A partir de uma parceria com a SuperVia, a magia da arte urbana tomou conta do muro próximo à estação Mangueira/Jamelão com o projeto “Ecos da Mangueira: grafitando tradições femininas”. Realizado pela Associação de Meninas e Mulheres do Morro, uma ONG com 30 anos de história na comunidade, e contando com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Secec), o projeto tem como objetivo reconectar a comunidade com suas raízes culturais e históricas.
A artista Malu Vibe foi a responsável por dar vida à obra, que levou dois meses para ser concluída. A inauguração do mural ocorrerá neste sábado, 03, e contará com a ilustre presença de Silvina Pereira, uma das mulheres representadas na obra, além de familiares das homenageadas e da artista que produziu o painel.
O mural celebra a história e a representatividade de quatro mulheres inspiradoras da Mangueira:
– Alice de Jesus Gomes Coelho (Tia Alice): Conhecida por seu trabalho como atleta, enfermeira e criadora da Vila Olímpica da Mangueira, Tia Alice recebeu vários prêmios por suas contribuições à comunidade, incluindo o Prêmio Claudia. Também foi uma das fundadoras da Mangueira do Amanhã e tema de enredo da escola mirim.
– Jacintha de Oliveira Ferreira (Vó Jacintha): Com seu conhecimento e dedicação, Vó Jacintha instruiu centenas de crianças do Morro da Mangueira, deixando um legado inestimável para o Instituto Hoju, organização não governamental que trabalha com educação e cultura.
– Dolores de Souza Lemos (Tia Dolores): Parteira e membro da velha guarda da Estação Primeira da Mangueira, Tia Dolores era conhecida por sua habilidade culinária, e sua casa era um símbolo de celebração ao samba.
– Silvina Pereira: Atleta de destaque, estabeleceu sete recordes sul-americanos. Foi a primeira brasileira a saltar acima de seis metros no salto em distância e conquistou medalhas nos Jogos Pan-Americanos de 1971 e 1975. Além disso, é uma figura importante na ONG “Meninas e Mulheres” na comunidade da Mangueira.
“Essa homenagem tem um significado todo especial pra mim, porque me ver no muro da estação por onde tanta gente passa e na rua principal da Mangueira, que tem uma movimentação imensa, é algo que me deixa muito envaidecida”, afirma Silvina, a única viva entre as mulheres homenageadas.
“Não é possível falar de cultura e história do Rio sem passar pela ferrovia. E é por isso que estimulamos e temos orgulho de receber trabalhos como este em nossos espaços”, afirma Juliana Barreto, gerente de comunicação e sustentabilidade da SuperVia.