sexta-feira, setembro 5, 2025
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Visibilidade não é vaidade — é sobre liderança

Por Paulo Moreti:

Deixa eu te contar uma coisa!

Durante décadas e décadas, a cultura corporativa tradicional contou uma “historinha” e cultivou a ideia de que os grandes líderes eram aqueles que faziam muito e falavam pouco. O discurso da “humildade silenciosa” ganhou força nas salas de reunião, nos manuais de conduta e nas entrelinhas de avaliação de desempenho, vi muito isso durante o período que meu pai foi executivo de uma grande empresa de telecomunicações. Era como se a exposição fosse um risco, um desvio da virtude. Para muitos executivos, visibilidade se confundia com vaidade e se manter discreto era sinal de elegância e maturidade.

Mas o mundo mudou!! E quem ainda carrega esse pensamento como regra está, sem perceber, ficando muito para trás no jogo das posições executivas.

Eu digo que há algum tempo existe uma “nova moeda” da liderança, estou falando da gestão da marca pessoal, Personal Branding. Hoje, competência sem posicionamento é sinônimo de invisibilidade. Liderança sem narrativa é irrelevante. E reputação sem gestão é instável e diria suicídio.

Vivemos um tempo em que a autoridade é construída na interseção entre o que você faz e o que as pessoas sabem (e dizem) sobre isso e sobre você. A ausência de uma gestão estratégica da sua marca pessoal pode significar, na prática, perder mercado ou se preferir espaço para profissionais menos preparados, mas mais conscientes de seu papel comunicador no ambiente corporativo e social.

Veja quero deixar claro que não é sobre autopromoção que estou falando, mas sobre a responsabilidade com a influência que você exerce ou pelo menos deveria exercer no ambiente corporativo. A sua liderança não pode mais se restringir a resultados, ela necessita e eu até enfatizaria dizendo que ela clama por presença, clareza, intencionalidade.

Hey!!!! Você precisa deixar marcas, não dá mais para ser neutro.

Sabe aquela frase que você já deve ter ouvido pelos corredores da empresa, no cafezinho

“Prefiro deixar que meu trabalho fale por mim.”

Então, falo isso porque essa é uma das frases mais comuns que ouço em minhas mentorias com executivos(as).

O problema que você ainda não percebeu é que, em um mercado barulhento, saturado e com ciclos cada vez mais curtos de atenção, o seu trabalho pode até gritar… mas, se não for bem comunicado, será abafado por vozes menos qualificadas, porém mais presentes.

Grave isso em sua memória, neutralidade não existe em branding pessoal. Se você não conta sua história, alguém vai contá-la por você e, muito provavelmente, com distorções. Não se engane, a ausência de posicionamento não é um terreno neutro é um convite à interpretação alheia.

Você precisa trabalhar a visibilidade inteligente, esse é o novo diferencial competitivo!

Mas você deve estar se perguntando: E como faço isso?

A resposta é simples e objetiva: Por meio de um processo estruturado de gestão de marca pessoal. Você precisa entender que fazer um bom trabalho de gestão de marca pessoal é obrigação, porque será ele, por meio da estratégia criada, que você será reconhecido(a).

E nesse ponto, a visibilidade inteligente se torna o diferencial que separa os líderes de alto impacto dos profissionais medianos. Trata-se de assumir a responsabilidade por como você é percebido, construindo uma presença que traduza com consistência os seus valores, resultados, diferenciais e visão de futuro, sem ficar contando historinhas de que você não pode, não é ou não precisa disso.

Executivos que trabalham sua marca pessoal de forma estruturada não apenas aumentam sua influência, mas se tornam ativos estratégicos para a organização.

Eles inspiram, atraem, conectam. São lembrados, desejados e o mais importante: são reconhecidos pelo valor que realmente entregam.

Afinal liderança não se impõe — se constrói

A ideia de que o cargo fala por si já não se sustenta mais, ser um(a) C-level não significa ser relevante. Aprenda! Ocupação de cargo e ocupação de espaço são coisas diferentes.

A liderança moderna exige consciência de identidade, clareza de propósito, capacidade de gerar conexão e um posicionamento estratégico claro. E isso passa, inevitavelmente, pela construção de uma marca pessoal sólida, coerente e estrategicamente gerida.

Estamos falando de uma liderança que não se apoia apenas em autoridade formal, mas que se legitima pela reputação construída ao longo do tempo, e isso é o que ecoa mesmo quando o líder não está na sala.

Mas porque será que tantos executivos ignoram essa construção?

Porque confundem visibilidade com exposição.

Vivemos um dilema silencioso nas altas lideranças: muitos executivos têm medo de parecerem vaidosos ao trabalharem sua marca pessoal, sua imagem pessoal. O receio da crítica, do julgamento, do “quem ele(a) pensa que é?” paralisa. E esse medo custa caro.

A verdade é que, enquanto você hesita, outros estão ocupando o espaço que poderia ser seu. Não necessariamente por serem melhores, mas por compreenderem o jogo da percepção.

A liderança silenciosa pode até ser admirável, mas hoje, ela é facilmente esquecida.

Outro ponto interessante que bloqueia os/as executivos(as) é a máxima de que marca pessoal é sobre virar “influencer”

NAAAAAAAAÃO!!! Esse é outro mito que precisa ser desconstruído, o de que construir uma marca pessoal significa virar uma espécie de “digital influencer corporativo”.

A construção de uma marca pessoal estratégica é, antes de tudo, uma jornada de autoconhecimento, clareza e posicionamento intencional. É entender o que você representa, seus valores, crenças, diferenciais. È compreender por que isso importa, e como comunicar isso com autenticidade e propósito.

Estou falando de ser lembrado pelas razões certas, ter voz nas decisões que importam, atrair oportunidades compatíveis com o que você acredita e entrega.

Se tudo que falei até aqui sobre esse trabalho de gestão ainda não te convenceu, para pensar no impacto direto que ela tem nas empresas

Por mais que estejamos falando de marca pessoal, da sua marca pessoal, isso não é apenas sobre você. É sobre o impacto que a sua marca tem na marca da organização que você representa.

Líderes com marcas pessoais fortes:

· Atraem talentos melhores;

· Potencializam o employer branding;

· Têm maior poder de influência externa e interna;

· Elevam o valor da marca corporativa por associação;

· Promovem confiança em stakeholders, investidores e mídia.

Investir em personal branding executivo é investir na sustentabilidade da liderança e, por consequência, na reputação da empresa.

Aliás esse é um outro ponto importante na questão de marca pessoal: a reputação.

Acredite ela fala por você! Imagine ser lembrado por sua competência, clareza, visão estratégica e capacidade de transformar contextos, mesmo em reuniões onde você não está presente. Isso é influência de marca. A boa reputação antecede você, ela não só abre portas, mas facilita negociações, reduz atritos e constrói um terreno fértil para oportunidades que não aparecem em processos seletivos formais.

Em um cenário onde o networking é ativo essencial, não basta estar na mesa, é preciso ser a primeira escolha, e isso acontece quando se tem clareza da marca pessoal, ou seja, quando se tem um processo definido de personal branding.

Então meu caro executivo, minha cara executiva, preciso dizer que: O tempo da invisibilidade acabou!

Em um mundo hiperconectado, onde algoritmos definem o que (e quem) será visto, permanecer neutro e silencioso é, paradoxalmente, fazer barulho com sua ausência.

A liderança do futuro, que já é do presente, será exercida por aqueles que sabem o que representam, têm coragem de se posicionar e agem com propósito, que possuem uma gestão alinhada de suas marcas pessoais.

E para isso a transformação deve começar agora e de dentro para fora.

Trabalhar sua marca pessoal não é colocar uma moldura em algo vazio, mas sim revelar com precisão o valor que já existe em você. É alinhar sua essência à percepção externa, permitindo que o mundo veja, reconheça e valorize aquilo que você, por muito tempo, manteve escondido em nome de uma falsa modéstia.

A escolha está em suas mãos, você pode continuar esperando que sua competência fale mais alto ou então pode assumir a construção estratégica da sua marca pessoal e transformar reconhecimento em liderança com influência.

A pergunta não é se você tem uma marca pessoal. A pergunta é: quem está construindo ela hoje?

A sua marca já está falando. A diferença é: você está escolhendo o que ela diz?

Pronto para deixar de ser invisível e começar a liderar com presença?

Bora trabalhar essa visibilidade de forma estratégica!

Conte comigo!

www.paulomoreti.com

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