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APRO apresenta balanço de 2020

A APRO apresenta um balanço do mercado audiovisual publicitário. A associação reuniu dados de Registro de Obras Publicitárias da ANCINE, somado a informações complementares coletadas por uma pesquisa feita internamente junto às associadas, no intuito de apresentar o retrato da atual situação e impacto desse 1 ano de Pandemia no Mercado.

De acordo com os dados da ANCINE, houve uma queda no volume total de registro de obras publicitárias. Em 2020, o número foi de 38.281 títulos registrados, observa-se assim uma redução de 14% em relação a 2019 (onde foram 44.495 títulos registrados). No cenário nacional, no que tange a participação por Estado, os estados do sul e sudeste mantiveram os maiores números de registros, com São Paulo em primeiro lugar (32%), seguido por Paraná (12%), Santa Catarina (9%), Minas Gerais (7%), Rio Grande do Sul (7%) e Rio de Janeiro (5%). O número de registros em São Paulo e no Rio de Janeiro voltaram para ao patamar de índices apresentados em 2018.

Com relação às modalidades de registro de obras publicitárias, observa-se uma manutenção do volume de registros de obras estrangeiras, ou seja, se mantiveram no mesmo patamar em comparação a 2019. Já com relação às obras brasileiras filmadas no Brasil, os dados apresentaram uma queda de 15% em relação a 2019, o que novamente aponta para uma retração do Mercado em 2020.

Para complementar a análise dos dados da ANCINE, a APRO realizou, entre os meses de janeiro e fevereiro de 2021, um mapeamento do mercado. Participaram da pesquisa 49 produtoras associadas e representantes do time de produção das agências. “Esse trabalho de monitoramento de dados é feito anualmente pelo time da APRO, porém esse ano constatamos que essa análise deveria ser mais profunda não só com base em dados quantitativos, mas também qualitativos. Precisávamos ter um retrato real, baseado em dados, fatos, não apenas das nossas produtoras, mas também do nosso papel como Associação em 2020. Tivemos que nos reinventar nesse último ano e para que possamos evoluir, é fundamental ter clareza sobre o impacto da pandemia na dinâmica do mercado, assim como entender a percepção do mercado em relação às iniciativas lideradas pela APRO”, explica Marianna Souza, presidente executiva da APRO.

Impacto Covid

De acordo com produtoras associadas à APRO, 99% sentiram algum impacto refletido na redução de orçamentos devido à pandemia. Destas, 56% afirmaram ter tido projetos cancelados em função da pandemia e o dado mais triste dessa pesquisa revela que 50% das produtoras tiveram que reduzir o número de funcionários fixos de suas equipes. No entanto, mesmo diante de todas as adversidades, para 77% das produtoras a expectativa é positiva em relação a 2021.

Protocolo de Saúde e Segurança

Em relação à implementação do Protocolo de Saúde e Segurança no Trabalho do Mercado Audiovisual, 96% das produtoras concordam que o documento auxiliou na retomada dos negócios e nas negociações e, por unanimidade, as produtoras avaliaram o protocolo como “bom ou ótimo”.

A mesma percepção é sentida pelas agências. 95% das participantes consideram o documento “ótimo” e reforçam que a aplicação do mesmo ajuda a mitigar os riscos no set. Ainda pelo ponto de vista das agências, 99% se consideram “satisfeitas ou muito satisfeitas” com o desempenho das produtoras na pandemia.

O lado negativo é que apenas 44% das produtoras conseguem repassar os custos relacionados a aplicação do Protocolo para os clientes, sem comprometer a taxa da produtora.

“Desde o início do trabalho de desenvolvimento do Protocolo, nossa maior preocupação era garantir o cumprimento das diretrizes ali colocadas. Tínhamos a clareza de que não adiantava ter um protocolo lindo na teoria, mas inexequível na prática. Foi por esse motivo que construímos uma rede de suporte hoje apoiada por um Laboratório parceiro para testagem da equipe, somado a uma empresa de saúde e segurança no trabalho para nos ajudar na implementação e monitoramento dos sets de filmagem. Me orgulho em dizer que até o momento foram mais de 50 mil testes, desses tivemos 190 casos positivos, apenas 6 casos de internação e nenhum óbito. Além disso, me orgulho em dizer que não tivemos nenhum caso de contágio coletivo o que demonstra a seriedade e o compromisso das nossas produtoras com o cuidado com a saúde e a vida de todos os envolvidos no processo. Tudo isso custa, é lamentável ver que o cuidado com a vida hoje se tornou motivo de barganha em um orçamento para alguns clientes. É preciso reforçar contudo que essa postura não é regra! Muito pelo contrário, muitos clientes também nos procuram para entender os números e saber como apoiar as equipes de produção”, complementa Marianna.

Diante do novo cenário, as principais dificuldades apontadas na pandemia são: achatamento de orçamentos (28%), dificuldade de dividir responsabilidades e riscos (21%), cronogramas apertados (20%) e prazo de pagamento (12%).

A APRO e o mercado

A relação das agências com a associação se mostrou positiva nesse processo. 90% das participantes disseram que trabalham com produtoras associadas à APRO sempre que possível. Para 65% das agências, é relevante uma produtora estar associada à APRO. Entre os diferenciais de produtoras associadas estão: confiabilidade, profissionalismo, comprometimento e segurança.

“O lado positivo da pandemia foi ter nos proporcionado uma maior aproximação com as agências e aqui incluo alguns clientes também. Nos falamos quase diariamente, trocamos informações, dividimos problemas, buscamos juntos entendimentos para os questionamentos. Um lado sempre apoiando o outro. De fato, nos unimos muito durante a pandemia e sinto que estamos mais fortalecidos como mercado. Mais do que um selo de qualidade, hoje a APRO se tornou um lugar de escuta e de troca. Espero que esses aprendizados perdurem e que possamos seguir evoluindo e caminhando juntos para a construção de um mercado mais justo e sustentável para todos”, finaliza Marianna.

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