A digitalização dos negócios ajudou a abrir novos horizontes para as lideranças femininas no mercado de trabalho.
Na Cadastra, uma das maiores especialistas da América Latina em serviços tecnológicos aplicados ao marketing para crescimento que completa 25 anos este ano, o foco na formação e desenvolvimento de talentos gerou oportunidades para uma geração de mulheres. Nesta linha, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), a participação feminina na área de tecnologia cresceu 60% entre 2015 e 2020, passando de 27,9 mil para 44,5 mil mulheres atuando no setor. Atualmente, a Cadastra conta com 57% da equipe e 60% da liderança formada por mulheres, sendo duas vice-presidentes. Além de VPs, Débora Sabidussi e Nathália Dalla Corte são também sócias e desenvolveram suas carreiras na Cadastra, ambas tendo mais de 15 anos de casa.
Débora Sabidussi ingressou na Cadastra em 2005 como gerente de links patrocinados em um momento em que o marketing digital ainda dava seus primeiros passos no Brasil. Com formação em Administração com Análise de Sistemas, iniciou sua carreira em tecnologia, mas viu no digital um setor promissor. “Minha carreira no marketing digital começou na Cadastra. Antes disso, nunca havia trabalhado na área, mas percebi que era um mercado com grande potencial e decidi apostar na oportunidade”, relembra. Na época, a empresa tinha cerca de 15 colaboradores – hoje conta com cerca de mil e atuação em cinco países – e atuava principalmente em search marketing (o então famoso cadastro de links em buscadores como o Google e outros). Conforme o setor evoluiu, a Cadastra foi sofisticando sua atuação e Débora cresceu junto. Em 2015, assumiu o cargo de diretora de mídia, e em 2020, tornou-se VP de Performance & Data, passando a liderar diversas frentes de negócio como CRM, SEO, CRO e Analytics. Atualmente, gerencia mais de 300 profissionais e destaca a importância da formação de equipes e da inovação constante. “O digital muda todos os dias. A inteligência artificial e a automação transformaram processos, mas essa não é a primeira revolução que enfrentamos. O segredo é saber equilibrar tecnologia com estratégia e talento humano.”
Nathália Dalla Corte: de estagiária a VP de Business & Strategy Cinco anos após a chegada de Débora, foi a vez de Nathália Dalla Corte dar início à sua trajetória na Cadastra. Curiosamente, foi a própria Débora quem a contratou como estagiária de mídia digital, em 2009. “Eu sabia muito pouco sobre o mercado digital. Estudei um pouco o assunto e fui para a entrevista sem ter ideia do tanto que esse mercado mudaria minha carreira”, lembra Nathália. Com o crescimento do marketing digital, Nathalia acompanhou a evolução da empresa e, quatro anos depois, tomou uma decisão importante: se mudar para São Paulo – a Cadastra foi fundada em Porto Alegre (RS) – para ampliar sua atuação. “Na época, a Cadastra não tinha um time de mídia em São Paulo, mas eu sabia que precisava estar onde as decisões aconteciam.”Assim, tornou-se a primeira estrategista de contas na cidade, já adiantando um modelo mais estratégico e consultivo que a Cadastra adota hoje, estando à frente de grandes clientes e ajudando marcas a estruturarem estratégias robustas no digital.
Ao longo dos anos, a executiva cresceu na empresa e hoje é VP de Business & Strategy, liderando mais de 90 profissionais e sendo responsável pelo relacionamento com clientes de grande porte da Cadastra. ” O digital é dinâmico, e o grande desafio é desenvolver times na mesma velocidade. No início da minha carreira, eu não sabia nada sobre isso, e só cheguei até aqui pelo ambiente certo. Por isso, sempre fiz questão de criar esse espaço de crescimento dentro da empresa.”
Liderança feminina no digital: desafios e oportunidades
O caminho para a equidade no mercado digital ainda apresenta desafios, mas também oportunidades para transformar o setor. Nathália destaca que a chave para romper essas barreiras está na preparação constante e na capacidade de adaptação. “Não existe mais espaço para lideranças que não acompanham as mudanças do setor, ainda mais na área digital. A velocidade da tecnologia exige que a gente esteja sempre aprendendo e questionando processos.” Além do conhecimento técnico, a liderança no digital demanda habilidades estratégicas e um olhar colaborativo. “Não é sobre saber tudo, é sobre construir times que sabem resolver problemas juntos. Essa é a verdadeira força da liderança no digital”, diz Nathália. Sobre tomada de decisão, a VP de Business & Strategy afirma: “No digital, as decisões precisam ser rápidas, mas também embasadas. O papel da liderança é equilibrar análise de dados, experiência de mercado e intuição para definir caminhos estratégicos.” Outro aspecto fundamental é o modelo de negócio: “O crescimento sustentável de qualquer empresa no digital não acontece por acaso. Um modelo de gestão eficiente precisa equilibrar estratégia, execução de alto nível e uma cultura de aprendizado contínuo, sempre priorizando a entrega de valor e a adaptação às mudanças do mercado.”
Segundo Débora, “A verdadeira transformação no mercado acontece quando as empresas não apenas abrem espaço para mulheres na liderança, mas também criam uma cultura onde diferentes perspectivas são valorizadas. Diversidade não é apenas sobre representatividade, mas sobre construir negócios mais inovadores e competitivos.”
A executiva ressalta que a mudança depende de um compromisso real por parte das lideranças. “Criar um ambiente mais equilibrado exige que gestores incentivem o desenvolvimento de todos os profissionais e garantam que talentos sejam reconhecidos com base em suas habilidades. Quando há um esforço consciente para construir equipes diversas, o impacto na performance e na inovação do negócio se torna evidente..” Sobre liderança, a VP de Performance & Data reforça ainda que “Liderar não é apenas definir metas e cobrar resultados. É saber ler o cenário, adaptar-se às mudanças e oferecer suporte para que o time tenha autonomia e confiança para inovar.” Além disso, “A combinação entre tecnologia e talento humano é essencial para a performance dos negócios. Automatizar processos nos dá mais tempo para focar no que realmente importa: estratégia, inovação e desenvolvimento de pessoas.”