Daniel Alvez, Neymar, Karol Conká, Robinho, Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, esses foram alguns dos que pude me lembrar rapidamente, que tiveram problemas com suas marcas pessoais. Nos últimos anos, um fenômeno intrigante tem dominado as manchetes de notícias de entretenimento e negócios: um número crescente de celebridades e pessoas de destaque estãoenfrentando problemas significativos com suas marcas pessoais.
Minha intenção aqui não é criticar A ou B, mas explorar algumas das razões por de trás deste fenômeno para que façamos uma reflexão. Nós, profissionais, em nossosambientes de atuação temos tanta relevância quanto as celebridades e essas pessoas de destaque, somos vistos e percebidos muitas vezes como inspiração, referências, solucionadores de problemas e por aí vai, mas será que temos noção disso? Será que paramos para pensar que as atitudes de nossas marcas pessoais impactam e influenciam os outros?
Podemos olhar esse tema por alguns pontos de vista:
1) A Era das Redes Sociais
Uma das principais razões para os problemas enfrentados pelas marcas pessoais das celebridades e pessoas de destaque é a ascensão das redes sociais. Essas plataformas oferecem uma janela sem precedentes para as vidas privadas deles, permitindo que os fãs e o público em geral tenham acesso quase instantâneo a suas atividades, pensamentos e, ocasionalmente, escândalos. Embora a visibilidade possa ser benéfica para a construção da marca, ela também aumenta a pesquisa pública e a velocidade com que as controvérsias se espalham, muitas vezes deixando pouco espaço para controle de danos ou correções e consequentemente uma gestão de crise de marca pessoal bem feita.
A era das redes sociais revolucionou a forma como nos comunicamos, consumimos informações e interagimos com o mundo ao nosso redor. A presença nas redes sociais não é apenas uma extensão do domínio público das celebridades e pessoas de destaque, como já disse, mas uma ferramenta vital na construção e manutenção de suas marcas pessoais, tornando a comunicação mais rápida do que nunca. Para essas pessoas, isso significa que qualquer ação, declaração ou evento pode se tornar viral em questão de minutos, alcançando audiências globais instantaneamente. Esse alcance amplificado pode ser uma faca de dois gumes: enquanto pode ajudar a impulsionar a marca pessoal quando usado positivamente, também pode acelerar a disseminação de controvérsias, amplificação de problemas ou má publicidade.
2) Questões de Autenticidade
Este é um ponto que defendo muito, a autenticidade. Elatornou-se uma moeda valiosa principalmente na era digital. O público procura conexões genuínas e transparência nas figuras públicas que apoia. Quando as celebridades e pessoas de destaque falham em manter uma imagem que reflita sua verdadeira identidade, ou quando são pegos em mentiras ou comportamentos hipócritas, contra a moral e os bons costumes, a confiança do público pode ser rapidamente comprometida. Essa perda de confiança é prejudicial para a marca pessoal, podendo afetar patrocínios, colaborações e oportunidades e até mesmo o futuro da carreira.
Em um mundo cada vez mais saturado de conteúdo e influenciadores, a autenticidade emerge como um valor crucial, diferenciando as marcas pessoais genuínas das superficiais ou fabricadas. A longo prazo, a autenticidade prova ser uma estratégia mais sustentável para a construção da marca pessoal, enquanto tendências vêm e vão, e o público pode se cansar de personas fabricadas, uma marca pessoal construída sobre fundamentos autênticos se adapta e evolui com o tempo. A autenticidade permite que as celebridades e pessoas de destaque se mantenham relevantes e conectadas com seu público, mesmo diante de mudanças na carreira ou na vida pessoal.
3) Falta de Planejamento Estratégico
Aqui para mim se encontra o Santo Graal da gestão da marca pessoal. Prego há mais de 13 anos a importância de se trabalhar uma gestão estratégica de marca pessoal, não estou falando de uma moda, uma tendência, mas de algo que considero ser a moeda de troca de todos, independente se é uma celebridade, uma pessoa de destaque ou um profissional de qualquer área de atuação como você e eu. A construção de uma marca pessoal bem-sucedida requer planejamento estratégico e uma compreensão profunda de vários pontos, tais como: seus valores, diferenciais competitivos, habilidades, público-alvo, possuir um posicionamento claro entre tantos outros itens que compõe essa estratégia. Mas algumas pessoas subestimam a importância dessa etapa de construção e gestão de marca pessoal, esperando que sua fama por si só seja suficiente para garantir o sucesso de seus empreendimentos. Isso pode levar a decisões mal planejadas, investimentos em projetos de baixa qualidade e, eventualmente, ao fracasso da marca.
O que quis trazer para sua reflexão aqui é que muitos profissionais, sejam eles celebridades do esporte, da música, pessoas públicas como políticos, delegados, empresários, executivos C-levels e até mesmo você e eu precisamos compreender que a marca pessoal vai além de você ter ou não visibilidade seja no mundo on ou offline. Independentemente de onde esteja atuando, possuir uma estratégia de gestão de marca pessoal muito bem definida que apresente ao mercado o seu verdadeiro “eu”, faz com que sua marca pessoal seja consistente e coerente, ou seja, aquilo que ela diz que é como marca pessoal ela propaga no seu marketing pessoal. Com isso muito bem estruturado, mesmo em momentos mais delicados de sua marca, será possível sustentá-la e cultivá-la de maneira eficaz no longo prazo.
Eu convido você a pensar mais detalhadamente sobre como anda a gestão da sua marca, pois ainda dá tempo de ajustar a rota, desenvolver uma boa gestão estratégica antes de qualquer contra tempo que possa surgir.
Paulo Moreti, especialista em personal branding, publicitário, coach e autor.
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