segunda-feira, novembro 25, 2024
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Estudo da Macfor aponta que mulheres desconhecem o peso do custo da desigualdade

Pink tax ou Taxa Rosa prejudica consumidoras apesar de esforços regulatórios para coibir a prática

Muitas vezes embalados em benefícios específicos para o público feminino, produtos com os mesmos efeitos práticos de um similar destinado a homens chegam às mãos das consumidoras com um custo mais alto. Isso faz parte de uma estratégia, quase invisível, conhecida como “Pink Tax” ou “Taxa Rosa”, que ainda é uma incógnita para a maioria dos consumidores brasileiros.

A estratégia de elevar os preços de produtos e serviços específicos para mulheres é desconhecida para 56% de consumidores brasileiros, de 18 a 44 anos, das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Para 98,3% dos entrevistados, a taxa rosa é mais evidente em produtos e serviços ligados ao setor de Beleza e Perfumaria. Para 89,7%, a indústria de moda tem mais incidência de “Pink Tax”.

O levantamento, elaborado pela Macfor, agência digital, contou com a participação dos consumidores, sendo 68% mulheres. Com relação à faixa etária, a maioria dos participantes tem entre 25 e 34 anos (67,3%). Os dados foram coletados por meio do formulário online e do Datalake Macfor, que compila informações de diversas fontes, como Google, SEMrush, redes sociais, por meio de APIs.

“Muitas vezes não fica claro para as mulheres qual o real benefício dos produtos destinados ao público feminino versus outros produtos. Isso causa um sentimento de frustração”, diz Fabrício Macias, CEO da Macfor. A maioria dos participantes da pesquisa questionou o motivo de haver uma diferenciação no preço cobrado pelos produtos destinados ao público feminino, se o custo de produção é o mesmo. Entre os depoimentos, ressalta Louize Fischer, head de market intelligence da Macfor, houve demandas para excluir a diferenciação de gênero no desenvolvimento de produtos. A demanda é pelo fim da abordagem sexista. “Os consumidores querem acabar com a abordagem sexista. No levantamento, ficou muito explícito que eles querem uma relação com as marcas com mais igualdade e transparência”, completa.

O estudo da Macfor revela não apenas a persistência da desigualdade de gênero, mas também a urgência de abordar este problema de forma mais eficaz. Para Camila Luizzi, gerente de Marketing da RelaxMedic, a prática da Taxa Rosa, que aumenta os custos de produtos específicos para mulheres, vai contra os princípios de ESG (Environmental, Social, and Governance), que defendem a igualdade, a sustentabilidade e a ética nos negócios.

A gerente de Marketing considera alarmante e contraproducente que, em pleno século XXI, ainda estejamos lidando com a “Taxa Rosa”. “Como gestora de uma empresa focada na beleza e no bem-estar, é meu dever promover práticas que respeitem e celebrem as diferenças, eliminando políticas de preços discriminatórias. Precisamos ir além do discurso e efetivar ações concretas que reflitam nosso compromisso com a igualdade de gênero”, afirma.

Se pensarmos que a influência feminina no mercado online é indiscutível e cada vez mais valorizada, a “Taxa Rosa” não apenas impõe um ônus financeiro injusto às mulheres, mas também reforça estereótipos de gênero obsoletos e prejudiciais. Outro estudo realizado ao longo de 2023, com os principais clientes da plataforma da Vurdere (startup que personaliza avaliações e integra uma rede social às plataformas de e-commerce, potencializando o efeito de rede por meio da geolocalização dos usuários) revelou que, de 55 mil avaliações de produtos em diversos segmentos — incluindo esportes, moda e beleza —, 65% foram feitas por mulheres.

Além disso, análises conduzidas pela Inteligência Artificial de análise de conteúdo gerado pelo usuário (UGC) indicaram que as contribuições femininas não só possuem qualidade superior em termos de SEO, como também são mais eficazes em converter visitas em vendas. Essa dinâmica proporciona um benefício significativo para as marcas, que veem o conteúdo feminino como um ativo valioso na personalização avançada oferecida pela nossa IA. “Portanto, é essencial reconhecer e recompensar essas mulheres engajadas, que atuam como verdadeiras embaixadoras das marcas, contribuindo substancialmente para a performance das lojas online”, destaca Daniel Pisano, fundador da Vurdere.

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