Por Lucio Medina, head de tecnologia da ALTMRK OOH Group
O recente Congresso Global da World Out of Home Organization (WOO), realizado na Cidade do México, teve um protagonista que me enche de orgulho: o Brasil. Em uma apresentação conjunta da Associação Brasileira de Out of Home (ABOOH), representada por seu presidente Felipe Viante, e da Central de Outdoor, com o diretor de assuntos internacionais Guilherme Meyer, nosso país demonstrou claramente a força e a maturidade do nosso mercado de OOH.
A apresentação brasileira foi, para mim, um verdadeiro excelente road show para o mercado internacional, revelando evolução, impacto e imenso potencial de crescimento. Os dados que compartilhamos são impressionantes e reforçam o que vemos no dia a dia: o OOH no Brasil atinge hoje 89% da população, consolidando-se como um meio de alcance massivo e indispensável nas estratégias de mídia. Em 2024, os investimentos no setor ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão, garantindo ao OOH a merecida posição de terceira maior mídia do país. E, como Head de BI, posso atestar que esse amadurecimento está ligado à nossa crescente capacidade de extrair inteligência dos dados. Como falei algumas vezes para colegas no evento, no Brasil já viramos a página sobre se o OOH consegue entregar dados. É claro que sim. Agora nosso avanço está na automação e padronização desta entrega.
Outro tema forte no Congresso da WOO foi a crescente e inevitável influência da Inteligência Artificial (IA) no OOH. Vejo a IA como o próximo grande salto para o nosso meio. Ela está redefinindo a forma como as campanhas são planejadas, executadas e mensuradas. Algoritmos permitem análises preditivas sobre o comportamento do consumidor, identificando os melhores locais para veiculação de anúncios com base em dados demográficos, padrões de tráfego e até mesmo condições climáticas em tempo real. Além disso, a IA pode otimizar a criação de conteúdo dinâmico, ajustando as mensagens em tempo real para maximizar a relevância para o público presente. Muito em breve veremos telas de DOOH que adaptam seu conteúdo com base no perfil das pessoas que passam por elas, ou campanhas que são automaticamente realocadas para locais com maior tráfego potencial. A IA não apenas aumenta a eficiência operacional, mas também abre portas para uma personalização sem precedentes no OOH,
Um assunto que já há alguns anos domina os palcos é o Programmatic Digital Out of Home (pDOOH). A programática trouxe para o OOH a agilidade e a capacidade de segmentação que já eram características do universo digital. Com o pDOOH, a compra e venda de espaços publicitários em telas digitais de OOH são automatizadas, permitindo que os anunciantes comprem audiência em vez de apenas espaços fixos. Isso significa que as campanhas podem ser ativadas ou desativadas em tempo real, com base em critérios específicos como geolocalização, hora do dia, dados de audiência ou até mesmo eventos específicos. A sinergia entre IA e pDOOH é, na minha visão, incrivelmente poderosa: a IA pode otimizar as estratégias programáticas, identificando os melhores momentos e locais para a veiculação de anúncios, e o pDOOH, por sua vez, facilita a implementação dessas estratégias de forma ágil e escalável. Essa combinação vai transformar o OOH em um meio cada vez mais dinâmico, flexível e, o que é fundamental para nós de BI, mensurável
Eventos como este provam que estamos vivendo um momento único, onde dados e tecnologia se unem para criar um OOH mais inteligente e impactante do que nunca.