sexta-feira, janeiro 3, 2025
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10 tendências do trabalho em 2025

O ano de 2025 será transformador para o mundo do trabalho, pois os avanços na tecnologia continuam a moldar a forma como empresas de todos os portes operam e evoluem. Embora o fim de 2024 tenha presenciado alguns debates na mídia sobre o chamado “retorno ao escritório”, a realidade sobre a rotina das equipes pode ser mais complexa do que algumas manchetes podem sugerir. Para muitas empresas e funcionários em todo o mundo, o trabalho híbrido continua a capacitar milhões de pessoas para que trabalhem como e onde quiserem, sendo que a maioria dos CEOs do segmento corporativo acredita nos benefícios do modelo flexível para o longo prazo.

No próximo ano, cada vez mais organizações voltarão seu foco para o aumento da produtividade e a felicidade de seus funcionários, em vez de se concentrarem no local onde o trabalho é desempenhado. O reconhecimento de que funcionários podem realizar um trabalho de qualidade em diferentes locais, e não apenas nas sedes corporativas localizadas nos centros urbanos, fará com que os resultados e o cumprimento dos objetivos comerciais sejam mais importantes.

O modelo de trabalho híbrido ganhará ainda mais força por outro motivo importante: mais empresas redimensionarão sua área imobiliária tradicional à medida que os contratos de aluguel de longo prazo continuarem a expirar. Isso garante que o trabalho híbrido se torne uma opção estratégica de negócios, minimizando as despesas gerais e oferecendo uma série de benefícios aos funcionários.

Abaixo, o International Workplace Group (IWG), a principal fornecedora mundial de soluções de trabalho híbrido, com marcas como RegusSpaces e HQ, revela as 10 principais tendências que deverão moldar o trabalho global em 2025.

1. Rejeição ao chamado ‘RTO’ (‘retorno ao escritório’ em inglês)

Empresas que continuam esperando que seus funcionários percorram longas distâncias até um escritório central todos os dias correm risco de desencadear uma onda de pedidos de demissão, pois muitos funcionários resistem às exigências de retorno ao escritório.

Pesquisas de mercado já indicaram que 73% dos funcionários de grandes empresas, a exemplo da Amazon, consideraram pedir demissão devido ao chamado “RTO”, enquanto os recrutadores começam a notar as consequências de políticas mais rígidas de trabalho. Uma pesquisa do International Workplace Group, empresa detentora de marcas como Regus, Spaces e HQ, também constatou que dois terços (67%) dos recrutadores observaram um aumento no número de candidatos que preferem deixar as empresas que decidiram retornar à rotina presencial de cinco dias por semana.

No entanto, pesquisas com dados consistentes têm indicado que o trabalho híbrido leva não apenas a uma maior satisfação dos funcionários, mas também a uma maior produtividade. Isso significa que as empresas que adotarem o modelo híbrido e capacitarem seus funcionários a trabalhar quando e onde preferirem se sairão muito melhor do que aquelas que não o fizerem.

2. Os resultados transcenderão as horas

Em 2025 e nos anos seguintes, os empregadores priorizarão cada vez mais os resultados em detrimento do cumprimento do tradicional expediente das 9h às 17h. Com isso, as empresas com visão mais progressista irão capacitar seus funcionários para que possam atingir esses resultados graças ao trabalho híbrido.

O fundador e CEO do International Workplace Group, Mark Dixon, há muito tempo destaca que a produtividade depende de um bom gerenciamento e de indicadores de performance claros, e não da localização. Ele não está sozinho nessa opinião, já que mais de 80% dos executivos de RH também acreditam que o trabalho híbrido aumenta a produtividade, enquanto 75% dos funcionários se sentem mais produtivos e motivados trabalhando sob esse modelo. O professor Nicholas Bloom, acadêmico da Universidade de Stanford, nos EUA, também sugere que o trabalho híbrido resulta em um aumento médio de 3% a 4% na produtividade.

3. Para startups e PMEs em crescimento, haverá uma necessidade contínua de espaços de trabalho profissionais e de qualidade em subúrbios e cidades pequenas

Como o crescimento de pequenas e médias empresas (PMEs) continua após a pandemia, a demanda por espaços de trabalho flexíveis e dimensionáveis deve seguir aumentando em 2025.

Atualmente, as PMEs são responsáveis por cerca de metade do PIB global e por cerca de 40% de todos os empregos. No Brasil, segundo o Sebrae, esse grupo de empresas corresponde a 30% do PIB nacional e a 60% dos empregos gerados no País. Prevê-se que o número de PMEs em todo o mundo quase dobre até 2031 e, com mais de 4.500 espaços de trabalho flexíveis em diversos países, um número crescente de instalações do IWG está localizado em subúrbios e cidades pequenas, com planos para uma expansão ainda mais ampla em 2025.

4. Cidades com trânsito diário para os centros urbanos estão prestes a crescer graças ao trabalho híbrido

O trabalho híbrido está revitalizando as cidades suburbanas e remodelando os cenários econômicos. Municípios considerados cidades-dormitório voltam a expandir à medida que os trabalhadores optam por utilizar espaços de trabalho mais próximos de onde moram, reduzindo a dependência dos deslocamentos diários para os centros urbanos.

Esse impulso deverá crescer ainda mais em 2025, à medida que as pessoas optarem por um equilíbrio mais satisfatório entre trabalho e vida pessoal, renunciando a longos deslocamentos para passaram a usufruir de uma combinação entre casa, espaços de trabalho flexíveis e visitas ocasionais ao escritório.

Nos Estados Unidos, cidades como Westport, no estado de Connecticut, podem ter um aumento de 72% na proporção de trabalhadores qualificados graças ao trabalho local. Pelo mesmo motivo, cidades do Reino Unido que comportam um trânsito diário para os centros urbanos podem registrar um crescimento de até 175% nas próximas duas décadas, injetando vitalidade e um impulso econômico substancial nas comunidades locais.

5. A geração híbrida continuará a mudar a maneira como trabalhamos

Até 2025, a Geração Z representará um terço da força de trabalho, influenciando as normas do local de trabalho com suas habilidades digitais e expectativas por maior flexibilidade.

Como nativos digitais acostumados a trabalhar em qualquer lugar, seja na escola, na faculdade ou na vida pessoal, dois terços dos recém-formados rejeitam a ideia de repetir o mesmo trajeto cinco dias por semana em direção à sede do empregador, valorizando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, assim como uma liderança mais empática em vez das tradicionais estruturas mais rígidas.

As empresas que não se adaptarem à “geração híbrida” e suas preferências por maior flexibilidade, diversidade e autenticidade correm o risco de perder seus talentos que mais se destacam no trabalho.

6. O deslocamento tradicional dificulta a economia de dinheiro

Tanto funcionários quanto empregadores reconhecem cada vez mais os benefícios que trabalhar localmente traz ao gerar economia de tempo e dinheiro, assim como a percepção de que não faz mais sentido o longo deslocamento diário para um escritório em uma área central da cidade.

O IWG, empresa detentora de marcas como Regus, Spaces e HQ, em colaboração com a consultoria Development Economics, descobriu que o trabalho híbrido faz com que mais de três quartos (76%) dos trabalhadores nos EUA economizem de forma significativa em custos de viagem. Esse grupo poderia deixar de gastar até US$ 30,3 mil por ano se trocasse o deslocamento diário para centros urbanos pelo hábito de trabalhar localmente (em um coworking mais perto de casa ou em home office) quatro dias por semana.

Para a Geração Z, que enfrenta inflação e dívidas ao mesmo tempo em que inicia suas carreiras, isso pode significar um alívio financeiro importante. Na região metropolitana de São Paulo, considerando as atuais tarifas comuns de R$ 5 para transporte sobre trilhos (trem e metrô) e ônibus municipal (este com tarifa recém-reajustada para esse valor, válido a partir de janeiro de 2025), a economia seria significativa para um trabalhador de 24 anos que vive na região do ABC e precisa se deslocar de ônibus e metrô para chegar ao trabalho na capital paulista.

Caso essa pessoa pudesse trabalhar em home office ou mais perto de casa (sem necessidade de condução) quatro dias por semana, seria possível economizar até cerca de R$ 145 mil ao longo de 35 anos de trabalho só em deslocamentos. Esse cálculo, feito com o auxílio da ‘Calculadora do Trabalho Híbrido’, lançada recentemente pelo IWG, soma as viagens de ida e volta e não considera eventuais descontos em integrações.

O trabalho híbrido não apenas deixa os trabalhadores mais felizes, saudáveis e produtivos, mas também proporciona uma melhor situação financeira – uma vantagem que muitos pensarão em obter em 2025.

7. O trabalho híbrido está pronto para aumentar a paridade de gênero nas reuniões

À medida que nos aproximamos de 2025, a maré está mudando em favor do avanço das mulheres para cargos de diretoria. Apesar do progresso na igualdade e na diversidade de gênero no ambiente de trabalho, a rotina imposta pelas funções sênior ainda pode ser difícil para muitas mulheres. O trabalho híbrido, que oferece flexibilidade para quem tem que cuidar dos filhos e da família, pode se mostrar inestimável para muitas mulheres, com dois terços relatando que esse modelo de trabalho rendeu oportunidades profissionais que elas não obteriam de outra forma.

Além de cumprir com exigências básicas de equidade e justiça, as empresas têm um incentivo real para aumentar a representação feminina na diretoria executiva. Diversas pesquisas demonstraram que as companhias com mais mulheres em cargos seniores são mais lucrativas e socialmente mais responsáveis.

8. O direito de se desligar ganhará tração

O avanço da tecnologia proporcionou a flexibilidade de trabalhar de forma remota, mas também abriu espaço para uma disponibilidade constante, atenuando as linhas que separam trabalho e vida pessoal. Em resposta, vários países, incluindo França, Grécia e Austrália, já promulgaram leis sobre o “direito de desligar”, visando proteger os horários de folga dos funcionários. No Brasil, embora o uso de aplicativos de mensagens pelos colaboradores fora do expediente ainda não tenha sido regulamentado, a CLT iguala o trabalho remoto ao presencial e atribui pesos iguais ao uso de meios informatizados e aos contatos pessoais e diretos – o que pode beneficiar trabalhadores que preferem evitar interações profissionais além do horário de trabalho.

Essa tendência deve se expandir com o Make Work Pay, uma iniciativa do governo do Reino Unido que propõe uma legislação para promover políticas de trabalho mutuamente benéficas. Já nos EUA também há movimentos em direção a leis semelhantes, com a Califórnia liderando esse esforço. Ao passo que os funcionários valorizam muito o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional proporcionado pelo trabalho híbrido, governos e empresas estão reconhecendo a importância de proteger o tempo de lazer contra as intrusões do trabalho.

9. Trabalho híbrido como um benefício de bem-estar

Até 2025, acordos de trabalho flexível e híbrido deverão se tornar tão cobiçados quanto o benefício do plano de saúde nos pacotes de remuneração.

Pesquisas demonstraram os benefícios significativos que o trabalho híbrido pode ter sobre o bem-estar geral dos funcionários. As melhorias nos níveis de estresse, saúde física, dieta e nutrição estão impactando positivamente a produtividade e a motivação no trabalho. Essa tendência se manifestará de novas maneiras em 2025 – incluindo políticas de trabalho híbrido mais robustas, maior acesso a instalações de condicionamento físico, melhores programas de assistência aos funcionários e dias de folga para saúde mental.

10. Empreendimentos de uso misto transformarão os centros das cidades

Locais dinâmicos de uso misto estão mudando a cara dos distritos comerciais em cidades de todo o mundo. O impacto do trabalho híbrido reduziu o número de pessoas que se deslocam para os centros urbanos e está levando investidores, proprietários e incorporadores a reimaginar os núcleos comerciais das cidades, com uma combinação mais ampla de usos e experiências, além da oferta de espaços para escritórios.

Em Londres, a decisão do HSBC de desocupar a HSBC Tower em Canary Wharf até 2027 e passar a ocupar instalações menores reflete uma mudança permanente para o trabalho flexível, levando à conversão de uma torre de escritórios em um edifício de uso misto. No Brasil, essa integração entre um estilo de vida urbano com espaços de trabalho, residências e instalações de lazer pode ser observada em cidades-modelo como Curitiba, cujo alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com 0,823 ponto, se deve a fatores como mobilidade urbana sustentável e à posição da capital paranaense como polo de inovação e desenvolvimento econômico.

À medida que o local onde se trabalha muda e os funcionários passam a trabalhar cada vez mais perto de suas casas nos subúrbios, as cidades cuja economia foi orientada a atender às necessidades de milhões de funcionários de escritório precisarão evoluir para se tornarem centros de colaboração e entretenimento.

“Nesse novo ano que se inicia, o trabalho híbrido se consolidará não apenas como uma alternativa, mas como uma estratégia fundamental para a sustentabilidade e o crescimento das empresas. A flexibilidade proporcionada por esse modelo é uma resposta direta às novas expectativas dos profissionais e às demandas de um mercado cada vez mais competitivo”, diz Tiago Alves, CEO Brasil do IWG. “Esse cenário em evolução reflete uma mudança cultural em que o foco não está mais no local de trabalho, mas sim na entrega de resultados e no bem-estar das equipes. Seguiremos trabalhando com foco em apoiar essa transição”, complementa o executivo.

“Em 2025, veremos um aumento no tempo e no foco dos líderes empresariais e de RH em melhorar a produtividade, a felicidade e a lealdade de seus funcionários. O trabalho híbrido e seus benefícios de longo alcance entraram de vez na agenda da diretoria, diante de sua proposta clara em favor de um futuro de trabalho sustentável, ágil e resiliente”, afirma Mark Dixon, fundador e CEO do IWG.

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