O movimento #VoltaPinheiros, que busca conscientizar a população e as autoridades públicas do descaso com a situação do Rio Pinheiros, volta a cobrar os políticos. Nesta semana, foram enviados cerca de 50 kits para a Câmara Municipal de Vereadores, Prefeituras Regionais, Prefeitura Municipal de São Paulo e Governo do Estado, incluindo agentes da CPTM, SABESP, EMAE, o Governador Geraldo Alckmin e o Prefeito João Doria.
A mensagem traz uma provocação aos governantes, que, mesmo sabendo do movimento de cobrança, ainda não se manifestaram, nem após a breve reunião realizada com a Secretaria do Governo Municipal (SGM), órgão vinculado ao gabinete do Prefeito, em outubro do ano passado.
“Tivemos apenas uma reunião com o secretário adjunto e depois disso ficamos no esquecimento, assim como o Rio Pinheiro. É triste perceber que a cidade adoraria contribuir para um movimento desses e as autoridades responsáveis continuem tão acomodadas”, explica Marcelo Reis, idealizador do movimento.
O kit contém uma mensagem destinada aos políticos, pedindo respostas sobre pontos que nunca foram esclarecidos. De forma lúdica, uma almofada em formato de emoji de cocô complementa a mensagem: “Esta almofada é um confortável presente para quem consegue dormir com o Rio Pinheiros desse jeito.”
Entre as cobranças, estão perguntas como quando o Governo e a Prefeitura vão se reunir para adotar medidas necessárias à efetiva execução dos contratos, planos e metas de saneamento que vêm sendo sistematicamente adiados e até mesmo quando a Prefeitura vai passar a atuar de forma incisiva para que os investimentos já realizados não se percam, uma vez que dados comprovam que cerca de 70 mil imóveis na cidade de São Paulo não têm ligação com a SABESP, despejando todo seu esgoto diretamente no rio.
Tomando como exemplo de primeiro passo da iniciativa do poder público em prol da limpeza de um rio urbano, o #VoltaPinheiros provoca ao enaltecer o caso do Rio Belém, em Curitiba, que ganhou um projeto de limpeza e revitalização em dezembro de 2017. O Governo do Paraná e a Prefeitura de Curitiba firmaram um convênio para iniciar as ações no rio que é o mais longo e poluído da capital. O convênio foi assinado pela governadora em exercício, Cida Borghetti (PP), e o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN). O projeto está em andamento.
Já em Foz do Iguaçu, o Rio Iguaçu, que tem aproximadamente 1.320 km de extensão e serve de divisa natural entre Santa Catarina e Misiones (província da Argentina), tem ganhado cada vez mais investimentos por meio do da atuação do Grupo Gestor de Revitalização do Rio Iguaçu (GGRI), instituído por meio do Decreto 1.589/2015.