi construída baseada em quatro pilares de conhecimento: Amabilidade (cultura, saúde e autocuidado); Autogestão (introdução à informática, educação financeira, matemática e escrita criativa), Socialização (comunicação eficaz, moda, técnica de vendas, primeiro currículo e primeira entrevista) e Resiliência Emocional (roda da vida, mindfulness, psicologia da felicidade e empoderamento). A BASF contribuiu também com a ferramenta ChatClass, um aplicativo que vai dar suporte para as participantes e viabilizar que o conteúdo seja aprendido de acordo com o tempo de cada uma, respeitando sua individualidade.

No dia 28 de junho houve uma palestra denominada “O despertar”, com Iza Dezon, especialista em tendências, que vai abordar “a economia da emoção”, convidando as participantes a refletir como as emoções ditam as decisões humanas, abraçando a individualidade, autoexpressão e espontaneidade.

“Queremos apoiar essas pessoas a se desenvolverem com autoconhecimento, recebendo ferramentas práticas, despertando um senso de autonomia e pertencimento. E ainda há a possibilidade de envolver nosso ecossistema de parceiros, ampliando o potencial do programa”, afirma Carlos Henrique Almeida, coordenador de experiências do onono (Centro de Experiências Científicas e Digitais da BASF) e o responsável por apresentar a ideia na BASF. “É uma iniciativa extremamente importante, levando em conta a alta vulnerabilidade desse grupo. A diversidade é essencial para a BASF, está entre os nossos princípios desenvolver ações e políticas para fomentar uma cultura inclusiva, uma vez que contribui para a pluralidade de ideias e experiências para a companhia e para a sociedade”, afirma Renata Oki, diretora do negócio de Personal Care para a América do Sul e apoiadora do programa.

“Este programa nasceu da vontade deste grupo de apoiar mulheres trans e travestis nos desafios do dia a dia. O LinkedIn entra com o pilar de trabalho contribuindo com conteúdo de entendimento do mercado corporativo e empreendedor, preparação para entrevistas e processos seletivos em sua totalidade, linguagem corporal, entre outras coisas para ajudá-las a ingressarem no mercado de trabalho que, infelizmente, ainda não reflete a diversidade que temos hoje. É sobre elas e a importância de poder ser quem você é. Estamos muito contentes de fazer parte deste movimento”, afirma Gabriel Joseph, líder do comitê de diversidade do LinkedIn.

Para Milena Buosi, gerente de Diversidade e Inclusão de Natura &Co América Latina, o programa, liderado pelo Natura &Cores, grupo que coordena o pilar LGBTQIA+ da Natura, tem o potencial de resgatar a cidadania e a autoestima de uma população extremamente marginalizada no Brasil ao passo que pode inspirar mais empresas a investir na legitimação dos direitos dessas pessoas e na geração de impacto positivo para a construção de uma sociedade mais inclusiva. “A Natura acredita que a beleza está na liberdade de ser e de amar de cada pessoa. Essa crença está expressa na nossa Política de Valorização da Diversidade, que estabelece ações de sensibilização e de educação para engajar os colaboradores a viver uma cultura de inclusão no dia a dia. São os espaços de diálogo com colaboradoras trans que orientam o desenho dessas jornadas”, diz Milena.

“Aceitação universal para todos, em todos os lugares não é apenas nossa promessa de marca, mas a base da cultura da Visa. Temos muito orgulho de ter colaborado para construir essas iniciativas do zero  e estamos ansiosos com as transformações que podemos promover na vida dessas mulheres. Queremos que elas entendam a importância da educação e do planejamento financeiro”, conta Gustavo Turquia, diretor da Visa do Brasil e um dos líderes do Comitê de Inclusão e Diversidade da empresa.

A artista gráfica Camila Gondo, ficou responsável pela identidade visual do programa, participando de escutas e trazendo a proposta da transformação da natureza em harmonia com as cores da bandeira trans (azul, branco e rosa).  A iniciativa contribui para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas: (5) Igualdade de gênero, (8) Trabalho decente e crescimento econômico e (10) Redução das desigualdades.

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