O norte-americano Danny Stewart não poderia imaginar como o fato de encontrar um recém-nascido em uma estação de metrô de Nova York – e o circo da mídia que se seguiu – mudaria para sempre ele e seu parceiro, Pete Mercurio. Agora, 25 anos depois, e a tempo para o Dia dos Pais (celebrado neste 15 de junho em diversos países) e também para o Mês do Orgulho LGBT+, a extraordinária jornada do casal para a paternidade foi trazida à vida em ’18 Months’, o curta de animação da organização sem fins lucrativos Second Nurture que celebra todos os caminhos para a família e desafia o estigma da adoção.
O filme se desenrola como uma gravidez metafórica, reimaginando os marcos da gestação como os monumentais obstáculos pessoais, sociais e legais que Stewart e Mercurio enfrentaram para adotar seu filho, Kevin, há quase 25 anos. A animação, feita em stop-motion com cenários meticulosamente criados a partir de páginas reais de livros de gravidez, com bonecos esculpidos à mão, animação 2D e CGI, é embalada pela emocionante música “A Thousand Years”, de Christina Perri, regravada como um dueto emblemático, que cria um fio condutor entre as histórias biológica e adotiva. O filme inclui ainda imagens de notícias da época e fotos de família.
“18 Months’ é mais do que apenas nossa história – é um desafio à maneira como o mundo vê a adoção”, disse Stewart, assistente social e membro da diretoria da Second Nurture. “A jornada de cada família é única”, acrescentou Mercurio, seu marido há 13 anos. “E o amor é o que faz uma família”, completa.
“Como Kevin, todas as crianças merecem lares amorosos e um profundo senso de pertencimento”, disse Susan Silverman, fundadora e diretora executiva da Second Nurture. “Esperamos que o filme inspire mais pessoas a apoiar famílias adotivas e de acolhimento de todas as formas possíveis”.
Criado pela Klick Health, produção pela brasileira Zombie Studio, com trilha sonora da também brasileira Jamute, o filme de seis minutos busca iniciar conversas mais amplas sobre adoção, especialmente para famílias LGBTQ+ que ainda enfrentam percepções ultrapassadas e barreiras legais.
Andrea Bistany, diretora de criação da Klick Health, diz: “A direção de arte em ‘18 Months’ ilustra literalmente como o ideal de família ‘tradicional’ está ultrapassado. Ao rasgar e reaproveitar livros sobre gravidez, como Expectant Motherhood, de Eastman, que datam da década de 1950, estamos transmitindo uma definição mais inclusiva e moderna de família”, explica. Cocriadora do filme, Amy Fortunato acrescenta: “Há uma crença persistente de que as famílias biológicas são as únicas famílias ‘reais’, portanto, quanto mais desafiamos isso, mais capacitamos as famílias a se formarem em todas as suas formas belas e variadas. A história de Pete e Danny é um exemplo incrível de como não existe maneira errada de construir uma família. Esperamos que o filme desencadeie conversas livres de estigma sobre adoção e a necessidade de apoiar famílias adotivas todo o país”.