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Anistia Internacional lança movimento contra o racismo e violações dos direitos humanos no Brasil com trabalho criativo da Riohux

A Anistia Internacional Brasil lança nesta sexta-feira, 27 de novembro – data de realização do evento varejista “Black Friday” no Brasil –, a campanha “Toda Friday é Black”, com o objetivo de engajar pessoas comuns em ações de superação do racismo e seus desdobramentos e para garantir os direitos universais da população negra brasileira.

A iniciativa conta com trabalho criativo da Riohux, empresa focada em criatividade que atua no sentido de fazer com que pessoas com atitude empreendedora levem seus projetos a mercado.

Essa é a maior iniciativa da Anistia Internacional na pauta antirracista até o momento, desde a campanha Jovem Negro Vivo, de 2014. Uma petição será aberta para pressionar as autoridades brasileiras a criarem o Comitê de Acompanhamento e Monitoramento das Diretrizes Nacionais sobre Empresas e Direitos Humanos, que está na legislação desde 2018, mas nunca foi colocado em prática. Se este Comitê estivesse atuante, muita coisa poderia ter sido diferente e muita tragédia poderia ter sido evitada.

Ao aproveitar engajamento da população com a Black Friday, a campanha propõe chamar a atenção para a potência da população negra, e também à promoção de discussões e ações semanais para mobilizar contra o racismo contra todas as suas ramificações, pelo período de um ano. Serão realizadas ações de mobilização e conscientização nas redes sociais em âmbito nacional, com o apoio de artistas, intelectuais e influenciadores comprometidos com a causa antirracista. A Anistia Internacional Brasil realizou projeções nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro para marcar o lançamento da campanha.

“Sabemos que é urgente enfrentar o racismo no Brasil. Essa é uma tarefa de todos nós, sociedade, empresas e Estado para a qual precisamos usar todos os meios necessários. Assim, nossa campanha quer criar uma grande mobilização para que tenhamos uma sociedade sem racismo”, explica Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil e ativista do movimento de mulheres negras há décadas.

Criação compartilhada

Para a realização do projeto da Anistia Internacional Brasil, a Riohux aplica um de seus produtos, o Sprint de Craft Criativo, em um trabalho que chama de Go To Market. “Fazemos rápido e junto para fazer melhor. Excluímos o balcão que divide papéis de quem faz e de quem aprova, utilizando a inteligência de cocriação para articular habilidades do cliente e aplicarmos metodologias para, juntos, levarmos projetos ao público ou ao mercado”, explica Mauro Silva, CCO da Riohux, onde é sócio ao lado da CSO Paula Nader. “Ao longo de cinco dias estamos criando e levando a mercado um projeto de grande impacto e importância. Isso só é possível pelo alto nível de colaboração alcançado pelos times. Juntos estamos criando e amarrando todos os pontos fundamentais para esse projeto complexo ganhar vida”, completa o CCO.

Nesse projeto da Anistia Internacional, Mauro lista alguns nomes (em ordem alfabética) que considera igualmente importantes para a sua realização: Alexandra Montgomery (Anistia Internacional), Caio F. Souza (Riohux), Caio Xavier (Anistia Internacional), Eduardo Filho (Casa do Bom Conteúdo), Filipe Pascoa (TrackMob), Jurema Werneck (Anistia Internacional), Lucienne Cunha (Anistia Internacional), Marcelo Affini (Casa do Bom Conteúdo), Mari Santos (Riohux), Sandro Bianco (Riohux),Thalita Salgado (Anistia Internacional) e Thiago Camara (Anistia Internacional).

Proposta

Entre os objetivos da campanha está a proposta de transformação de todas as sextas-feiras em um dia de discussão e mobilização contra o racismo, pelo período de um ano. Outra prioridade é a aproximação entre as organizações que se dedicam à pauta antirracista e às pessoas que queiram contribuir para que haja justiça racial no Brasil.  Dentre as organizações parceiras, estão: Geledés – Instituto da Mulher Negra, Criola, Olodum, Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas).

Orientado por um Manifesto (disponibilizado abaixo) essas reflexões serão um convite de adesão ao movimento contra a desigualdade racial. A atriz Juliana Alves gentilmente cedeu sua voz para a narração do vídeo manifesto que será lançado nas redes sociais da Anistia Internacional, neste dia 27 de novembro.

Conteúdos semanais produzidos pela Anistia Internacional Brasil em parceria com as organizações que estarão na campanha e serão postados em ambientes virtuais para convocar mais pessoas a agirem pela superação do racismo. A organização busca constantemente, por meio de sua rede de parceiros, a pluralidade de perspectivas e experiências que fortaleçam a ação e a mobilização de pessoas contra o racismo e em favor da promoção da igualdade racial. Também está prevista a criação de espaços de disseminação de vozes que promovam a discussão, reflexão e mobilização antirracista com podcasts, lives e debates virtuais. Nas redes sociais, o movimento articulará a adesão de todas e todos por meio das hashtags #TodaFridayEBlack e #EveryFridayIsBlack, sendo a última voltada à participação de ativistas e instituições antirracistas internacionais

Engajamento da população

Na landing page do projeto, ativistas e interessados podem baixar gratuitamente um kit com materiais de divulgação para as redes sociais, que contam com fotos com o slogan e o manifesto da campanha em todos os formatos das principais plataformas, ou adquirir produtos exclusivos da campanha, como camisetas, bottons e ecobags, ajudando assim a financiar as atividades dos grupos de base e de grupos e coletivos  que trabalham na linha de frente no combate ao racismo, assim como as organizações do movimento negro parceiras da Anistia Internacional Brasil.

“A Anistia Internacional tem historicamente movido autoridades a combater a violência e a letalidade que afetam, principalmente, a população negra. A ação desastrosa do Estado encerra prematuramente as vidas de jovens negros moradores de favelas, e silencia vozes com um infinito potencial transformador. A negligência e a incompetência das autoridades vitimizam essas pessoas, com desmonte de políticas públicas vitais e negação de direitos e de conhecimentos. Preservar a vida e os direitos humanos é enfrentar o racismo de frente. Vamos aproximar essas vozes – tanto as que estão organizadas em coletivos quanto as que ainda ecoam avulsas – nesse manifesto e nessa discussão que precisa permanecer em pauta, diariamente, já que o racismo não dá descanso aos negros e negras brasileiros. Todas e todos podem agir para a mudança, e estão convidados a se juntar a nós nesse chamado pela justiça racial”, afirma a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.

Lúcia Xavier, coordenadora da ONG Criola acredita que a campanha é uma iniciativa pela vida de mulheres e meninas negras. “Mulheres e meninas negras são as mais afetadas pelo racismo em nossa sociedade. Estão expostas à violência, aos trabalhos precários e inseguros, à falta de saúde e de direitos sexuais e reprodutivos e ainda podem ser mortas na hora do parto ou caminhando para casa após o trabalho ou indo para escola. São elas também que enterram seus filhos assassinados pelo Estado. Junte-se a nós pela vida e pela garantia dos direitos das mulheres e meninas negras”.

O coordenador da CONAQ, Arilson Ventura, ressalta importância dessa parceria com a Anistia Internacional. “Ainda temos muito a fazer. Há inúmeras comunidades quilombolas espalhadas por todo o Brasil. Elas sofrem racismo, principalmente o institucional, que impede os avanços das nossas comunidades. Precisamos de parcerias para evidenciar projetos que atendam nosso povo e que protejam o meio ambiente, a nossa cultura e os nossos direitos de acesso a educação e saúde”, diz.

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