terça-feira, novembro 12, 2024
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A marca pessoal dos seus colaboradores é um ativo ou ameaça?

Artigo por Paulo Moreti

Deixa eu te contar uma coisa!

Não sei se você tem reparado que no mundo atual, onde a autenticidade e o propósito ganharam força no ambiente profissional, muito se fala sobre a importância da marca pessoal. Não se pode negar que ela representa um ativo valioso para cada profissional que busca se destacar e se manter relevante no mercado, mas e as empresas o que acham disso?

Este é um ponto delicado que sempre surge em minhas conversas com CEO´s, CMO´s e CHR´s. Muitas empresas ainda têm receio de apoiar diretamente o desenvolvimento dessa marca pessoal entre seus colaboradores. Esse receio, muitas vezes, se reflete em uma postura de controle e retenção, o que pode inibir o crescimento dos talentos internos e, em última instância, da própria organização.

Mas de onde vêm esses medos? Por que tantas empresas, mesmo trabalhando a gestão de suas marcas corporativas, sabendo da sua importância estratégica e também compreendendo a importância da gestão de marca pessoal, evitam investir no crescimento de seus colaboradores nesse sentido?

A verdade é que, embora a gestão de marca pessoal seja um bem para ambos os lados (para o profissional e para a empresa), existem ainda mitos e receios a serem desmistificados. Neste artigo, quero explorar as principais razões pelas quais as empresas se sentem inseguras em apoiar a marca pessoal de seus profissionais e, mais importante, como o fortalecimento dessa marca pessoal pode beneficiar a própria empresa de maneiras que talvez não tenham sido imaginadas.

 

Medos e inseguranças

Primeiramente, é preciso olhar de perto os motivos que geram resistência. Entre os mais comuns estão:

Receio de perda de controle: Uma das maiores preocupações que as empresas enfrentam ao considerar o apoio à marca pessoal de seus profissionais é a perda de controle. O que quero dizer com isso é que quando um profissional se torna uma “marca” visível e reconhecida, ele também atrai novas oportunidades e conexões. As empresas temem que esse fortalecimento pessoal leve o profissional a buscar novos caminhos fora da organização, colocando em risco o investimento feito em sua formação e desenvolvimento.

 

Preocupação com a imagem corporativa: Para muitas empresas, a marca pessoal de um profissional é vista como uma extensão da marca corporativa, ou seja, o que ele fizer impactara na marca corporativa, isso gera receios de que opiniões ou posicionamentos individuais possam interferir na imagem da organização. Existe uma ansiedade em torno da ideia de que, ao dar mais espaço para os profissionais, o controle sobre a mensagem transmitida ao público possa ser reduzido, impactando a coerência e consistência da imagem institucional.

 

Medo de criação de ‘superestrelas’: Uma outra inquietação é o surgimento de “superestrelas” internas, ou seja, profissionais que acabam se destacando tanto que sua influência ultrapassa a hierarquia e os valores tradicionais da empresa. Esse medo se manifesta na possibilidade de que profissionais com marcas pessoais fortes possam “brilhar mais” que a própria organização, criando uma separação que, para muitos gestores, parece desafiadora de gerenciar.

 

Desconfiança no retorno do investimento (ROI): Ainda que o desenvolvimento de marca pessoal dos profissionais esteja cada vez mais em alta, muitas empresas ainda têm dificuldade em enxergar retorno tangível nesse investimento. Para muitas organizações, é complicado justificar gastos em algo que consideram intangível e cujo impacto pode parecer incerto a curto prazo. Em momentos de corte de custos e maior pressão por eficiência, a marca pessoal pode parecer um luxo.

 

Vimos acima alguns pontos que geram insegurança e medo, porém garanto que os benefícios que este trabalho traz são muito maiores e quero apresentar alguns!

 

Benefícios da marca pessoal para a organização

Apesar dessas resistências, apoiar a marca pessoal dos profissionais traz benefícios inegáveis, que não só respondem aos receios das empresas, mas também criam valor duradouro para a organização. Vamos entender esses 5 pontos:

 

 

1. Aumento da retenção e satisfação: Que empresa não deseja ter os melhores talentos? Profissionais que percebem a valorização de sua individualidade e potencial para crescer na carreira tendem a ser mais leais e satisfeitos. Pesquisas como a da LinkedIn Learning indicam que 94% dos profissionais afirmam que continuariam mais tempo em uma empresa que investisse em seu desenvolvimento e crescimento pessoal. Essa relação se fortalece quando a empresa oferece apoio direto ao desenvolvimento da marca pessoal, mostrando-se interessada em mais do que apenas o “trabalho do dia a dia”. Um profissional que sente que sua evolução pessoal é valorizada torna-se mais engajado e tende a retribuir essa confiança por exemplo, sendo um embaixador/propagador da marca corporativa.

 

2. Fortalecimento da imagem corporativa: Profissionais com marcas pessoais bem definidas ganham visibilidade e, com isso, contribuem para o fortalecimento da imagem da própria empresa. O público tende a associar esses profissionais à organização, o que gera uma percepção positiva sobre ela. Quando eles se destacam no mercado e são reconhecidos por suas habilidades e competências, a empresa se beneficia indiretamente, pois passa a ser vista como um ambiente que cultiva talentos de alto nível. Vivemos hoje tempos em que a confiança é um ativo raro, contar com profissionais que possuem marcas fortes pode reforçar a credibilidade e o respeito pela marca corporativa.

 

3. Maior engajamento e cultura de inovação: Profissionais que conseguem explorar seus potenciais e mostrar suas habilidades tendem a ser mais engajados e inovadores. Uma marca pessoal bem gerida estimula o profissional a ir além, a contribuir com novas ideias e a assumir um papel ativo na organização. Esse engajamento traz um ciclo positivo para a empresa, pois profissionais inovadores geralmente desafiam o status quo, contribuindo para a modernização e evolução da cultura organizacional.

 

4. Capacidade de atração de talentos e clientes: Diria que: “Um puxa o outro!”. Uma cultura que valoriza o desenvolvimento pessoal é percebida como moderna e humanizada, o que atrai profissionais em busca de um ambiente onde possam se destacar de forma genuína. Isso também gera interesse entre clientes, que enxergam valor em parcerias com empresas que sabem gerir seu capital humano de forma estratégica.

 

5. Redução do turnover e crescimento de embaixadores naturais: Em vez de ver profissionais como uma força de trabalho temporária, as empresas podem usar a marca pessoal para transformá-los em embaixadores naturais. Uma vez que esses indivíduos estão satisfeitos e engajados, é natural que falem positivamente da empresa, fortalecendo a sua reputação em diversos ambientes – incluindo redes sociais e eventos do setor. Com menos turnover, a empresa poupa em contratações e treinamentos e ganha em continuidade e conhecimento interno.

 

Estratégias para superar a resistência e investir na marca pessoal dos seus colaboradores

Agora que deixei claro que a sua empresa tem muito mais a ganhar do que a temer, você deve estar se perguntando como quebrar a resistência e investir na marca pessoal dos seus profissionais.

Superar o receio em relação à marca pessoal exige uma abordagem estratégica. Aqui trago alguns passos que podem ser adotados para que sua empresa transforme esse potencial em um ativo valioso:

 

· Educação e comunicação transparente: É fundamental que as empresas comuniquem de maneira transparente como a marca pessoal de um profissional pode ser vantajosa para todos. Ao promoverem workshops e treinamentos sobre personal branding, as empresas podem mostrar como esse processo não apenas melhora a atuação do colaborador, mas também reforça o alinhamento com a cultura e valores organizacionais.

 

· Cultura de desenvolvimento de talentos: Criar um ambiente em que o crescimento pessoal seja estimulado faz parte de uma cultura organizacional positiva. Incentive a todo momento a busca pelo autoconhecimento e crescimento constante, isso trará chances de reter talentos e promover uma cultura de colaboração e respeito mútuo. Nesse cenário, o desenvolvimento da marca pessoal se torna parte de um processo orgânico, em que o profissional se sente valorizado e respeitado.

 

· Estabelecimento de diretrizes de comunicação e valorização da identidade corporativa: Devemos como disse até aqui, incentivar a marca pessoal, porém é importante que as empresas também estabeleçam diretrizes claras para que essa liberdade de expressão esteja alinhada com os valores e a visão da organização. Dessa

forma, os profissionais podem desenvolver suas marcas sem comprometer a imagem corporativa. È neste ponto que o processo estruturado de personal branding faz um sentido ainda maior, pois ao se trabalhar este processo podemos alinhar essas necessidades, trazendo como exemplos o posicionamento, valores, propósito da empresa, o que facilita o entendimento e mostra a importância de ambos estarem alinhados e=se falar dos impactos positivos que isso gera.

 

· Apoio estruturado por meio de mentoria: Contar com um mentor interno ou externo especializados em personal branding ajuda os profissionais a entenderem melhor como construir uma marca pessoal que reflita tanto seus valores quanto os da empresa. Esse suporte permite que ele desenvolva sua marca de maneira estruturada, evitando excessos e possíveis desencontros com a imagem corporativa.

 

· Exemplos inspiradores e cases de sucesso: Empresas que incentivam a marca pessoal podem começar a apresentar histórias de sucesso internas, onde o desenvolvimento de uma marca pessoal colaborou para o fortalecimento de um setor ou a conquista de novos clientes. Ao verem exemplos práticos, gestores e colaboradores podem perceber o valor dessa prática e se engajarem mais.

 

Que tal embarcar em um novo caminho para o sucesso organizacional?

Esse é o meu convite para você, neste mercado tão competitivo e com desafios enormes que exigem inovação e adaptação constantes, os profissionais com marcas pessoais fortes podem ser diferenciais estratégicos para qualquer empresa. Longe de serem vistos como “ameaças” ao controle corporativo, esses profissionais podem se tornar verdadeiros embaixadores da marca, promovendo uma imagem de empresa moderna, que valoriza as pessoas e seu crescimento contínuo.

Empresas que compreendem o valor da marca pessoal e conseguem aproveitá-la como um ativo organizacional estão à frente, criando um ambiente onde o crescimento é coletivo e contínuo. Afinal, cada profissional representa um ponto de contato com o mercado e com a cultura interna. Ao permitir que esse ponto de contato seja forte, autêntico e inspirado, as empresas abrem portas para um futuro de relações mais humanas e transparentes, onde a marca pessoal de cada colaborador fortalece e enriquece a identidade corporativa

Bora trabalhar incentivar e apoiar a gestão das marcas dos seus colaboradores!

www.paulomoreti.com

 

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