Em busca por um mercado mais unido e com o intuito de estar conectado com as novas demandas do setor, as principais produtoras de áudio publicitário se reuniram para criar uma nova associação, a APRO+SOM.
“Temos propósitos claros e objetivos bem definidos. Queremos aproveitar os aprendizados e trilhar um caminho único. Nossa sede, por exemplo, está dentro da APRO, e com seu apoio pretendemos traçar ações coordenadas. A troca entre players é muito rica”, explica James Pinto, membro do conselho composto por nomes como Carla Bräuninger, Edu Luke, Ingrid Lopes, Lili D’Arangoni, Lou Schmidt, Wanderlei Gonçalves e Xanna D’Aguiar.
A associação traz Alessandra Terpins à presidência. “A chegada da Lelê é bastante representativa. Escolhemos uma pessoa para presidir a associação que não tivesse vínculo com nenhuma produtora. O interesse dela está 100% em fortalecer o mercado”, completa Lili D’Arangoni.
Formada em Artes Visuais, Cultura e Mídia pela The New School, em Nova York, Alessandra se especializou em Mercado da Arte pela New York University. Sua vivência fora do âmbito acadêmico é permeada pela música, já que seu pai, Tico Terpins, foi fundador da “Voz do Brasil”, produtora que marcou a história da publicidade no Brasil. Apesar de uma breve passagem pela Voz, a profissional trilhou sua trajetória profissional no mercado de arte contemporânea. Após negociações com a APRO+SOM, Alessandra Terpins assumiu a presidência da associação com o desafio de fortalecer o setor.
“O grande motivo pela qual assumo a presidência da APRO+SOM hoje é pela minha vontade de ver o setor conquistar o respeito e o valor que eu vi existir durante minha infância dentro do estúdio do meu pai”, explica Alessandra.
Uma das primeiras iniciativas de Alessandra à frente da APRO+SOM foi um mapeamento do mercado de áudio publicitário, que contou com participação das 31 produtoras associadas. “Tenho orgulho de dizer que nossas associadas são as principais produtoras do mercado. É importante apresentar dados do setor para mostrar sua relevância e apontar tendências”, comenta a presidente da associação.
O estudo mostrou que apesar da crise enfrentada em decorrência ao Covid-19, as produtoras de áudio registraram um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Houve uma queda na busca por trilhas de conteúdo e nos serviços tradicionais, como TV, spots e jingles, mas por outro lado há um aumento na busca de serviços de áudio digital, como trilhas para redes sociais e podcasts.
A perspectiva para 2021, no entanto, é mais tímida. As associadas preveem um crescimento de pouco mais de 5% para o ano. “A instabilidade do momento deixa todo mundo inseguro. Essa expectativa de crescimento é baixa, não acho que acompanha a inflação real. Por isso precisamos pensar em boas práticas e insistir em temas polêmicos, como os prazos de pagamento”, revela Terpins.