quinta-feira, dezembro 19, 2024
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Pesquisas sobre coronavírus nas favelas são destaque na imprensa

O Brasil tem aproximadamente 13,6 milhões de pessoas morando em favelas, que movimentavam R$ 199,8 bilhões de renda própria por ano, antes do surgimento do novo coronavírus (Covid-19). Esta é a parcela da população que deve ser mais impactada pela pandemia, já que não possuem poupança para imprevistos, a renda é baixa para compra de itens básicos (alimentos e produtos de limpeza, por exemplo) e a maioria divide habitações precárias com um grande número de familiares.

O Instituto Locomotiva e o Data Favela sempre estiveram em contato com os moradores de favela, e nesse momento não poderia ser diferente: desenvolvemos uma série de levantamentos a fim de analisar a percepção e comportamento dos moradores das comunidades frente às dificuldades econômicas e sociais enfrentadas durante a pandemia.

Já divulgamos três levantamentos de grande relevância na mídia nacional e internacional. Fomos destaque em revistas, rádios e portais, como Exame, Agência Brasil, CNN, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, BBC Brasil, El País e ABC News. Também fomos tema de reportagens nos principais programas de TV e telejornais do Brasil, como Fantástico, Bom Dia Brasil, SP1, Jornal da Cultura, Jornal da Band, Jornal da Record e SBT Brasil.

Coronavírus nas favelas II

Pesquisa recente aponta que 8 entre cada 10 moradores sofreram queda expressiva na renda. Entre os que moram em comunidades, 55% têm trabalho remunerado e dois terços deles se dizem muito preocupados em perder seus empregos e bicos.

A falta de dinheiro em casa culmina na ausência de alimentos para a família. Prova disso é que 13% têm comida armazenada para menos de dois dias — e mais da metade, para menos de uma semana.

Além de escassa, a qualidade da alimentação piorou para quase 60% dos moradores de periferia. Desses, 80% dos pais dizem ter muito medo de não ter comida para dar aos filhos. Apesar disso, 71% dos moradores das favelas não concordam com o fim do isolamento.

O levantamento ainda revela que, mesmo sem querer, muitos moradores poderão ser obrigados a sair de suas casas atrás de trabalho ou ajuda: 56% dizem que podem ser obrigados a fazê-lo dentro de uma semana.

A pesquisa foi feita com 1.808 pessoas, entre 4 e 5 de abril, e a margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Mães da Favela

Segundo o Data Favela e o Instituto Locomotiva, as favelas do Brasil têm 5,2 milhões de mães. A maior parte delas (73%) não tem nenhuma poupança que permita manter os gastos sem trabalhar por um dia, 84% dizem que a renda já caiu por causa do coronavírus e 76% relatam que os gastos aumentaram desde que os filhos deixaram de ir à escola.

Quanto à alimentação, 92% das mães preveem dificuldades para alimentar os filhos dentro de um mês. De acordo com 34% delas, a escassez de comida já era um problema quando foram entrevistadas.

Nas comunidades, 49% dos lares são liderados por mães que também cuidam dos próprios pais, os quais são foco de preocupação para 85% das entrevistadas.

A pesquisa foi feita com 621 mulheres, entre 26 e 27 de março, e a margem de erro é de 2,9 pontos percentuais.

Coronavírus nas favelas I

Nesta pesquisa, 86% dos moradores de periferia preveem dificuldades para comprar itens básicos se ficarem sem renda por um mês e 72% não possuem poupança para enfrentar a crise sequer por uma semana. Desde o início do isolamento, 7 em cada 10 famílias indicavam diminuição de renda e 79% dos moradores já haviam começado a cortar gastos. No entanto, para 84% das famílias com filhos, os gastos aumentaram desde que as crianças deixaram de ir à escola.

O trabalho é a principal fonte de renda para 71% dos moradores de favelas. Quase metade (47%) trabalha por conta própria (autônomo ou profissional liberal). O índice de pessoas com carteira assinada é de 19% e ainda há 10% de desempregados.

Também houve rápidas mudanças na rotina das famílias devido ao medo da doença: 66% se preocupam com os riscos, 83% estão receosos quanto ao bem-estar dos familiares idosos e, por isso, 97% mudaram o dia a dia para se precaver.

A pesquisa foi feita com 1.142 pessoas, entre 20 e 22 de março, e a margem de erro é de 2,9 pontos percentuais.

O Instituto Locomotiva está monitorando as percepções e atitudes da população frente à Covid-19 de forma contínua, sempre atento a como a população está reagindo à crise e seu impacto para os negócios. Para saber mais, entre em contato.

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