domingo, dezembro 22, 2024
Programa Grandes Nomes da Propaganda no canal Markket
InícioVeículosUma história que aprendemos fora de casa

Uma história que aprendemos fora de casa

Por Rodrigo Kallas, CEO da Kallas Mídia OOH 

A publicidade out of home (OOH) é um verdadeiro sintoma dos nossos tempos, isto é, passa diariamente por transformações, de acordo com inovações tecnológicas que por ventura apareçam, um briefing de um cliente ou a peculiaridade de um público. Foi assim quando os outdoors sofreram restrições em São Paulo, em 2007, com a Lei da Cidade Limpa, e posteriormente com o advento dos painéis digitais nos espaços indoor.

O tempo é um fator determinante para nossa principal matéria-prima: a mídia veiculada em espaços de grande tráfego de pessoas, comunicando mensagens de grandes empresas, instituições e marcas. Muitas vezes, quando passamos por uma avenida e nos deparamos com abrigos de ônibus ou relógios de rua adornados com publicidade, pouco nos questionamos sobre o que há por trás: quantos profissionais envolvidos, o tempo de maturação até aquela peça estar em exibição, a importância desse segmento para a economia e para a zeladoria urbana e – mais do que tudo – não refletimos sobre o quão milenar é o OOH.

Existem, globalmente, marcos históricos que permeiam a nossa indústria, como a origem dos primeiros protótipos de outdoor nos Estados Unidos, em 1830, a formação da Outdoor Advertisement Association of America (OAAA), em 1890, e o boom de formatos no período pós-guerra, iniciado em 1945.

Trazendo o eixo para o nosso mercado, não poderia deixar de citar a criação da Associação Brasileira de Out of Home (ABOOH), em 2008, da qual sou orgulhosamente membro, e demais referências, como a já citada Lei da Cidade Limpa, sancionada pelo então prefeito, Gilberto Kassab, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2007. A capital paulistana, cuja economia pujante é reconhecida em todo o mundo, deixou de ser a metrópole dos outdoors, tendo que se adaptar a uma nova legislação. E aqui, precisamos reforçar: é necessário ter um bom diálogo com as leis e o Poder Público. Sem ambos, não existimos.

Particularmente, tive o privilégio de crescer dentro do universo da publicidade e de ter acompanhado as transformações que o out of home passou no Brasil nas últimas décadas. Foram muitas, não podemos negar. O setor foi de pôsteres estáticos, sem tantos recursos tecnológicos, nos anos 1970, aos painéis digitais em fingers e túneis de led de aeroportos, em 2024.

Sou grato por ser uma testemunha viva e ocular do momento que a mídia out of home vive. Mas engana-se quem pensa que o OOH é um reflexo dos séculos 20 e 21. Há registros de mídia dessa mesma natureza em civilizações ancestrais, como os egípcios, que construíram estruturas feitas de pedra para comunicar leis e tratados. O outdoor mais antigo do mundo, descoberto por cientistas na região do Egito Antigo há 5,2 mil anos, era um hieróglifo de 50 centímetros de altura. A mesma prática pôde ser observada por arqueólogos que estudaram outros povos, como os gregos e os maias.

Os motivos pelos quais essa mídia sempre existiu, ainda que em outros formatos, são simplesmente explicados: seres humanos são tribais e querem se comunicar. Desde a Idade Antiga até os dias atuais em que trabalhamos, convivemos e buscamos entretenimento fora de casa, desejamos publicizar informações e dialogar com outros indivíduos – pois, juntos, compomos uma sociedade. Não importa se vai ser com um hieróglifo ou em um painel digital na Avenida Paulista: precisamos e buscamos dessas trocas, portanto, vivemos out of home.

Artigos relacionados

Novidades