domingo, dezembro 7, 2025
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Troiano Branding pesquisa pequenos comerciantes

Levantamento, feito em parceria com a Gouvêa Experience, mostra como é a vida dos donos de mercearias e mercadinhos com até 4 checkouts e detecta falta de acesso direto às indústrias e dificuldade em digitalizar o negócio, entre outros desafios

A vida do pequeno comerciante de alimentos não é fácil. Além da jornada de trabalho, que costuma se estender pelos sete dias da semana, os donos de mercearias e mercadinhos pelo país também se veem às voltas com a falta de apoio para cuidar e expandir o negócio. As principais dificuldades enfrentadas por esses empreendedores foram mapeadas em uma pesquisa da Troiano Branding, feita em parceria com a Gouvêa Experience e lançada na quinta-feira (18), durante o Latam Retail Show.

Entre os principais desafios detectados pelo levantamento estão a falta de acesso desses empreendedores às indústrias fornecedoras, a dificuldade em digitalizar o negócio e a falta de preparo formal para planejar a expansão e o treinamento da equipe. Por outro lado, benefícios como autonomia, criação dos filhos, compra de bens e realização de sonhos e viagens estão entre os mais citados como motivações para seguir com o negócio.

“É uma jornada solitária. Eles aprendem, criam seus próprios métodos, muitas vezes sozinhos. Há um pedido latente de apoio, de tecnologia, de algum prestador que desenvolva soluções para eles”, afirma Cecília Troiano, CEO da Troiano Branding.

O levantamento foi a campo no segundo semestre de 2025 e fez entrevistas qualitativas com 120 donos de mercearias e mercadinhos de até quatro check-outs (caixas). Com 12 desses pequenos empresários, a consultoria de marcas aplicou o método ZMET, que busca entender os pensamentos, sentimentos e percepções mais profundos dos empreendedores por meio de metáforas visuais e narrativas.

Entre os principais obstáculos vividos pelos pequenos varejistas de alimentos, a pesquisa destaca:

*       A falta de acesso direto aos fornecedores: apenas 16% dizem comprar direto das indústrias; a maior parte depende de distribuidores de produtos (47%);
*       A dificuldade de acessar meios formais de melhorar o desempenho da equipe: 82% dos entrevistados disseram serem eles os responsáveis pelo treinamento do time;
*       Alta dependência do empreendedor e de sua família para o negócio funcionar: 66% dos pequenos comércios de alimentos têm uma equipe de, no máximo, quatro pessoas
*       Alto desafio para automatizar processos e ganhar eficiência: 61% dos mercadinhos não têm processos automatizados; ainda dependem de lançamentos manuais ou em Excel, por exemplo;
*       Dificuldades para cuidar da parte financeira do negócio (77%), concorrência (60%), negociação com parceiros e fornecedores (57%), controle de processos (35%) e segurança (27%).

‘Corda bamba’

Desenvolvido pela empresa de consultoria Olson Zaltman, o método ZMET consiste em pedir aos entrevistados que escolham imagens que representem suas experiências e emoções em relação ao negócio, permitindo que os pesquisadores identifiquem motivações, valores e desafios que muitas vezes não aparecem em pesquisas tradicionais.

Por meio dessa técnica, a pesquisa revelou que os empreendedores se veem em cenas de corrida, lutas de ringue ou se afogando, símbolos da intensidade e dos desafios diários. Outra metáfora significativa é a corda bamba, que representa o esforço de se equilibrar rumo a um futuro mais estável.

“Eles acreditam nos frutos. Mesmo nessa travessia difícil, há vitória, há flor no caminho”, diz Cecília Troiano. “Ao mesmo tempo, surgiram metáforas de se sentirem presos, sufocados e até ‘jogando a toalha’. É uma vida muito intensa.”

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