A ABA realizou na última terça-feira (31), o ABA Summit 2023, último evento do ano da entidade, com o tema: “O que está tirando o sono dos líderes de marketing? Precisamos falar sobre isso!”, com cocuradoria de Olga Martinez, sócia da Amélie Consulting, que contou com mais de 500 inscritos. O evento reuniu renomados profissionais do mercado no palco do Teatro Unibes Cultural, com transmissão virtual.
Sandra Martinelli, CEO da ABA e Membro do Executive Committee da WFA agradeceu aos cotistas, aos Parceiros Estratégicos, Parceiros de Mídia e Parceiros Apoiadores da Agenda ABA 2023, e aos painelistas e moderadores que aceitaram o convite para compartilharem seus conhecimentos e experiências. E apresentou a agenda do evento que contou com Olga Martinez, Sócia da Amélie Consulting compartilhando os resultados de sua pesquisa “Sentimentos das lideranças no Brasil”, e três painéis que refletiram sobre: “A segurança psicológica como motor da inovação – como criar um ambiente de trabalho genuinamente inclusivo e inovador”; “O impacto da Inteligência Artificial e de outras inovações tecnológicas no profissional de marketing”; e “A mentalidade do marketing sustentável – Como construir marcas e negócios que genuína e integralmente tragam uma proposta de impacto positivo?”, além do lançamento da publicação da ABA: a “Carta Global de Mídia versão 2023”. “Tem muita coisa tirando o sono dos líderes de marketing! Mas, como sempre fomentamos na ABA, acreditamos que juntos, chegamos às melhores soluções para os principais desafios que temos hoje. E, por isso, esperamos que esse evento gere muitos insights para vocês”, discorreu a CEO da ABA.
A abertura oficial do evento foi feita por Sergio Pompilio, Presidente do Conselho Superior da ABA, Presidente do CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária e Vice President of Government Affairs & Policy LATAM da Johnson & Johnson.
Pompilio destacou as novas tecnologias e necessidades da sociedade, que estão impactando o papel dos líderes de marketing, que agora tem a intersecção de habilidades cada vez mais fundamental para suas carreiras e, ao mesmo tempo, lidam com o desafio de garantir um ambiente de trabalho genuinamente inclusivo e inovador, e construir marcas que tragam impacto social positivo e cresçam sustentavelmente. “Apesar desses muitos desafios, temos um grande poder em nossas mãos, de utilizar o marketing e a comunicação para transformar a sociedade, abraçando compromissos sociais, ambientais, dentre outros tantos necessários para um futuro melhor. O ABA Summit é mais uma iniciativa da ABA para colocar em prática seu propósito, de “mobilizar o marketing para transformar os negócios e a sociedade”. Propósito esse, que todos os líderes de marketing precisam abraçar para termos uma indústria cada vez mais ética, transparente, diversa, inclusiva e responsável”.
Na sequência, Olga Martinez, Sócia da Amélie Consulting, apresentou os resultados de sua pesquisa “Sentimentos das lideranças no Brasil”, feita com mais de 500 executivos, gerentes, coordenadores, diretores e CEOs de todo o país e que reflete como esses líderes se sentem em seus ambientes de trabalho. Os dados do estudo mostraram que 88% dos entrevistados trabalham no que gostam e 78% estão aprendendo e se desenvolvendo, porém, somente 20% vivem sua melhor versão no trabalho e 27% disseram que podem ser quem são frequentemente. Estar numa empresa com propósito alinhado ao seu, ter um time acolhedor e colaborativo, ter líderes que inspiram e ter autonomia para desenvolver o trabalho estão na lista das premissas que um ambiente de trabalho precisa ter para ser saudável. Outros dados que chamam bastante atenção no estudo é de que 38% desses líderes acreditam que suas carreiras estão estagnadas, 42% já pensaram em pedir demissão, 26% já tiveram Síndrome de Burnout e 41% precisam esconder seus sentimentos. Diante dessas estatísticas, Olga questionou o que os líderes de hoje precisam fazer para mudar esse cenário. E provocou os presentes com uma frase do CEO da Patagonia, Ryan Gellert, que disse: “As corporações só farão a coisa certa quando não tiverem outra opção”, refletindo que o caminho é provar que ele está errado e começar uma mudança agora.
O 1º painel abordou sobre “A segurança psicológica como motor da inovação, como criar um ambiente de trabalho genuinamente inclusivo e inovador”, e contou com a participação de Candice Pomi, Mentora e Consultora em Longevidade e Fundadora do Beyond.Age, Maia Mau, CMO do Google Brasil, Thais Hagge, Vice-Presidente de Beleza & Bem-estar da Unilever, Viviane Elias Moreira, COO da Edtech Zeka Educação Digital, e na moderação, Olga Martinez, da Amélie Consulting.
As painelistas pontuaram que não basta ter um time diverso se ele não encontrar inclusão no ambiente de trabalho. As pessoas precisam se sentir seguras, ter líderes que inspiram e ter um espaço em que podem colocar sua intencionalidade através de atitudes e assim entregar mais em seus trabalhos, o que impacta diretamente nos resultados dos negócios e da inovação. E não há como ter inovação sem risco de errar, mas para correr risco é preciso ter segurança psicológica, o que cabe às lideranças garantirem dentro das empresas. Para as executivas, há um trabalho coletivo a ser feito que garanta a transformação dos ambientes vulneráveis e que precisam se regenerar.
O 2º painel teve como tema: “Entendendo o impacto da Inteligência Artificial e outras inovações tecnológicas no profissional de marketing: Como muda a relação com o nosso propósito, qual é o papel real do profissional de marketing com essas novas dinâmicas e quais são as competências-chave?” e recebeu os painelistas: Alvaro Garcia, Diretor da ABA e CMO da Mondelez, Gui Rangel, Lead futurist da What The Future, Renato Opice Blum, sócio do Opice Blum, Bruno Advogados e Nina Dragone, Head of Sales & Business Development da Meta. Na moderação, Olga Martinez, sócia da Amélie Consulti
Os painelistas se mostraram otimistas com as possibilidades que a IA e as novas tecnologias estão proporcionando ao marketing bem como melhorando a vida das pessoas, como ajudando nas estratégias de personalização – a mensagem chega no momento correto e com características que são relevantes para cada pessoa – o que ajuda no engajamento e na conexão com as marcas. Porém, os profissionais da área também entendem que o momento é de reflexão e de muita conversa para entender o real impacto dessas transformações e que tipo de realidade será construída. Nesse interim, há um consenso de que líderes de marketing, de plataformas, especialistas no assunto, setor público e privado se unam, para ajudar a moldar esse caminho da melhor forma, inclusive na questão da regulação, absorvendo as boas práticas e encontrando as melhores soluções para as resolver as questões éticas sem que isso atrapalhe a inovação.
O ABA Summit 2023 foi palco do lançamento da “Carta Global de Mídia 2023”, uma atualização do primeiro estudo, lançado pela ABA no Brasil em 2018, e que representa um apelo dos anunciantes para a priorização de 5 áreas durante o processo de parcerias comerciais do ecossistema de mídia digital global: Competição e Pluralidade, Responsabilidade e Sociedade, Medição, Sustentabilidade e Planeta, e Pessoas e Parceiros. O documento é uma tradução de sua versão original, elaborada pela WFA – World Federation of Advertisers – entidade global que representa os anunciantes e da qual a ABA é filiada e membro de seu Executive Committee.
“A Carta Global de Mídia reivindica um cenário mais saudável, com competições justas e que promovam inovação e sustentabilidade, sendo um documento que não só demanda ações, mas propõe iniciativas aos anunciantes, afinal, nosso papel é também ser este parâmetro de boas práticas. Queremos construir um cenário de mídia mais seguro e inclusivo para nossos consumidores e nossas marcas! Nós, da ABA, esperamos que esse documento sirva como inspiração, um norte de melhores práticas para todo o ecossistema, uma referência aos anunciantes de como se posicionar no mercado de forma competitiva e bem-sucedida e visando os principais anseios sociais e ambientais”, discorreu Paula Marsilli, VP da ABA, Presidente do Comitê de Mídia e Diretora de Mídia da Natura &Co Latam.
O 3º painel abordou “Qual é a mentalidade do marketing sustentável, os valores, como se pensa no negócio e no consumidor e como construir marcas e negócios que genuína e integralmente tragam uma proposta de impacto positivo?”. Com moderação de Olga Martinez, sócia da Amélie Consulting, o painel contou com a participação de Anna de Souza Aranha, Sócia e CoCEO da Quintessa, Pedro Marques, Gerente de Consultoria e Desenvolvimento de Negócios da Consultoria Manuia e Rodrigo Santini, Diretor Executivo do Sistema B Brasil.
Os painelistas refletiram que é preciso ir além da sustentabilidade e pensar em negócios que solucionem as questões ambientais e sociais. E o marketing pode ser protagonista dessa mudança tendo um senso crítico apurado como fator principal, entendendo que impacto não é custo e abrindo um olhar setorial. É preciso que as marcas tenham coragem para se unir e trabalhem juntas para promover algo positivo não somente para os seus consumidores, mas para todos. Que tragam soluções sustentáveis que sejam abraçadas por toda a indústria e usem o marketing em prol de um mundo melhor. Cooperação não é mais algo legal, é pressuposto
Sandra Martinelli agradeceu os painelistas que dedicaram tempo e conhecimento ao evento e convidou a todos para acessarem o portal da ABA e conhecerem o calendário de eventos de 2024, que será muito especial, em comemoração aos 65 anos da entidade.
Olga Martinez encerrou o evento discorrendo sobre os “Takeaways” do dia, comentando que ficou um sentimento de esperança, uma vez que há mais olhares positivos do que negativos sobre o impacto da tecnologia. Para ela, o evento destacou duas palavras “regenerar” e “colaborar”, como premissas de uma mudança de mindset das pessoas e das marcas para um novo olhar sobre as parcerias que visam um impacto social e ambiental maior, de toda a indústria. “Se não estamos desconfortáveis no mundo em que estamos vivendo hoje, alguma coisa está errada”, diz. “E seguindo o propósito da ABA de Mobilizar o marketing para transformar os negócios e a sociedade, o marqueteiro pode ter um papel fundamental em trazer esse desconforto e essa capacidade de mudança, de quebrar paradoxos, de reversão de lógicas, do que não faz mais sentido. Temos que questionar os paradigmas do que estamos fazendo. E por fim, criar ambientes em que possamos ser quem somos, pois sem isso nada vai acontecer”.