Lugar de criança é na escola, certo? Depende. No Brasil, estima-se que 2.500 famílias já optaram por educar seus filhos em casa. Elas não estão sozinhas: em todo o mundo, mais de 60 países permitem essa prática. Na lista estão Reino Unido, Canadá, Rússia, Austrália e França. Nos Estados Unidos, mais de 2 milhões de crianças não frequentam a educação regular. É assim que vem ganhando força o movimento pela Desescolarização (Unschooling, em inglês), que consiste basicamente em expor a criança ao mundo, perceber seus interesses e facilitar para que cada situação seja uma chance de aprendizagem. Este é o tema do primeiro canal especial do Hypeness, vertical focado em inovação e criatividade,do grupo Webedia.
O tema foi escolhido por ser uma das bandeiras levantadas pelo Hypeness. “Acreditamos que existem diversos caminhos na jornada de evolução dos modelos de educação”, explica Rafael Rosa, sócio e co-criador do vertical que aborda temas sobre inovação e criatividade. “Temos um compromisso com conteúdo de qualidade, inovador e que tenha impacto positivo na vida das pessoas. Inspirar, criar e construir”, completa, ao garantir que, com o suporte da Webedia, o Hypeness vai continuar produzindo conteúdos independentes e de grande impacto positivo na vida das pessoas.
O Unschooling é uma forma de relação com o mundo que desafia o conceito de que não se pode aprender fora da escola. Não tem receita pronta e nem pode ser explicado em um passo a passo. “A Desescolarização é baseada na confiança de que os pais e as crianças vão encontrar os caminhos que melhor funcionam para eles, sem depender de instituições educacionais, editoras ou experts que lhes digam o que fazer”, afirma Jan Hunt, psicóloga norte-americana e autora de diversos livros sobre educação.
Vale lembrar que este é apenas um nome novo para uma prática milenar. Afinal, a maior parte da humanidade cresceu aprendendo com a vida. A grande diferença da Desescolarização em relação ao ensino padrão é que o conteúdo está sempre relacionado a uma demanda real e nunca é imposto, de forma que não perde o sentido, explica o terapeuta Álvaro Rodrigo Silva Dantas. Especialista em desenvolvimento de projetos na área de educação, ele aplica o conceito com os filhos.
Para André Castilho, roteirista, codiretor do documentário e CEO da La Casa de La Madre, produtora que fez parceria com o Hypeness, o filme é um convite à reflexão: “Lembro o quanto era ruim ir para o colégio. Era muito linear, rígido e não incentivava o autoconhecimento. Quando apresentamos novas possibilidades e caminhos, vemos que o professor é um orientador, um mentor na jornada do conhecimento e os pais podem se preparar para exercer esse papel”, explica.