segunda-feira, março 31, 2025
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Uma marca bem construída atravessa gerações

Um produto pode atravessar fronteiras, mas uma marca bem construída atravessa gerações. Sobrevive quem se ajeita melhor nessa porra.

Feiras de negócios têm um ritmo próprio. A correria pelos corredores, os apertos de mão que selam parcerias, as sacolas cheias de folders e amostras, cada detalhe tem sua função, sua linguagem, seu significado.

Aqui, entre um estande e outro, não se fala apenas de frutas, embalagens e exportação. Fala-se de um setor que carrega o peso de alimentar o mundo enquanto se adapta a um cenário cada vez mais imprevisível.

Porque o agro, apesar da aparência sólida e robusta, é um organismo vivo, moldado pelo clima, pelas regras do comércio global e pelo comportamento do consumidor. A terra muda, os mercados mudam, e quem sobrevive é quem entende que plantar é só o começo.

Nos corredores da feira, dá para sentir isso no ar. O produtor que busca novas soluções para lidar com as secas inesperadas. O exportador que descobre um novo mercado porque tarifas mudaram o jogo. O designer que encontra uma embalagem sustentável e percebe que a comunicação do agro precisa ser tão inovadora quanto as novas variedades do produto que embala.

E, entre uma conversa e outra, fica claro que construir marcas nunca foi tão essencial. Porque, em um mundo onde a produção se desloca, os preços oscilam e os parceiros comerciais mudam de lado, é a marca que dá identidade, diferenciação e cria valor. Um produto pode atravessar fronteiras, mas uma marca bem construída atravessa gerações.

No fundo, Darwin já tinha avisado, e o agro prova isso a cada safra: não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas quem se ajeita melhor nessa porra (em minha livre adaptação). Em uma reunião, em pé, num estande, com alguns CMO’s, sim, o agro tem CMO, ouvi a seguinte frase de um profissional de uma multinacional: “Não se trata de um design aqui, um post ali, ou fazer um curso online gratuito que te dá um certificado que oitocentos estagiários de comunicação também postaram no LinkedIn. Não é isso o que eu estou buscando, eu preciso enxergar uma estratégia clara para todos os stakeholders da minha marca”.

Marca é alma, é como canta Milton Nascimento: “Alma vai além de tudo o que o nosso mundo ousa perceber”.

Assim, enquanto os dias de feira seguem seu ritmo acelerado, entre negociações, degustações e lançamentos, uma verdade se impõe: o agro é movimento. Quem se adapta, cresce. Quem inova, prospera. E quem constrói uma marca forte, deixa sua raiz fincada, não importa para onde o vento sopre.

Afonso Abelhão é fundador e CEO da agência BigBee.

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