O Arena Digitalks mostrou que o mercado de comunicação atravessa um
momento decisivo, em que tecnologia, cultura pop, criatividade e mudanças
no comportamento do consumidor convergem para acelerar a transformação
do setor.
O evento, que foi realizado nos dias 3 e 4 de dezembro, em São
Paulo, foi o primeiro sob a gestão do Next Group, que adquiriu a marca no
início deste ano. Confira cinco tendências destacadas no evento que
chamaram atenção pela força com que já moldam práticas, investimentos e
estratégias de diferentes marcas e players de mídia.
Inteligência Artificial como infraestrutura:
A inteligência artificial aparece como protagonista incontestável. No painel de
Pyr Marcondes, a mensagem foi clara: IA não é mais ferramenta, é
infraestrutura. Empresas que não adotarem modelos AI-first correm risco de
obsolescência em meses. A revolução não está apenas nos grandes modelos
de linguagem, mas nas aplicações práticas que resolvem micro tarefas e
aumentam produtividade.
No Digitalks, IA deixou de ser diferencial
competitivo para se tornar condição básica de sobrevivência.
Sonic Signature e fortalecimento das marcas sonoras:
Outra tendência em ascensão é o Sonic Signature, apresentado pela
Mastercard, que reforçou o papel estratégico do som como identidade de
marca. Em um cenário saturado de estímulos visuais, a criação de assinaturas
sonoras, como as sete notas que representam a marca globalmente, se
consolida como ferramenta poderosa de vínculo emocional e memorização,
reforçando o avanço do Quantum Marketing e das conexões sensoriais.
Globo como ecossistema crossmedia e transgeracional:
A força da Globo também ganhou destaque. Gabriela Sicito, da GloboAds,
demonstrou como o grupo mantém seu posto como maior ecossistema de
comunicação do país, com alcance de 98% da população. A integração natural
entre TV aberta, streaming e plataformas digitais cria um ambiente
crossmedia e transgeracional que poucas empresas conseguem replicar.
Dados robustos, segmentação local e diversidade de formatos apontam para
um futuro no qual o digital não substitui, mas convive e se integra ao
broadcast.
Reinvenção criativa do SBT:
O SBT trouxe ao evento uma discussão sobre a volta da criatividade que não
apenas atrai, mas mantém atenção. O case da Menina Fantasma, que atingiu
mais de 300 milhões de views exemplifica como formatos clássicos podem ser
reinventados para novas gerações. A emissora reforçou que mesmerização
captura o olhar, mas é a inteligência narrativa que garante permanência e
gera conversa.
Nostalgia estratégica: o case Stranger Things + Valda:
Fechando as principais tendências, o painel sobre marcas e entretenimento
destacou a collab Valda + Stranger Things como símbolo do uso estratégico da
nostalgia. O sucesso da ação não veio só da estética dos anos 80, mas da
conexão genuína entre universos complementares. A provocação deixada no
palco foi direta: viralizar é fácil; manter relevância, não. Marcas que
conseguirem transformar nostalgia em continuidade narrativa estarão um
passo à frente.
No conjunto, o Arena Digitalks indicou que o futuro da comunicação será
híbrido, sensorial, inteligente e profundamente cultural e que acompanhar
esse movimento não é mais escolha, mas necessidade estratégica para quem
deseja se manter competitivo.Uma nova edição do evento, também em São
Paulo, desta vez em um formato ainda maior está previsto para setembro de
2026.