O novo episódio inédito da série Missões de Vida estreia no canal Cinemax e na HBO GO nesta terça-feira, 2 de junho, às 18h55. No décimo e último programa, Educação sem muros, os personagens são os educadores Êda Luiz e Braz Nogueira (ambos de São Paulo) que transformaram escolas em pontos centrais para comunidades mais humanas e dignas.
Missões de Vida é resultado de uma parceria entre a HBO, a GRIFA FILMES e a NÓS. Criada por Ana Cláudia Streva e Bruno Modolo, que assina o roteiro ao lado de Selma Perez e Paulo Mattos, a série é produzida por Roberto Rios, Eduardo Zaca, Patricia Carvalho e Rafaella Giannini da HBO Latin America Originals, e por Fernando Dias e Mauricio Dias, da GRIFA FILMES, e Ana Cláudia Streva, da NÓS. A direção é de Mauro Martins, Hélcio Alemão Nagamine e Carlos Baliú, com direção geral de Mara Mourão (dos premiados longas Doutores da Alegria e Quem Se Importa).
O educador Braz Nogueira ficou conhecido por transformar o processo de ensino e aprendizagem na Escola Municipal de Ensino Fundamental Campos Salles, em Heliópolis, uma das maiores comunidade da América Latina. Por meio de ações simples, como conversar com os moradores da região, e outras desafiadoras, como a derrubada dos muros, Braz trouxe a comunidade para dentro da instituição de ensino. Ao perceber que os muros, que antes serviam para proteger a escola, estavam afastando as pessoas daquele ambiente, ele mandou tirá-los e criou uma grande praça integrando as áreas. Quando notou que os alunos e professores precisavam mudar a abordagem dos conteúdos, transformou o currículo e mandou derrubar as paredes que dividiam as salas de aula.
Braz Nogueira recorda quando assumiu o cargo de diretor na EMEF Campos Salles em 1995: “Foi meu maior desafio, não conhecia ninguém, mas não podia voltar atrás”. Ao invés de desistir de comandar a escola na comunidade carente, ele adotou a estratégia de aumentar a participação de todos na rotina, envolvendo pais nas decisões, na manutenção e na conservação da instituição. Mais difícil, porém foi romper com a estrutura tradicional do prédio e do currículo. E apesar da resistência inicial, conseguiu derrubar as paredes internas da escola, transformando 12 salas em 4 salões. Agora, os alunos sentam-se em mesas coletivas e estudam por meio de roteiros, nos quais desenvolvem percursos de aprendizagem sobre os mais diferentes campos do conhecimento.
Derrubar paradigmas e implantar conceitos inovadores de inclusão e de educação, também é missão de Êda Luiz que, por 20 anos, foi coordenadora pedagógica do Centro de Integração de Jovens e Adultos (Cieja) em Campo Limpo, na periferia de São Paulo. Durante este período, o local, que se abriu para acolher adultos e crianças que não se encaixavam em outras instituições, foi reconhecida como “Escola de Educação Transformadora para o Século XXI” pela UNESCO (2017). “Nossos alunos já passaram pelo sistema educacional, mas foi negado a eles o direito de aprender”, afirma Êda. “Mas está provado todo mundo aprende”, completa.
Adultos trabalhadores, pessoas de idade, jovens com deficiências ou problemas de aprendizagem reúnem-se no Cieja para aulas que levam em conta suas necessidades. Não há separação dos alunos deficientes: eles participam das turmas regulares, mas têm aulas específicas de libras e braile. Os conteúdos abordam assuntos do interesse deles, como família, comida, esporte, viagens e trabalho. As atividades que promovem a interação social dos estudantes também são estimuladas. No Missões de Vida, Êda lembra seu gosto por desafios. Ela já era professora aposentada quando prestou um concurso para a EJA (Educação de Jovens e Adultos) e foi convidada para coordenar o Cieja, na região carente. “O interesse pela carreira de educadora vem desde criança”, explica.