Emissora reúne representantes de sua rede e define projetos para suas afiliadas e regionais.
Aconteceu nesta semana, de 12 a 14 de setembro, o Encontro Rede SBT 2022, no Sofitel Jequitimar, no Guarujá, litoral de São Paulo. Na ocasião, acionistas e representantes das principais emissoras que compõem a rede do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), além dos gestores deste, participam do evento, que é um momento para a discussão de estratégias, troca de experiências e definições dos próximos projetos. No total, 55 acionistas e representantes participam do encontro. Ao todo, o SBT conta com 114 emissoras na rede, sendo 106 afiliadas e 8 regionais, estando presente em 97,5% dos domicílios com tv por via terrestre.
De acordo com o CEO do Grupo Sílvio Santos e do SBT, José Roberto Maciel, não seria possível a emissora estar presente “em praticamente todos os lares brasileiros”, como está, se não possuísse “uma rede tão bem estruturada, tão forte e tão presente em todos os estados, em todos os municípios, levando conteúdo de muita qualidade, sempre respeitando a questão da cultura local, da regionalidade, e passando uma mensagem sobre aquilo que o Brasil tem de melhor”. E complementa: “O brasileiro quer que o conteúdo da televisão tenha relação com as suas necessidades e prioridades e, dessa forma, no Encontro Rede SBT 2022, o objetivo é melhorar a convergência das programações e plataformas e o entendimento sobre qual o desejo do espectador, pois quanto mais alinhados, mais forte será a rede para enfrentar nos novos modelos de mercado e hábitos de consumo dos espectadores”.
Um dos pilares do Sistema Brasileiro de Televisão, reforçou Maciel, é a informação e, em sua visão, ele não teria a força atual se a preocupação editorial variasse entre os integrantes da rede. “O nosso jornalismo sempre primou pela questão da imparcialidade, da pluralidade, de ouvir os dois lados e um princípio que eu gosto muito, que é do pessimismo dispensável. Levamos através do nosso jornalismo, em todas as regiões do Brasil, uma informação relevante, uma informação necessária e, acima de tudo, uma informação isenta. Aquela onde o teu espectador, pela sua consciência, pelos seus valores, pelo seu entendimento, forma a sua opinião. E não uma emissora que tenta impor sua opinião ao espectador”, pontuou.
Em discurso na abertura do evento no Sofitel Jequitimar, Maciel relembrou que, para o SBT existir, é necessário conteúdo relevante e de qualidade e instigou os acionistas, representantes e gestores presentes a manterem uma reflexão constante sobre como otimizar e crescer a produção de conteúdo na TV e em outras plataformas de distribuição, visto que o mundo passa por um processo no qual a distribuição vem cada vez mais se tornando não linear, ou seja, o conteúdo fica disponível onde as pessoas querem e quando elas desejam. Percebe que atualmente, cada componente da rede está buscando uma iniciativa própria para distribuição de conteúdo em outras plataformas, mas é necessário “encontrar uma solução comum e que seja viável para todos e que potencialize a marca”.
Ainda no discurso, ele explicou que estamos hoje na chamada “economia da atenção” onde as pessoas gastam muito mais horas consumindo conteúdo em muitos dispositivos, e que manter a relevância na TV é fundamental, e manter a conversa com o espectador fora dela é essencial. “Não se trata mais de uma coisa ou outra e sim uma coisa e a outra. Estar em presentes em qualquer tela em qualquer momento e com qualidade irá exigir novas competências de produção e gestão de dados para sermos relevantes”. Entre as iniciativas do SBT na produção de conteúdo para as plataformas digitais, citadas por Maciel, estão as verticais TV ZYN, o SBT Games o SBT Sports e o SBT News.
Em outro momento do discurso, ressaltou: “O SBT é aquele que vibra, é aquele que leva alegria, que leva sempre uma mensagem positiva, e é assim que temos de contribuir, via nosso conteúdo e via linha editorial, para ajudar na solução dos principais problemas sociais e econômicos que enfrentamos e lutar por um mercado mais justo e mais ético”.
Renata Abravanel, presidente do conselho do Grupo Silvio Santos, foi a segunda pessoa a discursar. Para ela, “as mídias são complementares e nos ajudam a amplificar e aprofundar nossa relação com a nossa audiência. Assim como nas artes, cada mídia tem um papel e uma finalidade dependendo do nosso objetivo”.
De acordo com ela, os participantes do encontro estiveram nele para discobrirem as novas oportunidades proporcionadas pela distribuição não linear de conteúdo. Ela acrescentou que o SBT não quer ter todo o tempo dos espectadores, “até porque a vida não é só estar na frente de uma tela”, mas deseja “ter tempo de qualidade”, isto é, no momento em que o espectador lhe der atenção, inspirá-lo para transformar.
Em entrevista ao SBT News, Renata declarou que as parcerias entre as emissoras da rede do SBT são “essenciais” para este, porque é a forma como se consegue alcançar quase 100% do território nacional. “Isso para nós é a nossa vida. A gente quer cada vez mais estar presente e ter uma presença relevante em todas as regiões do país, na sua diversidade, na sua pluralidade, nas suas multiculturas”, completou.
Conforme a presidente do conselho do Grupo Silvio Santos, todos os componentes da rede estão receptivos para novas tecnologias, novas linguagens e novos negócios. “Alguns mais, outros menos, isso é normal, toda mudança, toda disrupção gera uma certa ansiedade, mas eu acho que isso virou parte da nossa vida, ainda mais no pós-pandemia, a gente teve que aprender a se adaptar, a se reinventar, a inovar, a fazer também novas parcerias, pensar outros modelos de negócios, outros formatos de conteúdo, outras formas de produzir, então eu acho que constantes mudanças viraram parte do cotidiano”, acrescentou.
Já o diretor artístico do SBT, Fernando Pelégio, pontuou que o evento com os integrantes da rede é válido porque os gestores do Sistema Brasileiro de Televisão querem aprender com eles e mostrar a eles quais as diretrizes da empresa, para qual cenário ela está seguindo, o que está fazendo e o que esperar do futuro. “Estamos contruindo esse relacionamento com mais de 100 emissoras que formam o SBT há 40 anos. Queremos não só manter, mas melhorar esse relacionamento, e isso passa por encontro como esses”, declarou. Os acionistas e representantes, disse, “sabem o que está acontecendo em cada estado, cada cidade que eles representam, e falam para os gestores do SBT”. “Então a gente veio mais aprender do que falar. A gente quer saber quais são as aspirações do povo brasileiro”, finaliza.