A série “Jazz”, dividida em 12 episódios, explora o surgimento, a evolução e a genialidade do ritmo referenciado em seu próprio título. Trata-se de uma produção da TV americana PBS e foi dirigida pelo cineasta também americano Ken Burns, duas vezes indicado ao Oscar e 15 vezes ao Emmy (duas delas justamente por “Jazz”) — prêmio que venceu por cinco vezes. A produção é uma exclusividade do Curta! no Brasil e também está disponível em streaming através do Curta!On – Clube de Documentários.
Sob o contexto social dos Estados Unidos do fim do século XIX e início do XX — e diversas discussões sobre raça e classe social —, a série reflete sobre dualidades como as existentes entre arte e comércio, individual e comunitário, confluência de culturas e experiência universal. Ao longo dos capítulos, o público também conhece mais sobre a história de grandes lendas do jazz como Louis Armstrong, John Coltrane, Miles Davis, Billie Holiday e Duke Ellington.
Intitulado “Gumbo”, o primeiro episódio começa com uma bela definição do gênero pelo trompetista Wynton Marsalis, um dos muitos entrevistados célebres da produção: “O verdadeiro poder e a inovação do jazz é que um grupo de pessoas pode se reunir e criar arte, improvisada, e podem negociar seus interesses entre si. E essa negociação é a arte”. O episódio mostra as raízes do jazz em Nova Orleans e suas ligações com cânticos religiosos, os spirituals, o blues e o ragtime. A exibição é na Segunda da Música, 2 de janeiro, às 22h50.
O sonho e a luta de Martin Luther King dão o tom de documentário sobre o ativista
Até hoje, Martin Luther King Jr., assassinado em 1968, é um símbolo da luta por direitos civis e pelo combate à desigualdade racial. Sua trajetória, no entanto, foi marcada não só por seus ideais, mas também por uma forte perseguição das autoridades dos Estados Unidos. É o que revela o documentário “Martin Luther King – Um Homem Marcado”, a ser exibido pelo canal Curta!.
Através de depoimentos e imagens de arquivo, o filme mostra como o então diretor do FBI, J. Edgar Hoover, se tornou um grande inimigo de Luther King, empreendendo grandes esforços contra ele, incluindo escutas em hotéis e cartas ameaçadoras. Além de liderar manifestações e boicotes, o ativista — vencedor do prêmio Nobel da Paz, em 1964 — pregava a não-violência e o amor ao próximo, valores eternizados no discurso “Eu tenho um sonho”, proferido durante a Marcha sobre Washington, em 1963. A exibição é na Sexta da Sociedade, 6 de janeiro, às 22h.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 02/01
22h50 – “Jazz” (Série) – Ep.: “Gumbo”
A série começa na década de 1890 em Nova Orleans, onde os sons de bandas marciais, ópera italiana, ritmos caribenhos e shows de menestréis enchem as ruas com uma cultura musical ricamente diversificada. Aqui, músicos afro-americanos criam uma nova música a partir desses ingredientes, misturando síncopes de ragtime com o sentimento comovente do blues. Logo após o início do novo século, as pessoas estão chamando essa nova arte de jazz. Os primeiros músicos do gênero viajam pelo país nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, mas poucas pessoas têm a chance de ouvir essa nova música. Não até 1917, quando um grupo de músicos brancos de Nova Orleans que se autodenomina “Original Dixieland Jazz Band” grava um sucesso inesperado. Os americanos ficam subitamente loucos pelo gênero musical, e a Era do Jazz está prestes a começar. Direção: Ken Burns, Duração: 59 min. Classificação: 10 anos. Horários Alternativos: 07 de janeiro, terça-feira, às 2h; 09 de janeiro, quinta-feira, às 2h05 e às 16h; 10 de janeiro, terça-feira, às 10h.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 03/01
20h – “Matizes do Brasil” (Série) – Episódio: “Tarsila do Amaral”
Tarsila do Amaral, uma das figuras centrais da primeira fase do movimento modernista brasileiro, é o tema deste episódio de “Matizes do Brasil”, que aborda traços marcantes, originalidade e exotização na obra da artista. Diretores: Bianca Lenti. Duração: 26 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 4 de janeiro, quarta-feira, às 0h e às 14h; 5 de janeiro, quinta-feira, às 8h; 7 de janeiro, sábado, às 20h30; 8 de janeiro, domingo, 10h30.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 04/01
23h– “Hitchcock – O Homem Por Trás do Ídolo” (Documentário)
Conhecido como o “mestre do suspense”, o cineasta Alfred Hitchcock tem a vida desvendada, neste documentário do diretor francês Laurent Herbiet, pelo olhar de sua esposa, a roteirista e editora cinematográfica Alma Reville. Alma esteve ao lado do cineasta por mais de 50 anos, não só na intimidade de casa, como também na profissão, sendo peça fundamental para a consolidação de sua obra. Entre luzes e sombras, Alma e Hitchcock se misturam em muitos momentos, gerando uma produção cinematográfica inovadora e que marcaria para sempre a história da sétima arte. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 05 de janeiro, quinta-feira, às 03h e 17h; 06 de janeiro, sexta-feira, às 11h; 07 de janeiro, sábado, às 16h30; 08 de janeiro, domingo, às 21h10.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 05/01
21h – “Zélia – Memórias de Amor” (Documentário)
Aos 32 anos, Zélia Gattai compra sua primeira câmera fotográfica durante seu exílio em Paris e começa a registrar o mundo ao lado do seu companheiro, o escritor Jorge Amado. Aos 63 anos, escreve seu primeiro livro, “Anarquistas, Graças a Deus”. A obra, que conta sua infância em São Paulo no início do século XX, recebe o Prêmio Paulista de Revelação Literária, vende mais de 200 mil exemplares apenas no Brasil, é traduzida para diversos idiomas e adaptada para teatro e televisão. Sem querer pegar carona na fama do marido, Zélia opta por uma maneira particular de contar o que viu e viveu, criando uma literatura de forte cunho memorialístico. Um filme poético que experimenta a relação entre cinema e memória. Direção: Carla Laudari. Duração: 100 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 6 de janeiro, sexta-feira, às 1h e às 15h; 7 de janeiro, sábado, às 13h10; 8 de janeiro, domingo, às 22h10.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 06/01
22h – “Martin Luther King: um homem marcado” (Documentário)
Martin Luther King Jr. impulsionou mudanças nos Estados Unidos em face a uma amarga oposição. Foi um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros no mundo, com um discurso de não-violência e de amor ao próximo. King foi submetido a uma feroz campanha de intimidação pelo FBI de J. Edgar Hoover, tão extrema que gerou suspeitas de envolvimento do governo no assassinato do líder. Diretor: Edward Cotterill. Duração: 60min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 7 de janeiro, sábado, às 02h; 9 de janeiro, segunda-feira, às 2h05 e às 16h; 10 de janeiro, terça-feira, às 10h.
Sábado, 07/01
22h05 – “Nelson Freire” (Documentário)
O documentário acompanha a rotina do pianista mineiro Nelson Freire na intimidade de sua casa e em salas de concerto, desde o primeiro contato com os pianos desses locais até a recepção dos admiradores no camarim. A singularidade do filme está na ausência de depoimentos sobre Nelson. Não há testemunhos de amigos ou parentes, de outros músicos, de críticos e nem de admiradores. A exceção é a renomada pianista argentina Martha Argerich, que manteve com Nelson — morto em 2021 — uma amizade de mais de quatro décadas. Em foco, está a intimidade do artista, que surgiu como menino-prodígio no interior de Minas Gerais e se tornou um dos mais consagrados pianistas clássicos da atualidade. “Nelson Freire” foi filmado no Rio de Janeiro, em São Paulo, na França, na Bélgica e na Rússia, entre maio de 2000 e agosto de 2001. Diretora: João Moreira Salles. Duração: 107 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 8 de janeiro, domingo, às 14h50.
Domingo, 08/01
19h40 – “Maria, Não Esqueça que Eu Venho dos Trópicos” (Documentário)
Uma investigação sobre a vida e a arte de Maria Martins (1894-1973), reconhecida como uma das maiores escultoras brasileiras. O filme revela a grandiosidade da obra de Maria e sua ousadia ao tratar da sexualidade a partir da perspectiva feminina, em uma poética transgressora e pioneira. Em paralelo, resgata sua vida como esposa de um importante diplomata e sua ligação com Marcel Duchamp, em uma relação de colaboração mútua entre os dois artistas. Direção: Elisa Gomes, Francisco C. Martins Duração: 80 min. Classificação: 10 anos.