quinta-feira, dezembro 4, 2025
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Estúdio Eixo lança estudo sobre fé evangélica

A Estúdio Eixo, consultoria de comportamento e cultura da B&Partners, em parceria com a Zygon, Adtech especializada em data solutions, comportamento digital e netnografia, lança o Gospel Power, estudo inédito que analisa como a fé evangélica se tornou uma das forças mais influentes do Brasil contemporâneo, um fenômeno que atravessa religião, consumo, estética, política e comportamento digital.

O levantamento utilizou social listening, netnografia, entrevistas em profundidade e análise de dados secundários, resultando em um retrato inédito de como fé e consumo se entrelaçam no imaginário e nas práticas cotidianas. Foram analisadas mais de 228 mil menções em redes como TikTok, Instagram e X, além de entrevistas com pastores, empreendedores, influenciadores e articuladores da comunidade.

Os resultados confirmam uma transformação estrutural: 26,9% da população brasileira se declara evangélica, o que equivale a 47,4 milhões de pessoas e até 2049 esse grupo deve se tornar o maior segmento religioso do país. Mais do que um movimento espiritual, trata-se de um ecossistema econômico, midiático e cultural que movimenta R$ 21,5 bilhões por ano e está reconfigurando as dinâmicas de consumo, identidade e representação no Brasil.

“O Gospel Power é um convite para que marcas, criadores e instituições compreendam a fé como um driver cultural e econômico. Entender essa comunidade é entender uma nova lógica de consumo e influência que já molda o presente e o futuro do mercado brasileiro”, afirma Kika Brandão, CEO da Estúdio Eixo.

Gospel Economy: a fé como ativo econômico

O estudo posiciona o público evangélico como uma das frentes mais dinâmicas da nova economia cultural brasileira. A chamada Gospel Economy não se resume a produtos religiosos: trata-se de um ecossistema de consumo guiado por propósito, valores cristãos e pertencimento.

Os evangélicos movimentam R$ 21,5 bilhões anuais em setores como moda, beleza, entretenimento, educação e turismo, com padrões de consumo marcados por coerência e propósito.
Segundo o estudo:

· 58% afirmam que a fé influencia diretamente suas escolhas de consumo;

· 52% não se sentem representados pelas campanhas publicitárias atuais;

· 31% já boicotaram marcas que contrariaram seus princípios;

· 58% estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços alinhados aos seus valores.

Esse é o retrato de um consumo moralizado, que busca coerência e pertencimento que se traduz em oportunidade concreta para marcas que entendem propósito como estratégia, não como discurso.

Representatividade e influência: o poder das vozes evangélicas

O Gospel Power destaca o papel central da representatividade na expansão e diversificação do imaginário evangélico. Com 59% de pessoas negras, 55% de mulheres e 60% de jovens entre seus fiéis, a comunidade é diversa, plural e cada vez mais consciente de sua presença cultural. Essa base é também uma das mais ativas nas redes, onde a fé se transforma em conteúdo, performance e identidade.

O chamado púlpito digital é hoje uma das maiores forças de comunicação do país:

· 85% dos evangélicos consomem conteúdo religioso no YouTube;

· 78% estão em grupos de WhatsApp ligados à fé;

· e 65% afirmam que o TikTok é seu principal canal de descoberta de mensagens e influenciadores.

Nessa lógica, nomes como Deive Leonardo (16,6M), Bispo Bruno Leonardo (58M) e Isadora Pompeo (8,1M) se tornaram mediadores culturais de massa, traduzindo espiritualidade em entretenimento e propósito em engajamento.

Mas o estudo mostra também a força de uma nova geração de microinfluenciadores evangélicos, que dominam linguagens de lifestyle, moda, humor e autocuidado com propósito, um movimento que faz da fé uma linguagem de comportamento e influência cultural.

Juventudes e o fenômeno Gospel Premium

As juventudes evangélicas que já representam 31,6% das crianças de 10 a 14 anos e 28,9% dos adolescentes entre 15 e 19, são o motor dessa transformação. São elas que estão atualizando os códigos da fé e transformando o gospel em estética, conteúdo e lifestyle.

O estudo identifica o surgimento do Gospel Premium, uma vertente aspiracional e elitizada do movimento, marcada pela sofisticação estética, valorização do design, da moda e da performance digital. Mais do que uma tendência, o Gospel Premium reflete a evolução simbólica da fé como expressão de sucesso e pertencimento, ao mesmo tempo, provoca o mercado a repensar as representações sobre religiosidade, classe e consumo.

“A fé evangélica não é apenas um discurso moral, mas uma estética de prosperidade, identidade e influência. E é nesse espaço que as marcas precisam entender como dialogar, sem estereótipos, com cultura e verdade”, complementa Kika Brandão.

O Gospel Power aponta que compreender a cultura evangélica é compreender um dos fenômenos sociais e econômicos mais relevantes do país hoje. Para marcas, agências e criadores, o estudo funciona como mapa estratégico: ele mostra que o público evangélico é, ao mesmo tempo, consumidor, produtor de conteúdo e formador de opinião.

A fé evangélica é hoje um canal de influência com impacto direto no comportamento de consumo, nas tendências digitais e na construção de narrativas de propósito. Trata-se de uma cultura que já move o mercado e que exige das marcas um novo olhar: menos segmentado, mais sensível, conectado e estratégico.

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