Em uma nova edição, o FREE THE WORK Brasil, divulgou sua pesquisa anual para o grupo de diretoras de sua comunidade no Brasil. Ao todo, a pesquisa coletou 45 respostas de diretoras participantes do movimento, que compartilharam seus insights sobre temas relacionados à diversidade dentro das agências e o sentimento geral em torno da equidade de gêneros no Mercado. Os dados apresentados ao longo deste relatório são anedóticos, refletindo as experiências da amostra populacional pesquisada.
O balanço aponta que 91% das pesquisadas são representadas por alguma produtora audiovisual. Em relação à pandemia, mesmo com 2022 já ter sido um ano menos tenso do que os anteriores, 55,6% das respondentes ainda sentiram que seus trabalhos foram prejudicados pelo período e 20% viram um impacto positivo. Apenas 40% dessas profissionais acreditam que houve um aumento do volume de pedidos de orçamento em relação aos anos anteriores.
Nesse quesito, a WMcCann (35,6%) foi a agência que apareceu no ranking entre as que mais orçou produções com mulheres à frente da Direção, seguida pela Publicis (33,3%) em segundo lugar e a Havas Betc e a Gut (ambas 31,1%) empataram no terceiro lugar. Apesar disso, o ranking não se manteve igual quando se observa as agências que efetivamente contrataram mulheres à frente da Direção.
De acordo com as respostas levantadas as agências: Publicis, a Suno e a Gut, empataram em primeiro lugar no trabalho efetivo com as mulheres à frente da Direção, representando 17,8% do total. Na sequência aparecem as agências Africa e a CP+B, ambas com 13,3% de menções. “Analisando os dados de anos anteriores, um dado curioso é que não observamos tantos empates técnicos entre os primeiros colocados. Mais uma vez a Publicis se manteve na liderança, mas dessa vez empatada com outras duas agências, a Suno e a Gut, que até então nunca tinham configurado nas nossas pesquisas. Sabemos que ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Porém, essa última pesquisa demonstra uma diversidade maior nas agências e como o trabalho de equidade de gêneros vem evoluindo dentro do meio publicitário, ainda que a passos lentos. Como uma mulher parte do mercado, espero que esse movimento prospere ainda mais em 2023, somando a força da Plataforma do Aliança Sem Estereótipos da ONU Mulheres, com ações de mentoria e promoção desses talentos femininos. Que possamos ser lembradas durante os 12 meses do ano e não apenas no mês de Março”, compartilha Marianna Souza, presidente da APRO e porta-voz do Free The Work no Brasil.
“A Aliança Sem Estereótipos já vinha trabalhando no movimento de expansão para toda a cadeia produtiva da indústria publicitária, inclusive o mercado audiovisual. Em 2022, já tivemos um grande avanço ao firmar uma parceria com a APRO com metas de ter pelo menos uma diretora na fase de concorrência, ter uma porcentagem progressiva na participação de mulheres nas equipes técnicas, sendo 20% de mulheres na composição da equipe no 1º ano, 30% no segundo ano e 50% do total no quarto ano, além de estimular que as posições de liderança sejam ocupadas por mais mulheres diversas. Agora, damos continuidade a isso ao estreitar a relação com novas ações de mentoria e promoção desses talentos, buscando formas de instrumentalizar anunciantes para contratação de mais mulheres dentro de produções audiovisuais. Acreditamos que, juntos, vamos conseguir gerar oportunidades diversas para as mulheres do mercado audiovisual”, afirma Daniele Godoy, gerente da Aliança Sem Estereótipos no Brasil.
Sobre os segmentos mais produzidos, as categorias mais dirigidas pelas mulheres da pesquisa permaneceram as mesmas de 2021, mudando apenas a ordem. Beauty / Fashion estão em primeiro lugar com 64,4%; Lifestyle em segundo com 37,8%; e documental / testemunhal em terceiro com 31,1%. Porém, vale ressaltar que 84,4% das respondentes afirmaram trabalhar com temáticas diversas, um aumento de 6,4% em comparação com o ano anterior, que ouviu 41 diretoras.
“Apenas 15,6% – número que era de 22% em 2021 – das participantes informaram que dirigiram para assuntos ligados a pautas de diversidade, ativismo e representatividade. Sem sombra de dúvidas, estes temas são importantes, mas ver a queda desse dado nos mostra o quanto o mercado está reconhecendo o talento dessas diretoras e toda a sua versatilidade, o que nos deixa esperançosas de um futuro cada vez melhor para as mulheres do audiovisual. Um futuro e um presente em que elas consigam realizar projetos diversos, que muitas vezes são vistos como ‘masculinos’”, diz Mariana Youssef, embaixadora do FreeTheWork no Brasil.
Para apresentar o balanço anual e comemorar o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, que acontece no dia 21 de março, foi realizado um evento com as diretoras e representantes do FreeTheWork, da APRO e da ONU Mulheres.