O setor audiovisual sempre teve lugar de destaque na economia criativa. Segundo dados da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental, divulgados em maio de 2020, correspondia a 1,67% do PIB brasileiro, trazia mais de 20 bilhões de reais para a economia e gerava mais de 300 mil empregos diretos e indiretos. O período mais próspero foi entre 2010 e 2018, quando houve um crescimento de 131% no lançamento de filmes nacionais. No início da pandemia, entretanto, a área foi bem impactada. De acordo com estudo da Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais (APRO) em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), em 2020 houve uma queda de 14% no volume total de registro de obras publicitárias, 56% das produtoras tiveram projetos cancelados e 50% reduziram o número de funcionários.
Com a retomada das filmagens, era preciso garantir um retorno seguro das equipes de publicidade, filmes, minisséries e até realities. Para isso, a APRO contou com a consultoria da Oncare Saúde para implantar novas medidas contra o Covid-19. “Criamos um plano 360º para o setor audiovisual que resultou em índices de contaminação baixíssimos, permitiu a realização de filmes com interações seguras, ajudou na geração de empregos e ainda se tornou referência de confiança médica para os colaboradores e suas famílias”, diz o médico Ricardo Pacheco, Diretor Geral da Oncare Saúde. Marianna Souza, presidente executiva da APRO, afirma que desde o início da pandemia a associação se empenhou em entender como proceder durante os sets, pois haviam produções em curso. “Foi então que estabelecemos um protocolo com testagem contínua, mapeamento das áreas e níveis de restrições”, conta ela. Algumas dessas medidas provavelmente serão modelo para o setor, mesmo quando a pandemia chegar ao fim. “Elas aumentaram a segurança e melhoraram a saúde das equipes. Ao mitigar riscos, também evita-se a interrupção das filmagens e custos altos para as empresas do setor”, afirma Guilherme Sabato, Diretor Comercial, da Oncare Saúde. Desde o início da pandemia, a empresa fez a gestão de risco em 250 sets de produção publicitária e 30 projetos de conteúdo, mais de 250 mil testes, mais de 25 mil atendimentos e mais de 20 mil monitoramentos, o que ajudou a gerar cerca de 200 mil diárias de trabalho. “No setor de gravação, por exemplo, a equipe era reduzida e só os atores ficavam sem máscaras”, conta Caio Gullane, sócio produtor da Gullane, que realizou quatro produções nesse período, o que representa um universo de três mil pessoas. Protocolos rígidos Entre as principais regras de segurança estabelecidas durante as filmagens e gravações estão: exigência do passaporte de vacinação, realização constante de testes RT-PCR e teste de antígenos, sanitização completa dos ambientes, uso obrigatório de máscara N-95 ou PFF2, camarins separados, distribuição de kits individuais para maquiagem, criação de área de alimentação com divisórias, kits de alimentação para cada colaborador e avaliação de profissionais que podem ficar em esquema home-office. “Em geral o setor se organizou muito bem para trazer segurança às equipes de filmagem. A consultoria nos ajudou a criar um modelo de retorno ao trabalho com protocolos rígidos, serviço de telemedicina e a presença de bombeiros e médicos no set”, conta Tiago Gomes de Mello, sócio e produtor da Boutique Filmes, que retomou as produções audiovisuais no projeto Temporada de Verão para a Netflix. As medidas de segurança variam a partir de um mapa de risco dividido em moderado (base de produção, base de alimentação e área de fumantes), alto (base de set e base do gerenciador de mídias digitais) e iminente (set de filmagens, área de monitoramento e equipes de produção externas) e de acordo com as fases da pandemia. “A gestão de risco da Oncare para o mercado audiovisual foi muito rápida, precisa e eficiente. Trouxe a assistência técnica e segurança que precisávamos para retomar as atividades”, afirma Rafael Fortes, da O2. “No momento há uma tendência de maior flexibilização, mas o coronavírus entrou para o programa de saúde das empresas e tudo deve ser feito com bom senso. A pandemia vai deixar um legado: cada vez mais precisamos pensar na prevenção de doenças”, afirma. Graças às medidas adotadas o setor pode trabalhar com segurança e voltar a crescer. Segundo Marianna Souza, o principal fator que impulsionou o audiovisual recentemente foram as produções de conteúdo, relacionadas aos serviços de streaming. “Na publicidade, por mais que o último ano tenha sido atípico, estamos vendo também uma retomada das campanhas e, consequentemente, das produções. No geral, estamos trabalhando em nossa capacidade máxima “, afirma.Mercado audiovisual aquece devido aos protocolos rígidos de segurança
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