Entre os dias 12 e 13 de novembro, acontece a 4a edição do WeAr Brasil, festival focado em unir quem constrói com tecnologia o futuro da moda. Pela primeira vez, o evento sai do espaço acadêmico e ocupa a multimarcas paulistana Cartel 011. “O movimento fashion tech começa a acontecer no Brasil e por isto faremos esta edição em uma loja. A ideia dessa edição é reunir marcas e criadores de moda conectados com os valores atuais e que utilizam tecnologias no processo de produção, no serviço e/ou no produto final”, conta Alexandra Farah, idealizadora e curadora do WeAr.
O WeAr Brasil foi criado em 2015 e na edição de 2018 abre as atividades do primeiro dia (12) com a Masterclass, reunindo pesquisadores e especialistas que mostram como inovações de ponta podem solucionar questões fundamentais da indústria. Comumente associado às criptomoedas, um dos temas é o Blockchain, ferramenta fundamental para dar transparência à cadeia de produção. Maurício Magaldi, líder de blockchain da IBM, vai contar o que é e como funciona essa novíssima tecnologia. Como estudo de caso real e local, o Instituto Alinha lança no festival a sua plataforma, a primeira brasileira que usa blockchain para melhorar as condições de trabalho nas oficinas de costura.
Entre os destaques da Masterclass também está o talk sobre Novos Materiais, com Ricardo Nascimento, pesquisador brasileiro que mora na Holanda e Alfredo Orobio, brasileiro radicado em Londres e nome por trás da plataforma de co-criação Away to Mars. “Desde sempre a moda retira da agricultura, da pecuária e do petróleo as suas matérias primas básicas. Com o aumento da produção de vestuário barato, que cresceu 400% desde os anos 1990, este processo ficou muito pesado para o meio ambiente. Mostrar as soluções trazidas pela biotecnologia é fundamental neste momento”, diz Alexandra.
Como segunda atividade do WeAr 2018, está o pitch de startups que irão mostrar seus produtos, revelar como foram feitos e quais problemas eles resolvem. Veja abaixo, na programação, a lista de startups. No final do primeiro dia, os participantes da Masterclass terão a oportunidade de conversar com os empreendedores, além de provar e testar os itens que já estarão a venda durante o soft opening da Pop-up Moda do Futuro.
No segundo dia (13), o festival volta a inovar ao levar o público para dentro de empresas que já usam tecnologias em seu dia a dia. O Fashion Tech Tour começa pela fabricação de fios na Rhodia, depois vai para o novo centro de distribuição todo automatizado da Riachuelo, no qual é possível conhecer como é a logística de uma grande rede, e termina na Japan House SP, com um tour guiado pela exposição de wearables da moderníssima marca japonesa Anrealage. Na noite do segundo dia, a Pop-Up Moda do Futuro abre para o público com um festa no Cartel011. A loja temporária, uma parceira do WeAr com a Amazon.com.br fica aberta até 25 de novembro. Os produtos podem ser comprados fisicamente no Cartel011 ou através do site da Amazon.
Entre os produtos à venda, estarão uma bolsa produzida no Rio que carrega o celular com energia solar e que será lançada no festival. Outra, de uma empresa mineira, funciona como forninho elétrico móvel e elegante. Na área de nanotecnologia há uma camisa branca resistente a sujeira e odores, e que por isto pode ser lavada com menos frequência, looks com proteção UV e antibacterianos e calcinhas absorventes reutilizáveis. Outra startup que será lançada no WeAr 2018 é a Genyz, que abandona a fita métrica e utiliza um escaner digital para tirar as medidas e construir uma roupa personalizada em 5 dias. Para os fãs de música, uma camiseta estampada traz um código de barras que leva a uma playlist do Spotify.
“Estou muito feliz em fazer parte deste movimento e de unir todo mundo que está estudando e investindo para criação de produtos que refletem o novo momento da nossa indústria”, diz Ale Farah, fundadora do projeto e jornalista de moda que assina a coluna Vogue Tech, na TV Vogue.