O Paradoxo da Longevidade Empresarial.
Dados recentes divulgados pelo IBGE indicam que ganhamos, em média, mais 2,5 meses de vida. A expectativa de vida para quem nasce hoje no Brasil alcançou 76,6 anos, com prevalência feminina (79,9 anos) em relação aos homens (73,3 anos).
Esse avanço contínuo da longevidade humana, entretanto, não se reflete na longevidade das organizações, especialmente das médias e pequenas empresas. O que se observa é uma assimetria clara entre maturidade biológica e maturidade gerencial.
Dados consolidados do IBGE e do Sebrae mostram que:
• Cerca de 30% das empresas fecham antes de completar 2 anos;
• 50% não chegam ao 5º ano;
• Apenas 35% a 40% ultrapassam 10 anos;
• Entre as médias empresas, mais de 10% não alcançam o 5º ano de vida.
Por que isso importa?
A alta mortalidade das médias empresas brasileiras não destrói apenas negócios — ela destrói capital, empregos, confiança e futuro econômico.
Sob a ótica econômica, o encerramento de uma única média empresa gera custos anuais superiores a R$ 10 milhões apenas em massa salarial perdida, sem considerar impactos indiretos sobre cadeias produtivas, arrecadação fiscal e desenvolvimento regional.
Panorama Geral:
Mesmo em ambientes de alta mortalidade, altamente competitivos, difíceis e por vezes inóspitos, existem empresas que transformam adversidade em vantagem competitiva. São organizações que prosperam não porque enfrentam menos riscos, mas porque estão melhor estruturadas para lidar com a realidade.
Nessa direção, o Valor Econômico publicou recentemente os nomes e as histórias das vencedoras da primeira edição do Prêmio Médias de Valor, um reconhecimento ao desempenho diferenciado das principais médias empresas brasileiras
Uma leitura estratégica desse estudo permite afirmar que as empresas reconhecidas tendem a apresentar:
• Menos volatilidade e mais previsibilidade;
• Decisões menos reativas e mais estruturais;
• Crescimento sustentado por caixa e retorno;
• Gestão profissional acima da média do mercado.
Isso não garante eternidade, mas aumenta dramaticamente a expectativa de vida do negócio.
O caminho para esses comportamentos passa, necessariamente, por praticar e aperfeiçoar continuamente:
• Clareza de propósito
(sabem por que existem e para quem geram valor)
• Disciplina financeira
(dominam custos, margens e retorno);
• Governança funcional
(papéis claros, indicadores simples e acompanhamento com cadência);
* Pessoas certas em posições críticas
(menos estrelas isoladas, mais times confiáveis)
• Rituais de gestão consistentes
(reuniões com propósito, dados e decisões)
Empresas que se sobressaem em ambientes difíceis não são menos expostas ao risco — são mais preparadas para lidar com ele.
Moral da História:
Entender o Paradoxo da Longevidade Empresarial — pessoas vivendo mais enquanto empresas vivem menos — não é um exercício teórico.
É uma chave estratégica para decisões melhores em liderança, capital, sucessão e políticas públicas.
A longevidade empresarial não é um acaso.
É uma decisão consciente de gestão
No Brasil, a longevidade humana é uma conquista coletiva.
A longevidade empresarial ainda é uma exceção gerencial.
Se as pessoas estão vivendo mais, as empresas precisam aprender a viver melhor.
Qual tem sido a sua experiência?
Dezembro Esmeralda é tempo de praticar sabedoria, concluir ciclos com vigor e planejar um 2026 robusto, consistente e gerador de valor e riqueza.
Vamos nessa?
Abraços,
Raimundo Sousa
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