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Pesquisa mostra que futuro da comunicação estará vinculado ao capital humano

O capital humano será tão importante ou até mais do que a tecnologia nos próximos três anos na comunicação para 94% das organizações brasileiras. Somente 6% acreditam que a parte tecnológica irá se sobrepor ao desempenho dos colaboradores. Esses são alguns pontos apresentados no estudo “O que esperar da Comunicação Organizacional no Brasil”, conduzida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje, ao entrevistar profissionais de comunicação de 209 empresas de diversos setores e portes.

Em relação às habilidades tecnológicas, 77% das empresas consultadas apontam que os profissionais da Comunicação das grandes corporações precisam ter conhecimentos em gestão de dados. Já a análise de Big Data se destaca em segundo lugar dessa lista, com 56%. Ainda são apontados o design digital (50%), produção de vídeo (45%), otimização de mecanismos de busca – SEO (41%) e tecnologias preditivas de Inteligência Artificial (30%).

Outras habilidades relevantes para os profissionais de comunicação, identificadas na pesquisa são: planejamento estratégico (64%), gestão de riscos e crises (47%), construção e produção digital (40%), engajamento com stakeholders (35%) e branding e gestão de marca (32%).

“Estamos em plena revolução digital, na qual tecnologias aliam-se aos profissionais. Entretanto, ao contrário do que muitos especulam, as tecnologias serão coadjuvantes, necessitando de profissionais humanizados, habilitados e digitalizados”, explica Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor titular da Escola de Comunicações da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

Além disso, em decorrência da crise da Covid-19, incontáveis mudanças ocorreram na área de comunicação. Para as empresas que participaram da pesquisa, essas modificações vão continuar em progresso nos próximos anos. Entre os pontos destacados, está a comunicação digital, através da adaptação dos programas e ações, do desenvolvimento de novos canais e da implementação de novas tecnologias, com 41%

A agilidade na realização dos programas e ações em razão da utilização de novos recursos ficou com 22%. E a importância da área que vem ganhando mais relevância e valorização, resultantes do protagonismo e visibilidade durante o período de pandemia, vem com 20%.

Tendências de estratégias
Temas relacionados a ESG (Environmental, Social e Governance) devem ganhar cada vez mais espaço dentro das empresas nos próximos três anos. A maioria (58%) das organizações participantes já se comunica sobre questões sociais. Das que ainda não se comunicam, para 12% é muito provável e para 20% é provável que venham a fazer ainda esse ano. Já, para 10% delas, é pequena essa probabilidade.

Entre as que já estão se comunicando e as que provavelmente irão se comunicar nesse ano, os principais temas a serem abordados são: defesa do meio ambiente (21%); incentivo à educação (19%), igualdade de gêneros (15%) e combate à desigualdade social (11%). além de diversidade e inclusão (14%).

Em termos de estratégias de comunicação mais valiosas no futuro, as organizações participantes encontram-se praticamente divididas entre a Mídia Compartilhada mídia social e influenciadores online (46%) e a Mídia Própria – conteúdo original distribuído pelos canais da organização (39%).

As mídias sociais são os canais mais utilizados pelas áreas de Comunicação corporativa no Brasil para se comunicarem com seu público de interesse (85%), seguida do portal corporativo (66%).

Quanto às plataformas de comunicação, elegeram como as mais importantes para melhorar a eficácia das estratégias de comunicação o LinkedIn (44%), o Instagram (43%), o WhatsApp (39%) e o YouTube (34%).

Ainda sobre as questões estratégicas mais importantes para a gestão da Comunicação Organizacional dos participantes são: estabelecer o link entre a comunicação e a estratégia de negócio (59%); interagir com as novas audiências e protagonistas (46%); lidar com a evolução digital e redes sociais (45%); fortalecer o papel estratégico da função de comunicação (44%) e combinar a necessidade de atingir mais públicos e canais com recursos limitados (34%).

Desafios para a Comunicação
O que fica claro com a pesquisa é que inúmeros serão os desafios para a Comunicação ao longo deste ano. Os mais destacados pelos participantes são o aumento da interação e do impacto via comunicação digital (71%), as questões relacionadas à diversidade (43%), a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD (36%), a crise provocada pela pandemia da Covid-19 (33%), as mudanças das configurações organizacionais internas (32%) e o maior controle e pressão das partes interessadas – stakeholders (30%).

Home Office
A pesquisa mostra ainda que o sistema home office foi adotado para todos os profissionais de Comunicação durante o período de pandemia. Para 41% dos participantes, a tecnologia é um fator dificultante de comunicação decorrente, principalmente, da conexão e da instabilidade de internet e telefonia móvel.

O aumento expressivo de trabalho durante o home office é percebido por 36% dos entrevistados, apontando a disponibilização imediata e pelo excesso de reuniões como fatores principais.

Sobre a pesquisa
Realizada entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, de forma online, a pesquisa contou com a participação de 204 empresas de todos os portes, localizadas nas diversas regiões do Brasil. Entre os representantes que responderam ao questionário, 46% ocupam cargos de gerência e outros 14% são diretores. Sobre o tipo de companhia, 44% são multinacionais, 39% nacionais, 8% entidades, 5% de capital misto (público/privado) e 4% públicas. As organizações consultadas representam 31 diferentes setores da economia.

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