sábado, dezembro 6, 2025
Programa Grandes Nomes da Propaganda no canal Markket
InícioMercadoProtagonismo do profissional de mídia no marketing contemporâneo

Protagonismo do profissional de mídia no marketing contemporâneo

Por Humberto Pandolpho, presidente da Agência Calia

Quando pensamos em uma campanha publicitária de sucesso, é comum que os créditos recaiam sobre a ideia criativa. E com razão. No entanto, cada vez mais, percebo que há uma peça tão essencial quanto a criação: o planejamento de mídia. É ele quem garante que a mensagem certa chegue ao público certo, no momento ideal, e com o investimento mais inteligente possível.

Com mais de cinco décadas de atuação no mercado publicitário, posso afirmar que o profissional de mídia nunca foi tão estratégico como é hoje. A era da pulverização de canais, do consumo em múltiplas telas e da sobrecarga de informação exige precisão. E a precisão é exatamente o que a mídia entrega ou deveria entregar.

Hoje, as campanhas de sucesso necessitam e contam com o papel decisivo da Mídia. Em meio à explosão de canais, fragmentação de públicos e novas dinâmicas de consumo, planejar mídia deixou de ser uma função operacional e passou a ser uma engrenagem estratégica. O profissional de mídia contemporâneo atua como o cérebro da comunicação, conectando dados, comportamento e contexto. E é importante falarmos sobre isso, porque esse profissional, muitas vezes invisível para o público, está cada vez mais no centro das decisões que moldam como, onde e quando uma marca se comunica.

A complexidade atual exige que o planejamento de mídia aconteça de forma simultânea à criação, e, em muitos casos, até antes dela. Não é raro que o insight criativo surja a partir de um dado de consumo identificado durante o mapeamento de audiência. É nesse momento que a mídia deixa de ser suporte e se torna motor. E essa inversão simbólica precisa ser reconhecida.

O cenário digital impôs novos desafios: orçamentos mais enxutos, necessidade de medir tudo em tempo real, ambientes cookieless, múltiplas telas e jornadas imprevisíveis. Dentro dessa realidade, a mídia virou muito mais do que o canal de entrega de uma mensagem. Tornou-se, também, o filtro que garante relevância, eficiência e resultado.

É importante lembrar que estamos falando de uma área que exige alta capacidade analítica, domínio técnico, mas também sensibilidade para entender o que move pessoas. Afinal, mídia não é só algoritmo, é percepção, contexto, timing. Uma campanha que impacta no momento certo, com a linguagem certa, tem muito mais chances de gerar valor do que aquela que apenas “aparece” em um feed. Porque, no fim do dia, a mídia não fala com “audiência”. Ela fala com pessoas.

Celebrar o profissional de mídia é reconhecer que criatividade e estratégia precisam de inteligência distributiva para se materializarem. Uma grande ideia, sem distribuição eficiente, é como um livro brilhante esquecido em uma estante sem leitores. Não basta criar, é preciso conectar. E isso, mais do que nunca, está nas mãos (e nas mentes) desses profissionais que têm transformado a maneira como pensamos e fazemos comunicação no Brasil.

Existe uma frase recorrente em nosso mercado: “o profissional de mídia precisa ser multitarefa”. Com a transformação do consumo de mídia e o avanço tecnológico, eu diria que ele precisa ser, na verdade, multidisciplinar.

Hoje, quem trabalha com mídia precisa reunir uma combinação rara: exatidão analítica, sensibilidade criativa e habilidade negocial.

Artigos relacionados

Novidades