Passear pela The Brazil Conference & Expo dá nisso.
Todo mundo acha que o Morango do Amor nasceu na quermesse, e muitas confeiteiras, confeiteiros e cidades reivindicam a sua paternidade.
Mas não.
A história do Morango do Amor começa bem antes.
Lá na roça. Com os pés na terra e o coração no cultivo.
Começa quando o produtor rural levanta cedo, antes mesmo do sol, e vai cuidar das fileiras de morangueiros como quem cuida de filhos, de olho na umidade do solo, no pH da água, na curva do céu e até no humor do tempo.
Ali, o amor já está presente.
Está na escolha de cada muda.
No cuidado com o ecossistema, na irrigação precisa, no reuso da água, na terra bem tratada.
Amor está na paciência de esperar o tempo da fruta, porque no campo, não tem fast food. Tem fé.
Depois, o morango é colhido, selecionado e embalado com delicadeza, como se fosse uma joia comestível.
E ele é.
E, se tem uma pessoas que sabe de tudo isso é o José Rinaldo, o maior produtor de morangos do país, a Mape Frutas planta esperança e colhe amor em forma de morangos há 30 anos.
Aí vem outra parte da mágica, os morangos chegam às mãos das confeiteiras.
Mulheres que encontraram nesse doce vermelho um recomeço, uma fonte de renda, uma segunda Páscoa.
Elas fazem o brigadeiro branco, acertam o ponto do caramelo encarnado, espetam os palitinhos como quem planta novos sonhos, e embalam um por um com fita, laço e brilho no olhar.
Sabem que não estão vendendo só doce.
Estão vendendo lembrança.
Porque o Morango do Amor não é só sabor.
É memória afetiva com cobertura crocante.
É infância, festa junina, primeiro beijo, frio na barriga e alegria sem pressa.
O Morango do Amor é um presente que atravessa uma cadeia de cuidado, resiliência e carinho, da roça ao fogão, do fogão ao palito, e do palito direto pro coração.
E aí, quando a gente morde…
Sente tudo.
O amor da terra.
O amor de quem fez.
E o amor que a gente quase tinha esquecido como era bom sentir.
Afonso Abelhão é sócio fundador da agência BigBee e Presidente da APP Brasil
