quinta-feira, novembro 14, 2024
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Celso Vergeiro: “Enquanto houver curiosidade, haverá publicidade”

Quando Celso Vergeiro fala sobre publicidade, as pessoas param para ouvir. O CEO da Extreme Reach no Brasil lembra que seu amor pelo setor começou ainda na infância, quando demonstrava certa curiosidade, rara no ambiente de negócios, mas comum entre a equipe de liderança da ER.

“Acho que para ser bem-sucedido no mundo da publicidade, você tem que manter sua curiosidade infantil”, explica. “De criança, eu era apaixonado por muitas coisas, de motos a artes marciais e principalmente taekwondo! E continua igual agora que administro o negócio no Brasil. Quero saber o que está acontecendo com o streaming e saber tudo o que os dados podem me dizer. Quero entender tudo e descobrir como usar essas inovações para ajudar as pessoas.”

De fato, a curiosidade é inseparável do mundo da publicidade na mente de Vergeiro: “Enquanto houver curiosidade, haverá publicidade. É simples assim”.

Como o primeiro funcionário da Adstream no Brasil, há dez anos, sua curiosidade foi colocada para funcionar desde cedo. E, olhando para trás, é fascinante ouvir quanto mudou. “Quando iniciei as operações da Adstream aqui no Brasil, havia uma crença de que a América Latina estava um pouco atrás do restante do mundo em termos de tendências e tecnologia. E, até certo ponto, isso era verdadeiro na época. Mas agora, a cada dia que passa, torna-se menos verdadeiro. A tecnologia nos levou a um ponto em que temos um mundo extremamente globalizado e, mesmo que a América Latina permaneça como uma região bastante diversificada, acredito que nada seja impossível aqui. Tenho certeza de que temos tecnologia disponível para ajudar nossos clientes em relação a qualquer problema.”

Parte dessa confiança vem da recente aquisição da Adstream pela Extreme Reach, que, para Celso, levou a capacidade da empresa para outro nível. “Penso que a tecnologia já nos mostra o futuro do setor. A tal ponto que nós, enquanto empresa, nunca tínhamos tido acesso a tanta tecnologia poderosa e a tantas soluções, como temos no momento. Para nós e para nossos clientes, isso é muito animador, porque é possível ver claramente como essas ferramentas podem elevar o trabalho que fazemos. Juntos com a Extreme Reach, este é um momento incrível e animador para fazer parte desta equipe.”

E ter esse poder de fogo extra dificilmente poderia ter vindo em uma hora melhor. Como Vergeiro explica, talvez o setor esteja mudando a um ritmo mais acelerado do que nunca…

O retorno do “tempo em família”

Como muitos observadores do setor poderão apontar, a história da última década na mídia foi a da fragmentação. Isso se aplica ao Brasil e ao mundo todo, mas Celso identificou algumas tendências que sugerem que algo interessante está acontecendo. “O surgimento dos smartphones e das mídias multicanais desencadeou uma era de personalização, que alguns descrevem como fragmentação. Ninguém pode negar, é uma coisa óbvia! Mas algo interessante aconteceu nos últimos dois anos, as pessoas voltaram a se sentar no sofá para assistir juntas a conteúdo de entretenimento.”

De acordo com o CEO, o renascimento do “tempo em família” deve-se, por um lado, ao aumento da popularidade das plataformas de streaming e, por outro, à pandemia. “Não é surpresa ver uma mudança na nossa cultura quando o dia a dia muda tão drasticamente. Mas os serviços de streaming também estão se tornando mais cinematográficos, levando o cinema para a sala, poderíamos dizer. Nunca mais voltaremos a ter somente sete canais na TV, como na minha infância e adolescência, e as pessoas estão assistindo a mais entretenimento juntos. Acho que essa é uma tendência da qual os anunciantes devem estar cientes.”

Apesar do aparente retorno a um passado nostálgico, para ele, a tecnologia continua transformando a forma de produzir e assistir ao entretenimento. “Qualquer pessoa com um smartphone no bolso agora é capaz de produzir conteúdo atrativo. Nunca foi tão competitivo lá fora. É por isso que acredito que o conteúdo mais bem-sucedido não é o material que interrompe as pessoas, mas sim os anúncios que escolheriam assistir. O tipo de conteúdo que gostamos de compartilhar com nossos amigos e familiares, porque sentimos uma conexão ou reação emocional a ele.”

Nesse ponto, Vergeiro reflete sobre o seu anúncio favorito dos últimos anos. Mesmo sendo difícil escolher o vencedor (“há tantos que eu amo!”, protesta), acaba optando por uma campanha de publicidade emocionante do Itaú, lançada em 2021.

Ao comentar a publicidade, observa que ela o impactou porque fala sobre a esperança de um novo ano e, claro, de uma nova vida: “Com tudo o que aconteceu nos últimos dois anos, quem não se emocionaria com isso?”.

Por último, apesar de todas as mudanças que a tecnologia e as tendências promovem no mundo da publicidade, a humanidade/sensibilidade, fundamental no coração da criatividade, é o que mais se destaca neste setor. E quando tudo está dito e feito, vale a pena manter nossa curiosidade.

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