sábado, novembro 16, 2024
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Curso de Cinema da FAAP prepara os alunos para produzir em plataformas digitais

Nos últimos anos, tem havido um aumento no número de plataformas digitais que oferecem conteúdo audiovisual, como filmes e séries de TV. Esse crescimento tem sido impulsionado por avanços tecnológicos que permitem a distribuição de conteúdo de alta qualidade pela internet e por mudanças no comportamento do consumidor.

A pandemia de Covid 19 impactou profundamente esse mercado, os cinemas fecharam e o streaming disparou. Quase todos os distribuidores de filmes decidiram investir em suas próprias plataformas, caminho aberto pela Netflix.

A maioria dos produtores dos chamados filmes locais foram obrigados a se associar com as plataformas digitais, vendendo seus produtos já prontos, ou buscando coproduções para seus novos projetos.

Além disso, a tecnologia de exibição cinematográfica também está evoluindo rapidamente, com o surgimento de novos formatos e tecnologias de projeção, com experiências imersivas que oferecem uma dimensão extra de realismo e interatividade.

O curso de Cinema do Centro Universitário FAAP aposta em oferecer aos seus alunos disciplinas como Distribuição e Exibição que enfoca a difusão dos filmes no cinema e nas plataformas digitais, e Mecanismos de Financiamentos que discute as leis de incentivos e linhas de financiamentos para todas as janelas de exibição. Garantindo que os estudantes estejam prontos para a nova realidade do mercado de trabalho.

Segundo o coordenador do curso da FAAP, Humberto Neiva, a primeira janela de exibição audiovisual não deve temer as plataformas digitais, e sim pensar como um aliado, onde a possibilidade de exploração do produto artístico se estende e possibilita mais visibilidade do nosso cinema. ”A exibição dos filmes em diversos formatos e experiências diversificadas proporcionará um aumento gradativo das produções brasileiras. Fortalecendo o mercado e o tornando cada vez mais plural”.

As plataformas digitais oferecem uma ampla variedade de conteúdos que não são exibidos nos cinemas, e permitem que os consumidores assistam em casa. Há também a questão da exclusividade de conteúdo, com produções originais exclusivas, obrigando que o consumidor seja assinante para ter acesso.

Essas mudanças nos meios de exibição estão transformando o mercado, oferecendo aos consumidores mais opções. E a evolução da tecnologia de exibição cinematográfica, traz ainda mais possibilidades para o futuro.

Com o mercado digital cada vez mais acirrado, inclusive com a Netflix perdendo assinaturas, conquistar espectadores tornou-se uma missão importante para as plataformas. Os consumidores de streaming aprenderam a gostar da flexibilidade de poder ver o que eu quiser e em qualquer dispositivo.

Números

As plataformas de streaming da Paramount atingiram 77 milhões de assinantes no mundo no último trimestre de 2022. Só a Paramount+ ganhou 10 milhões de clientes neste período, ampliando a sua base para 56 milhões.

As receitas do setor de streaming da empresa cresceram 30% em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 1,4 bilhão. Contudo, o alto investimento em conteúdo fez com que as perdas de operação se ampliassem para US$ 575 milhões, em comparação com os US$ 502 milhões de 2021.

A Paramount é mais um dos diversos estúdios de Hollywood, que anunciaram reestruturações internas para acelerar o desempenho de suas plataformas em meio à competição crescente.

Uma pesquisa conduzida pela NZN Intelligence, com a participação de 1,8 mil pessoas, revelou que 84% dos consumidores de streaming assinam duas ou mais plataformas no Brasil. Desse total, 50% se comprometem tanto com serviços de vídeo quanto de áudio, já 44% focam apenas nas opções de vídeos.

Mas, independente do tipo de conteúdo, o levantamento aponta que a maior parte dos assinantes multiplataformas (36,7%) é composta por pessoas que assinam quatro ou mais serviços. Em seguida, na lista, vem quem opta por três plataformas (25,2%) e duas (22,8%). Somente 15,3% dos participantes assinam um único serviço.

Especialistas dizem que o crescimento do streaming foi acelerado pela pandemia, mas que, mais cedo ou mais tarde, ele já aconteceria.

O streaming e a nova forma de consumir vídeos não devem ser interpretados como uma ameaça para o audiovisual. Essa realidade veio para ampliar o potencial desse setor, expandindo cultura e informação, inovando em criatividade e inclusão, e gerando empregos.

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