O mercado de games ultrapassa a marca de USD$143 bi. É uma indústria maior que Hollywood e tem quase metade de seu público (46%) formado por mulheres, segundo estudo Game Consumer Insights produzido pela Newzoo, empresa líder de inteligência de marketing para mercados globais de games, esportes e mobile. Neste mesmo segmento, estudo da Universidade Estadual de Ohio revela uma realidade alarmante: 100% das mulheres que jogam games por pelo menos 22 horas semanais já sofreram algum tipo de assédio.
A insegurança para gamers parece só aumentar e, em resposta a este cenário, a ONU Mulheres, agência das Nações Unidas para a igualdade de gênero e os direitos humanos das mulheres, sensibilizou-se diante da necessidade de virar o jogo e promover mudanças dentro da indústria de games e anuncia hoje seu apoio ao movimento #MyGameMyName (link).
Desenvolvida pela Africa, a iniciativa desafiou os maiores youtubers de games do Brasil a jogarem uma partida online com um nick/apelido feminino pela primeira vez. Ao passarem por situações de assédio e opressão constantemente vividas pelas jogadoras, os gamers gravaram um vídeo e enviaram um recado para os seus milhões de seguidores: a necessidade urgente de todos promoverem mais respeito e igualdade no mundo virtual.
Com o apoio da ONU Mulheres, o objetivo do movimento agora é que a indústria de games se posicione em defesa das mulheres, mobilize-se para mudar esse cenário e estimule desenvolvedores de conteúdo para a criação de narrativas livres de machismo e racismo. Isso inclui o incentivo à captação de recursos para entidades que atuam no enfretamento da violência contra as mulheres.
“Precisamos concentrar esforços no mundo inteiro para reafirmar os direitos humanos das mulheres. Queremos promover um debate visando uma ampla mobilização social em torno do assédio contra mulheres na internet como um todo – não apenas nos jogos. Buscamos um posicionamento da indústria. Não há desculpas para a inércia. O momento é agora, palavras e ações contra o machismo e outras formas de opressão ecoam em toda parte com a potência de um novo tempo, o tempo de mudar”, explica Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil.
“Para a Africa, a entrada da ONU Mulheres da campanha #MyGameMyName celebra a conquista de uma importante aliada na luta pela garantia de direitos de milhares de mulheres constantemente assediadas quando jogam online”, comenta Sergio Gordilho, copresidente e CCO da Africa. “Ver um assunto tão importante ganhar holofote internacional e apoio da ONU Mulheres é um passo e tanto para o movimento #MyGameMyName. Vamos continuar trabalhando para que a indústria dê um passo a frente e se posicione em defesa das mulheres. Esse é o nosso grande objetivo”, completa Sophie Schonburg, diretora executiva de criação da agência.