sexta-feira, dezembro 5, 2025
Programa Grandes Nomes da Propaganda no canal Markket
InícioDestaquesEnquanto você aperfeiçoa planilhas, concorrentes dominam sistema 1

Enquanto você aperfeiçoa planilhas, concorrentes dominam sistema 1

Deixa eu te perguntar uma coisa: Você sabe por que alguns executivos são lembrados como referência, mesmo sem serem os mais competentes da sala?

Segundo estudos em neuromarketing, até 95% das decisões humanas são tomadas de forma inconsciente, no que o Nobel Daniel Kahneman chama de Sistema 1 — rápido, intuitivo e emocional.

Em outras palavras: antes mesmo do seu cérebro racional analisar dados e argumentos, ele já criou uma percepção sobre você.

Autoridade, portanto, é percebida antes de ser comprovada.

Imagine o seguinte cenário: uma sala de conselho em que dois executivos apresentam propostas praticamente idênticas. Os dois têm histórico e preparo — mas só um conquista a confiança imediata da diretoria. Por quê?

A resposta não está apenas na lógica ou qualidade técnica (Sistema 2), mas no conjunto de sinais emocionais e heurísticas inconscientes que o cérebro dos decisores associa àquele executivo.

Nos corredores corporativos, a racionalidade é apenas a etapa final do julgamento; o Sistema 1 prepara o terreno, ativando atalhos mentais que determinam quem será a referência.

 

Por dentro da ciência: como nosso cérebro processa Autoridade

O cérebro humano trabalha com dois sistemas:

· Sistema 1: rápido, automático e inconsciente. Ele ativa percepções imediatas de confiança e autoridade.

· Sistema 2: lento, analítico e racional. Ele valida as decisões já instintivamente tomadas, procurando justificativas.

 

No ambiente executivo, o personal branding é impactado por heurísticas — atalhos mentais que facilitam nossas escolhas:

· Efeito Halo: Uma credencial forte — pode ser uma formação, cargo ou reconhecimento — “contamina” positivamente toda a percepção sobre você.

· Escassez: A sensação de exclusividade, de que você é um recurso raro, aumenta o valor percebido da sua autoridade.

· Ancoragem: A primeira informação que alguém associa a você molda todas as interpretações futuras.

Entender esses mecanismos não é papo de psicólogo; é estratégia pura para quem lidera e precisa ser lembrado.

 

Onde muitos líderes erram

há uma crença comum: autoridade vem só da entrega técnica.

Mas nosso cérebro não funciona assim. A confiança não é uma linha reta entre competência e reconhecimento. Ela é ativada primeiro por sinais emocionais (atuando no Sistema 1) e só depois validada pelo raciocínio (Sistema 2).

O custo deste erro é alto: profissionais brilhantes permanecem invisíveis, porque não comunicam seus sinais de autoridade de forma estratégica — seja pela linguagem corporal, narrativa ou posicionamento.

Não é falta de competência. É falta de posicionamento neurocientificamente alinhado.

 

Como agir? Um framework estratégico para Executivos que querem ser referência

Reposicione seus sinais de autoridade: Avalie quais heurísticas atuam contra sua imagem. Por exemplo: uma comunicação excessivamente genérica pode gerar a percepção de fragilidade e falta de foco.

Construa uma narrativa coerente: Combine comunicação para o Sistema 1 (emocional, simbólica, histórias) com elementos para o Sistema 2 (dados, provas, métricas). Isso cria uma ponte entre a emoção e a racionalidade.

Adote uma estratégia de exposição controlada: Mapeie ambientes de alta visibilidade onde sua autoridade será reforçada — conselhos, keynotes, artigos. É aqui que o “efeito Halo” acontece de verdade.

 

Essa é a receita estratégica que pode mudar a percepção que o mercado tem de você — e mais: elevar sua autoridade executiva para patamares inquestionáveis.

 

“Mas isso não é manipulação?”

Entendo a objeção — muitos temem que falar em gatilhos, heurísticas e Sistema 1 seja sinônimo de truques de marketing.

Não é.

É alinhar como você se comunica com a forma como o cérebro humano realmente toma decisões. Neurociência aplicada, não manipulação.

Você entrega valor, só que entrega da forma certa, consciente do funcionamento mental das pessoas.

 

E agora?

Se você sente que entrega mais do que o mercado percebe, talvez o problema não seja competência, mas falta de uma estratégia neurocientífica de posicionamento executiva.

Agende um diagnóstico estratégico comigo e descubra quais heurísticas estão moldando — ou sabotando — sua autoridade.

Vamos conversar e tornar sua influência tão clara quanto sua entrega.

 

Para fechar, pense nisso:

“Autoridade não é construída apenas na planilha; ela é esculpida nos circuitos emocionais do cérebro de quem decide. O executivo que entende isso não só entrega valor — ele se torna referência inquestionável.”

Como num jogo de xadrez, antecipar os movimentos inconscientes do adversário é tão essencial quanto dominar a técnica. Seu posicionamento é seu escudo e seu radar.

Então, bora trabalhar essa marca pessoal?

 

Paulo Moreti | Gestor de Personal Branding

Artigos relacionados

Novidades