quinta-feira, novembro 21, 2024
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O que a nova série da Netflix tem a ensinar sobre amor?

A nova série lançada pela Netflix, Bebê rena, ou Baby Reindeer, no título original, tem chamado a atenção da internet nos últimos dias, principalmente por ser baseada em uma história real que trata de temas muito complexos, como stalking, abuso de substâncias e violência sexual.

No entanto, além de entretenimento, a série também ajuda a pensar melhor o amor, e situações em que outros sentimentos são considerados amor, explica o filósofo, palestrante e escritor Luiz Fellipe de Carvalho.

“A série é protagonizada por Donny, um personagem que é perseguido por uma stalker. Além disso, a série também mostra como ele, de certa forma, gostava dessa atenção. Isso nos ajuda a repensar amor e afeto e como nós os buscamos até de modos esdrúxulos”.

“A situação retratada na série nos faz lembrar da história mitológica de Eros, que representa o amor, mas um tipo de amor que chamo de ‘amor potência’. Eros era filho de Ares, deus da guerra e do impulso, com Afrodite, deusa da beleza. Ou seja, a junção do impulso com a beleza gerou o amor, mas um que tem poder sobre nós. O impulso de amar e ser amado é tão inescapável, que quando não o conseguimos de formas saudáveis, ele nos toma de modos não-saudáveis, como o que aconteceu na série”, explica.

A mitologia é um meio importante de expressão do inconsciente coletivo e da condição humana, por isso, analisar as histórias presentes nessa ‘enciclopédia de mitos’ ajuda a entender mais as questões existenciais dos indivíduos.

“Segundo os mitos, Eros se casou com uma mortal chamada Psiquê, que representa a alma humana. No mito, eles estavam destinados a estar juntos, mas em um dado momento, Psiquê traiu a confiança de Eros, o amor, e teve que realizar trabalhos penosos para retomar o amor de Eros. Isso tudo é uma forma de representar que ao mesmo tempo em que o amor adoece, ele também cura”.

“Por isso, é muito importante ficar atento a esse tipo de situação e tentar entender se o que você chama de amor realmente é amor ou é mais uma necessidade de preencher o espaço que deveria pertencer ao amor”, afirma Luiz Fellipe.

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