terça-feira, novembro 5, 2024
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IAB Brasil promove evento com a presença de dirigentes de cerca de 80 empresas

O futuro do ecossistema de marketing digital e a necessidade de integração de todos os players que dele participam – incluindo anunciantes, agências e fornecedores de tecnologia e serviço – foi um dos pontos de destaque do encontro Connecting Leaders, que o IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau) promoveu no último dia 8, com a presença de dirigentes de cerca de 80 empresas.

“Em busca de engajamento e visibilidade, as marcas disputam a atenção dos consumidores em todas as telas. Por isso, trazer os anunciantes para o centro da discussão é fundamental para assegurar a sobrevivência desse ecossistema, e isso passa pela compreensão de como essa transformação vem se dando e como utilizá-la em prol dos seus objetivos de negócios”, afirma Ana Moisés, presidente do IAB Brasil. As relações entre as empresas envolvidas neste processo, segundo ela, bem como as estratégias de comunicação das marcas e suas audiências, precisaram se ajustar frente aos novos desafios.

No encontro, empresas de diversos setores participaram de uma conversa com Jeffrey Cole, diretor do Centro Annenberg para o Futuro Digital da USC (University of Southern California). Autor do relatório “Digital Future Project: Surveying the Digital Future”, atualmente em sua 15ª edição, Cole estuda os impactos das tecnologias digitais na economia desde 1998 e tem atuado como consultor de vários governos e empresas dos setores público e privado, a respeito de como essa transformação ocorre e as oportunidades que surgem a partir delas.

“Há pouco mais de uma década, por exemplo, quatro grandes fabricantes dominavam o mercado mundial de telefones celulares – Nokia, Sony-Ericsson, Motorola e BlackBerry – quando a Apple lançou o iPod e o iTunes e, pouco depois, o primeiro iPhone. A empresa, que não tinha participação alguma neste segmento, revolucionou o mercado e a forma como as pessoas consomem conteúdo”, lembra Cole. Hoje, acrescenta, quatro gigantes do mercado – que não existiam 20 anos atrás – estão fazendo o que ninguém achou que seria possível. “O Facebook conecta praticamente todas as pessoas com acesso à internet no mundo – com exceção da China; o Google possibilita que elas encontrem tudo o que precisam na web; a Amazon vende o que querem comprar; e a Apple oferece os dispositivos onde tudo isso acontece”, detalha.

Jeffrey Cole destaca que o conteúdo, que sempre foi rei, tornou-se um ativo ainda mais valioso, levando as empresas de tecnologia a fazerem fortes investimentos na aquisição de empresas de mídia e entretenimento. “Hoje, por exemplo, o que diferencia uma telco de outra não são os planos de serviço que comercializa, mas o conteúdo que oferece aos seus clientes”.

Os novos hábitos das pessoas, que passam cada vez menos tempo em casa, têm sido catalisadores de mudanças importantes na distribuição de conteúdos. Cole cita que apenas 20% do conteúdo em vídeo que as pessoas assistem atualmente têm a TV como meio. “Todo o resto ou é gravado ou consumido por streaming, e 80% disso é esporte”. Isso explica, por exemplo, o Facebook ter adquirido os direitos de transmissão dos jogos da Champions League e da Copa Libertadores, ao mesmo tempo em que cresce o interesse pelos eSports, com partidas sendo transmitidas em estádios, cinemas e pela internet.

Outra categoria que é forte tendência e conta com iniciativas de várias empresas de tecnologia são os assistentes pessoais, que utilizam técnicas de reconhecimento de voz e Inteligência artificial para interação com as pessoas. O pesquisador sinaliza que, embora a princípio Google, Amazon, Apple e Facebook não concorram diretamente entre si, os três primeiros estão fazendo grandes investimentos nessa área, com Google Assistente, Alexa e Siri, respectivamente.

“Os números de usuários desses assistentes nos Estados Unidos já são muito relevantes. Como esses dispositivos têm a capacidade de aprender com o comportamento do usuário, com o passar do tempo, eles passam a entregar respostas cada vez melhores e oferecer conteúdos mais ricos. Contudo, não vejo a inteligência artificial produzindo conteúdo e esses dispositivos devem continuar fazendo exatamente isso: sendo assistentes”, completa.

 

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