Para chamar a atenção sobre a gravidade que é o desaparecimento de uma criança e reforçar a cobrança por políticas públicas sobre desaparecimentos, o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), do Ministério Público do Estado de São Paulo, lança nova campanha em que uma das meninas do quadro “Rosa e Azul” (1881), de Pierre-Auguste Renoir, é apagada. Com criação da VML, agência pro-bono do MP-SP desde 2014, a campanha também apresenta depoimentos de mães de crianças desaparecidas que compartilham seu sofrimento.
Com linguagem de curta-metragem, o filme estreia nas redes sociais e portal do MP-SP com versão para TV e Cinema. Nele, o quadro original, pertencente ao acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP), passa a sofrer uma intervenção artística – efeito em computação gráfica para simular que uma imagem foi “apagada” -, enquanto reproduz sonoras de mães de crianças desaparecidas. “A saudade é o que nos mata aos pouquinhos. E a esperança é o que nos mantêm vivas”, afirma uma delas. Ao final, quando uma das meninas de uma das telas mais conhecidas do mundo “desaparece”, entra a locução: “Se uma criança faz falta em um quadro, imagina em uma família”.
“Há tanto por fazer, diante de temática tão séria, mas historicamente relegada pelo direito brasileiro, que acreditamos essencial pautá-la através das pessoas que vivem essa dor diária, cuja fala é maior do que qualquer adjetivação da dor”, afirma a Promotora de Justiça Eliana Vendramini, coordenadora do PLID-SP.
Para o Procurador-Geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, “o problema é grave e pede urgência. O PLID foi criado com o objetivo de facilitar a busca de pessoas desaparecidas e de ser um articulador na construção de políticas públicas que precisam ser implantadas para que o sofrimento dessas famílias não seja eternizado”.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo estão desaparecidas hoje no estado de São Paulo 9.552 pessoas. “Rosa e Azul”, obra-prima do Impressionismo, retrata as meninas Alice e Elizabeth, filhas do banqueiro Louis Raphael Cahen d’Anvers, aos 5 e 6 anos de idade, e foi a peça-chave escolhida pela agência VML para impactar o público, como explica o Diretor-Executivo de Criação, Jairo Anderson. “Quando vemos o artista “apagando”, aos poucos, uma das meninas que estava na obra, a sensação é triste, é dolorida. Essa foi a forma que encontramos de representar a ausência, já que uma família com um ente querido desaparecido é uma obra de arte incompleta”, comenta Jairo.
Além da agência VML, todas os parceiros envolvidos na produção – Spanda (produtora de vídeo), Raw (produtora de áudio), Pict Estúdio (manipulação de imagens) e Galeria Virgílio/O Barco (cessão de estúdio) – abraçaram a causa e atuaram de forma voluntária.
Confira o filme da campanha:
Ficha Técnica
Título: A Obra de Arte Incompleta
Anunciante: Ministério Público do Estado de São Paulo
Agência: VML
Direção Executiva de Criação: Jairo Anderson
Direção de Criação: Jairo Anderson
Redação: Enzo Sunahara e Mauro Mandil
Direção de Arte: Yumi Shimada e Gleison Stievano
Atendimento: Carlos Alves e Fabio Imparato
Gerente de Projeto: Joana Carmo
Produção Executiva: Rodrigo Vinhaes
Produtora de vídeo: Spanda
Direção: a_dupla (Guga Ferri e Danilo Mantovani)
Direção de fotografia: a_dupla
Produtora executiva: Ana Clara Cenamo
Produtora: Camilla Hoffmann
Assistente de Produção: Mariana Negreiros
Atendimento: Juliana Eduardo
Edição: Marco Rempel
Finalização: Cut Films
Produtora de áudio: Raw Audio
Manipulação de imagem: Pict Estúdio
Colaboração: Galeria Virgílio, Centro Cultural b_arco, Cidão Produções, RentalCam, Capricho Molduras e Shift Inc.
Cliente: Dr. Márcio Fernando Elias Rosa, Dra. Eliana Vendramini e Marília Taufic
Data de produção: Março/2016.