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Não algoritmize sua marca pessoal: adotando a certificação na era digital

A marca pessoal vem tornando-se parte integrante de nossas vidas, ainda mais quando falamos da era das mídias sociais e da conectividade constante. Quer percebamos ou não, todos estamos criando nossas personas online. No entanto, à medida que o cenário digital evolui e os algoritmos se tornam cada vez mais sofisticados, fazem como que as marcas pessoais precisem criar movimentos estratégicos para alcançar mais pessoas e para engajar mais.

O insight para o tema deste artigo veio depois de assistir a uma palestra ministrada, para um grupo de C Level´s do qual faço parte, por Madeleine Lacscko, jornalista e autora do livro Cancelando o cancelamento e que fez com que refletisse sobre o tema: Será que estamos sacrificando a autenticidade de nossas marcas pessoais em favor da otimização algorítmica?

Podemos começar com foco no olhar sobre o fascínio da otimização algorítmica. No contexto da marca pessoal, esse fascínio é percebido na “manipulação” estratégica de conteúdo e métricas de engajamento com o intuito de maximizar a visibilidade e o alcance em várias plataformas. Essa estratégia ganhou muita popularidade pois dispara a presença online de uma pessoa. Ao estudar os algoritmos da plataforma, os usuários podem adaptar seu conteúdo para se alinhar às preferências desses algoritmos, aumentando assim a probabilidade de suas postagens aparecerem nos feeds dos seguidores.

O fascínio é inegável: mais seguidores, mais curtidas, mais compartilhamentos. As métricas parecem validar os esforços e dar uma sensação de dever cumprido, porém, nos deixar levar pela busca do sucesso algorítmico, poderá também levar a perder de vista nosso verdadeiro eu!

Chamo isso erosão da autenticidade, onde essa otimização algorítmica pode inadvertidamente detonar uma marca pessoal e sua credibilidade. À medida que os indivíduos perseguem incessantemente, curtidas e compartilhamentos, há uma tendência de priorizar o conteúdo que gera engajamento em vez do conteúdo que reflete seus verdadeiros pensamentos, valores, crenças e experiências. Essa busca por validação pode criar um ciclo vicioso, em que os indivíduos adaptam seu conteúdo apenas com base no que é tendência ou no que se espera que chame a atenção.

Ficamos tão consumidos pelas demandas do algoritmo que começamos a questionar se nosso verdadeiro “eu” é atraente o suficiente para merecer atenção. Essa erosão da autenticidade pode fazer com que a pessoa se sinta desconectados de suas próprias personalidades digitais.

Devemos ter muito cuidado pois a otimização algorítmica pode inadvertidamente levar a uma homogeneização de nosso conteúdo, é fato que as plataformas recompensam certos tipos de

conteúdo em detrimento de outros, levando a uma enxurrada de postagens semelhantes que inundam nossos feeds durante todo o dia.

Além disso, algo pior pode ocorrer, a pressão para otimizar algoritmicamente pode levar a um ciclo de comparação, ou seja, quando vemos outras pessoas recebendo elogios por seu conteúdo, podemos nos sentir compelidos a replicar sua abordagem em vez de explorar nosso próprio estilo. Isso não apenas sufoca a criatividade, mas também impede o potencial de conexões significativas com base em experiências genuínas compartilhadas. Costumo dizer que o que serve para o outro, na grande maioria das vezes não serve para você, afinal se partimos do pressuposto de que o outro possui uma estratégia de marca pessoal, todas as suas ações foram criadas baseadas nele e se você as copia, muito provavelmente ao verem algo que você postou irão imediatamente se lembrar do outro e não de você.

O antídoto para essa “doença da algoritmização” é a autenticidade que gera confiança, ela envolve compartilhar os aspectos não filtrados e não selecionados de nossas vidas. A marca pessoal autêntica permite conexões genuínas que transcendem as curtidas e seguidores superficiais.

Vivemos num cenário digital muito dinâmico e as tendências algorítmicas podem ir e vir, mas o que permanecerá imutável é o poder da autenticidade. Quando você constrói sua marca pessoal em torno de seu verdadeiro eu, cria uma base duradoura que pode resistir às tempestades dos algoritmos em constante mudança.

Não algoritmize sua marca pessoal, em vez disso, humanize-a. Compartilhe suas histórias, seus pensamentos e suas experiências em toda a sua glória imperfeita. Ao fazer isso, você não apenas encontrará uma conexão mais profunda com seu público, mas também redescobrirá a beleza de ser você mesmo, tanto online quanto offline.

Paulo Moreti, especialista em personal branding, publicitário, coach e autor.

www.paulomoreti.com

e-mail contato@paulomoreti.com

instagram:@opaulomoreti

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