Para celebrar o Dia Internacional da síndrome de Down, em 21 de março, o Instituto Jô Clemente, antiga APAE DE SÃO PAULO, está postando em suas redes sociais (Facebook, Instagram e LinkedIn) e no blog Inclusão histórias de jovens com a síndrome que se destacaram e conquistaram espaço no mercado de trabalho. O objetivo da ação é conscientizar a sociedade a respeito da importância de se abrir vagas nas empresas para pessoas com síndrome de Down.
As peças contarão as histórias de Gabriel Bernardes, criador da empresa de brigadeiros gourmet Downlícia, que hoje participa de diversos eventos vendendo seus produtos. Gabriel também é digital influencer; Jair Filho, que é um dos destaques entre os atendentes da boutique de cafés Nespresso, em São Paulo; Ariel Goldenberg, que é ator de TV e cinema e ganhou fama em 2013, quando protagonizou o filme ‘Colegas’; e Cristiane Gonçalves, auxiliar administrativa que já trabalhou no Tribunal de Justiça, em São Paulo, e hoje faz parte da equipe de RH do Instituto Jô Clemente.
O projeto foi assinado pela agência Plena Conteúdo e as fotos usadas junto aos textos com as histórias dos jovens foram feitas por Maria Cecilia Rufini, Ana Paula Faverão e André Miranda. Todo o trabalho é voluntário.
O Instituto Jô Clemente, que insere no mercado de trabalho pessoas com deficiência intelectual, por meio da metodologia do Emprego Apoiado, incluiu oito jovens com a síndrome em empresas parceiras em 2019, num universo de 28 adolescentes e adultos, também com a síndrome, que estão à procura de uma colocação no mercado de trabalho. No ano anterior, haviam sido nove inclusões. No total, em 2019, a Organização incluiu 507 pessoas com deficiência intelectual em pouco mais de 50 empresas e órgãos públicos em São Paulo. Em 2018, haviam sido 417.
No cenário da inclusão profissional no país, que diz respeito aos jovens e adultos com deficiência acima de 18 anos, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2018, a pessoa com deficiência intelectual é o grupo menos incluído, representando apenas 18% das inclusões, enquanto as pessoas com deficiência física, por exemplo, representam 47%.
Para o doutor Caio Bruzaca, geneticista do Ambulatório de Diagnósticos do Instituto Jô Clemente, “ainda vemos muitas pessoas que acreditam que a síndrome de Down seja uma doença e que ela incapacita a pessoa, um mito que precisa ser quebrado. Precisamos tirar esse estigma da sociedade”. Segundo ele, a diferença dessas pessoas para as demais é apenas um cromossomo a mais no par 21, “por isso que chamamos de trissomia 21, mas isso não é motivo para deixar de inserir essa pessoa na sociedade. Eles são capazes”, explica.
O especialista comenta que para cada 700 a 800 nascidos vivos no mundo, um tem síndrome de Down. “Esses são números de organizações da área da saúde de diversos países. Para se ter uma ideia, estima-se que há de 270 a 300 mil pessoas com essa condição no Brasil, o que mostra que há muito o que se fazer para incluir essas pessoas em todas as esferas sociais”, diz.