Adquirida há cinco anos pela Vinícola Salton, a área de 635 hectares, em Santana do Livramento, está produzindo excelentes frutos. Desde o início, a unidade já recebeu investimento de R$ 22 milhões, entre vinhedo, infraestrutura e equipamento. O projeto é uma aposta no potencial da região da Campanha Gaúcha, considerada a “Califórnia Brasileira”, propícia para elaboração de vinhos e espumantes. Para uma colheita eficiente, a empresa utiliza a primeira colhedora automotriz do país.
Segundo o agrônomo da vinícola, Maurício Copat, a cantina conta com equipamentos de última geração e inéditos no Brasil. “A colhedora adquirida na França preserva a qualidade da uva e permite uma colheita mais rápida e eficiente. Com a vibração e a mesa seletora, temos uma triagem prévia dos melhores grãos. Assim, colhemos com alta qualidade”, explica Copat. Com a nova tecnologia, a gestão e o controle das uvas serão totalmente automatizados. O aparelho, instalado em uma planta-piloto especialmente projetada para este fim, é novidade no Brasil.
A unidade de Santana do Livramento é responsável pelo recebimento das uvas próprias, que, para esta safra, estão em torno de 1 milhão de quilos e das uvas dos fornecedores da região da fronteira, transformando o produto em mosto, que é o resultado do esmagamento das uvas. O líquido seguirá para etapa final da vinificação na unidade de Tuiuty, na Serra Gaúcha. “É uma maneira de diminuir o custo do frete e do transporte de um peso desnecessário que engloba caixas plásticas, cascas, sementes e resíduos”, explica o presidente da vinícola, Daniel Salton.
Na região da Fronteira Oeste, localizada próxima ao Uruguai, as uvas possuem uma graduação alcoólica maior, já que o clima favorece o desenvolvimento da videira e o amadurecimento ideal das uvas. Entre as variedades produzidas, estão Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Pinot Noir, Marselan, Merlot, Pinot Grigio, Sauvignon Blanc, Tannat e Teroldego, que originam os vinhos Salton Desejo, Salton Virtude, Salton Talento, Salton Intenso Marselan e todos os vinhos da Linha Salton Paradoxo.
Desde 1999, a Salton mantém projetos na fronteira, com parceiros em Livramento e Bagé. Os resultados, acompanhados pelos enólogos e pelos agrônomos da vinícola, sempre foram bons e de qualidade crescente. O relevo da região é plano e suavemente ondulado, topografia que favorece a mecanização, bem como a implantação de técnicas diferenciadas no trato do vinhedo. A similaridade com os vinhedos da Califórnia está, além do clima, na sucessão de pequenos vales, cada um com particularidades de clima e solo, criando um celeiro de terroirs propícios ao desenvolvimento de vinhos de qualidade.