A APRO (Associação Brasileira de Produtoras de Obras Audiovisuais) realizou mais uma edição do APRO Talks, evento que se firmou como um espaço de conexão e troca entre profissionais do setor audiovisual. O evento, que aconteceu hoje, 1 de outubro no BETC Havas Café, em São Paulo, teve como tema “O Uso de AI nas produções audiovisuais”.
Marianna Souza, presidente executiva da APRO, destacou a evolução da IA no mercado e reforçou a importância de promover espaços de diálogo sobre o tema. “A evolução da inteligência artificial tem promovido profundas transformações no cenário audiovisual. Utilizamos o APRO Talks como espaço para fomentar debates, reflexões e as possibilidades para o uso ético e responsável das plataformas de IA generativa, além de ser um ambiente para troca de experiências e relacionamento.”
A programação incluiu 4 rodadas de conversa que exploraram diferentes perspectivas sobre o impacto da IA no setor audiovisual. A primeira delas apresentada pela Getty Images sobre percepções de pesquisas globais, onde foram analisadas expectativas da indústria e destacadas práticas responsáveis para quem cria e distribui conteúdo. O papo foi conduzido por André Pantaleão, Country Manager Brasil da Getty Images e Paula Costa, líder estratégica de relações com marcas, meios e agências no Brasil para a Getty Images. Em seguida, o evento contou com participação especial do Leandro Mendes, Secretário de Regulação da ANCINE, Mateus Basso, Diretor Jurídico da APRO, José Maurício Fittipaldi, advogado e sócio do CQS, e Gleice Kelly Aguilar, consultora de riscos e corretora de seguros especializada no audiovisual, à frente da filmSEG. Juntos, eles apresentam o Guia de Boas Práticas para o uso de IA em produções audiovisuais, material inédito produzido pela APRO.
“No campo jurídico, a chegada da inteligência artificial expõe a urgente necessidade de termos regulatórios específicos para o setor audiovisual. Estamos operando em um ambiente de incertezas, onde as ferramentas evoluem em uma velocidade muito superior à capacidade legislativa. O Guia de Boas Práticas da APRO surge como uma bússola essencial para auxiliar os profissionais a navegarem pelas questões de direitos autorais, licenciamento e responsabilidade em um cenário ainda desprovido de legislação clara e consolidada.” afirmou Mateus Basso.
A terceira etapa foi dedicada à exibição de cases de filmes desenvolvidos com ferramentas de IA, trazendo a visão de Vinícius Terra, Diretor da Barry Company, que compartilhou um projeto em live action, e de Gabriel Nóbrega, Diretor da Vetor Zero/Lobo, que apresentou um case em animação. Para encerrar a programação, a Human Academy, representada por Nando Blum e Marioo, trouxe um panorama sobre a fusão entre IA e novas tecnologias aplicadas à indústria criativa.
“A inteligência artificial não é mais uma discussão futurista, mas uma realidade que já impacta a criação, produção e distribuição audiovisual. Como entidade representativa, a APRO precisava assumir um papel de liderança para orientar o nosso setor nesse cenário complexo. Este guia é o resultado de um trabalho colaborativo e robusto, que reflete o nosso compromisso em garantir que a IA seja uma ferramenta para valorizar o trabalho humano, estimulando seu uso de maneira responsável e ética.”