domingo, dezembro 22, 2024
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Até onde vai a autonomia de um executivo em sua marca pessoal?

Liberdade ou controle: Até onde vai a autonomia de um executivo em sua marca pessoal?

Deixa eu te contar uma coisa!

Vivemos momentos nos quais a individualidade e a autenticidade são, simultaneamente, valorizadas e necessárias para o sucesso profissional. Executivos e líderes empresariais estão cada vez mais desafiados a construírem uma forte presença pessoal, tanto dentro das organizações quanto para o público externo. No entanto, até que ponto um executivo pode ter autonomia para criar e desenvolver sua marca pessoal? Existe um limite entre a liberdade que ele pode exercer e o controle que a empresa deve ter sobre essa imagem? Exploro hoje como encontrar esse ponto de equilíbrio e os ganhos que essa sinergia pode trazer.

A importância da marca pessoal para o executivo vai além de uma boa reputação ou de simples marketing pessoal. Ela se constrói com base em valores, experiências e no posicionamento estratégico que o profissional deseja representar. Para o executivo, trabalhar a marca pessoal significa afirmar-se como um líder autêntico, capaz de inspirar, influenciar e, sobretudo, envolver suas equipes e a toda a rede de contatos que o cerca.

Hoje, com a visibilidade que as redes sociais oferecem, a presença digital não apenas se torna inevitável, mas fundamental para qualquer líder. Quanto mais definida e consistente for a sua marca pessoal, maior será sua capacidade de agregar valor à empresa na qual atua. Afinal, um executivo que é uma referência sólida no mercado eleva a imagem da organização, reforçando atributos como confiança, liderança e expertise.

Mas como ter liberdade para construção da identidade e autenticidade

A liberdade de moldar e desenvolver uma marca pessoal permite que o executivo mostre quem verdadeiramente é, destacando seus valores, sua visão de mundo e seu estilo de liderança. Quando o líder possui espaço para compartilhar sua perspectiva, experiências e insights, ele cria uma conexão genuína com o público tanto interno quanto externo.

Todavia, essa liberdade requer um cuidadoso planejamento estratégico, onde a comunicação necessita ser autêntica, porém também responsável. É possível ter liberdade na construção de uma marca pessoal desde que se compreenda a importância de alinhar essa comunicação com o propósito e missão da empresa. Afinal, o líder não representa apenas a si mesmo, mas também carrega a responsabilidade de ser um reflexo da organização.

 

O papel das empresas no desenvolvimento da marca pessoal do executivo

As empresas possuem um papel crucial no apoio ao desenvolvimento da marca pessoal de seus executivos. Algumas organizações ainda resistem à ideia de que o executivo tenha uma proeminente e independente presença, com receio de que a visibilidade possa “ofuscar” a marca corporativa ou que ele se torne “muito grande” para a posição. Essa visão, contudo, é limitada.

A verdade é que o desenvolvimento da marca pessoal dos executivos pode trazer benefícios significativos para a empresa. Um líder que é reconhecido como autoridade em sua área amplia a relevância da organização e a torna mais atraente tanto para talentos quanto para o mercado. Ao apoiar seus executivos, a empresa demonstra confiança e abre espaço para um modelo de liderança que humaniza e aproxima. Esse tipo de apoio pode ser feito por meio de treinamentos, mentorias e pela criação de diretrizes que orientem, sem limitar, a liberdade de comunicação.

Autonomia e responsabilidade, como equilibrar a liberdade com os valores corporativos

Num primeiro momento isso parece até impossível, porém uma relação harmônica entre autonomia e responsabilidade é fundamental para o sucesso de qualquer organização. O espaço para inovação e criatividade não anula a necessidade de respeito pelos princípios éticos da marca.

A identidade pessoal do líder precisa reforçar, e não ofuscar, a missão da empresa. Sua atuação deve transmitir clareza sobre a sincronia entre propósito individual e coletivo. Desta forma, a marca como um todo se fortalece perante o público.

Contudo, a autonomia exige compromisso com valores essenciais:

· Transparência: comunicação honesta que evidencie fidelidade aos ideais da organização.

· Coerência: conduta congruente que comprove a ausência de conflitos entre discurso e ações.

· Alinhamento de propósitos: atuações orientadas pelos objetivos da empresa, demonstrando que o sucesso individual depende do sucesso coletivo.

Tudo isso sem que se perca o lado humano do profissional, que ele possa compartilhar também pontos de vista, situações e temas que ele conecte com sua área de atuação e mostra os benefícios que isso traz.

 

Essa sinergia entre marca pessoal e marca corporativa, traz benefícios, gerando uma estrutura harmônica entre a imagem do líder e a da marca corporativa, tornando explícitos os ganhos mútuos. Dentre as vantagens mais relevantes deste alinhamento estratégico, eu destacaria:

· Aumento da credibilidade: liderança autêntica com valores nítidos e constantes confere maior confiança às organizações. Públicos e stakeholders se sentem mais propensos a acreditar em empresas conduzidas por pessoas de princípios sólidos.

· Executivos com identidade própria inspiram e atraem talentos com visão semelhante. Times sob liderança carismática tendem a ser engajados e leais.

· Líderes icônicos elevam a reputação da marca por meio da notoriedade e credibilidade.

· Líderes com marcas autênticas transmitem e fortalecem a essência organizacional com autenticidade, o que reforça a identidade coletiva.

Algumas empresas hesitaram em apoiar a identidade dos seus executivos, temendo perda de domínio ou autonomia levando à demissão. Entretanto, os benefícios superam os riscos potenciais.

Primeiro, investindo na imagem do executivo, a empresa investe no próprio crescimento e na afirmação de seus valores. Além disso, uma identidade genuína e constante gera compromisso recíproco entre líderes e times.

Para que a parceria seja saudável, a companhia deve estabelecer diretrizes claras e bem estruturadas, sem sufocar a criatividade do executivo.

Estas diretrizes podem incluir:

· Política de comunicação: orientar sobre princípios a fortalecer e temas sensíveis que podem prejudicar a reputação institucional.

· Treinamento e orientação: Investir em mentorias que ensinem o executivo a construir e fazer a gestão de sua marca bem como uma comunicação eficaz e estratégica.

· Espaço para feedback e diálogo: Criar uma cultura de comentários onde o executivo e a empresa possam conversar sobre o desenvolvimento da marca pessoal, garantindo que o alinhamento seja constante.

Com tudo isso alinhado, a marca pessoal, quando bem estruturada e em sinergia com os valores da empresa, transformará o executivo em um catalizador de resultados. Ele deixa de ser um mero representante da organização e passa a ser um embaixador, alguém que leva a visão e missão da empresa para todos os lugares onde atua.

Empresas que incentivam essa construção colaborativa ganham, de um lado, executivos com forte compromisso e, de outro, uma marca ainda mais sólida, com líderes que defendem e expandem seus valores de maneira genuína.

 

Liberdade com alinhamento como caminho para o sucesso, essa é a fórmula.

A questão da liberdade na construção da marca pessoal de um executivo não é um jogo de tudo ou nada. Na verdade, trata-se de encontrar o ponto de equilíbrio entre autenticidade e alinhamento, permitindo que o executivo cresça em sua individualidade enquanto reforça a

identidade da organização. Os líderes de hoje são mais do que apenas porta-vozes; eles são pontos de conexão com o mercado e as pessoas. Quanto mais liberdade e apoio recebem, maior será seu impacto positivo e seu compromisso com a empresa.

Se queremos uma liderança inspiradora e genuína, é preciso confiar na construção dessa marca pessoal, pois uma coisa é certa: os ganhos dessa sinergia são infinitamente maiores que os receios.

Bora trabalhar essa marca pessoal como o maior ativo intangível que se possa ter?

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www.paulomoreti.com

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