A ESPM-Rio lança mais uma edição do curso de Desenvolvimento de Negócios Sociais e Inclusivos. Com a missão de contribuir com a modelagem de negócios que tenham como propósito a solução de problemas socioambientais, este é um curso de extensão que parte de uma sólida discussão teórica sobre os diferentes conceitos e abordagens para os negócios sociais, modelo Yunus, negócios de impacto e inclusivos, bem como os desafios na modelagem de inovações sociais no Brasil. Ministrado pelo Coordenador do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação da ESPM-Rio, Rodrigo Carvalho.
A partir da fundamentação teórica e as discussões com empreendedores, estudos de casos nacionais e internacionais, os participantes são levados à identificação de problemas socioambientais e assim desenvolverem seus projetos durante o curso.
Ao final, os modelos de negócios desenvolvidos são apresentados para uma banca de professores e empreendedores de instituições atuantes no ecossistema dos negócios sociais do Rio de Janeiro, chamada Rio de Impacto.
Nos últimos anos, as mulheres têm batalhado e, juntas, conquistado o lugar de fala. Diversos movimentos feministas se formaram e ganharam voz com a ajuda das redes sociais e, com isso, casos de assédio, de agressões e de abusos foram denunciados no Brasil e no mundo. Matérias foram feitas, mostrando o quanto as mulheres sofrem assédios em seus locais de trabalho e o quanto suas carreiras são prejudicadas e os salários não equiparados aos dos homens. Sem a intenção de tirar o protagonismo feminino que vem sendo conquistado com muita luta, o publicitário Pedro Schneider lançou, em julho de 2017, o projeto MEMOH. O objetivo, segundo ele, é fazer com que os homens compreendam, através de rodas de debates, os seus privilégios e o que pode ser mudado em suas atitudes para tornar a sociedade mais justa entre homens e mulheres.
“Eu tinha vontade de fazer um projeto sobre equidade de gêneros, mas não sabia exatamente o que. Foi através do curso de Desenvolvimento de Negócios Sociais e Inclusivos que obtive as ferramentas necessárias para conseguir estruturar as minhas ideias e viabilizar o projeto”, disse.
De acordo com Pedro Schneider, a ideia é fazer com que os homens pensem sobre as suas atitudes e o quão nocivas elas podem ser para as mulheres.
“O homem branco, heterossexual já é uma figura opressora. A gente não quer que as mulheres se sintam intimidadas. Os movimentos feministas geraram esta inquietação em mim. O projeto, que ainda está no início, é voltado, neste momento, para homens que sintam a mesma inquietação, que se sentem incomodados e querem conversar a respeito, querem mudar e pensar sobre suas atitudes”, explicou.
Através de estudo e de uma metodologia definida, o MEMOH se propõe a ser um espaço de debate exclusivo para homens. Quando o formato ainda estava sendo montado, ele foi apresentado a representantes feministas e da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais,Travestis, Transexuais e Transgêneros) como uma forma de confirmar se não havia erros no discurso e na forma de conduzir o processo. Neste primeiro momento, os encontros acontecem na casa de Pedro Schneider, na Zona Sul do Rio, com a participação de 20 homens por reunião.
“Comecei chamando amigos, que foram indicando outras pessoas. A ideia é sair cada vez mais da minha bolha. Hoje já temos no grupo gays e transexuais. Normalmente eu faço a mediação e vamos debatendo diversos assuntos. Os encontros duram cerca de 02h30. A ideia, mais para frente, é vender o projeto para empresas, que são locais nos quais os assédios ocorrem com frequência, e manter os encontros gratuitos”, explicou Pedro, que já realizou 17 encontros.
O curso está com inscrições abertas no site: www.espm.br/negocios-sociais