quinta-feira, dezembro 19, 2024
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Comgás reestrutura área de treinamento com método de linguagem visual

Um dos principais desafios atuais dos designers instrucionais é desenvolver um treinamento capaz de alinhar as expectativas da empresa com as reais necessidades de aprendizagem dos colaboradores e as constantes transformações de mercado decorrentes de uma sociedade extremamente volátil, caracterizada pela 4ª revolução industrial. Não por acaso, o estudo “Panorama do Treinamento no Brasil” identificou que o nível de satisfação organizacional em relação à área de T&D é de apenas 15%.

Este contexto ajuda a compreender os enormes desafios que a Comgás teve de encarar em sua área de capacitação técnica nos últimos anos. De acordo com Jairo Chiaroti, gerente de treinamento da companhia, em um esforço conjunto das lideranças da Comgás, foi identificado que algumas ações de treinamento técnico estavam relativamente desalinhadas com as estratégias corporativas. Por esta razão, a maior distribuidora de gás natural brasileira procurou uma empresa parceira para ajudar a identificar os melhores caminhos a serem tomados. “Além de reformular o funcionamento da área, a fim de trazer assertividade, a ideia era recuperar a imagem positiva das ações perante toda a equipe. Portanto, o ideal foi promover uma reconstrução do zero, a partir de demandas pontuais em paralelo à instalação do que hoje conhecemos como ‘Fábrica de Conteúdo'”, conta.

Na prática, esta iniciativa trata-se de uma espécie de esteira de produção de materiais que realiza desde a análise do briefing até a entrega final dos projetos. A solução nasceu com o objetivo de proporcionar uma gestão contínua do conhecimento na qual os projetos existentes recebem atualizações e novos insights são concretizados. Assim, a proposta é fazer com que um time de especialistas atenda às necessidades da companhia para garantir agilidade nas demandas, sem pecar na qualidade das entregas.

“Quem define a prioridade das entregas é o cliente. Então, é possível estar no meio de um projeto e, ao mesmo tempo, solucionar uma emergência. Outro ponto positivo da Fábrica é o fato de trabalhar com a metodologia de linguagem visual, em que elementos como infográficos, jogos e ilustrações são responsáveis por capturar a essência das mensagens a serem transmitidas nos treinamentos em um formato estruturado de maneira intencional, uniforme, atrativo e de simples assimilação. Consequentemente, as soluções de aprendizagem tornam-se mais competitivas”, explica Renato Gangoni, CEO da Spin Design, empresa escolhida para conduzir esse processo junto à Comgás.

A grande “inauguração” da Fábrica de Conteúdo na Comgás ficou por conta do desenho da trilha de aprendizagem dos engenheiros, que mapeia os conhecimentos fundamentais para um desempenho de alta performance no cargo de supervisionar os seguintes procedimentos de serviço: abertura de rua, passagem de cano e entrega do cano na casa do cliente. “A transição de imagem da área de treinamento começou a ocorrer já na entrega do projeto, no momento em que agregamos valor ao trabalho ao disponibilizar para o gestor um material impresso, bem diagramado e transparente. Imediatamente após a aprovação da ação, o time envolvido, direta e indiretamente na iniciativa, se mobilizou, a fim de inserir a demanda na lista de prioridades para que ela seja finalizada ainda este ano”, revela Gangoni.

Sobre os principais diferenciais desse trabalho, o executivo da Spin Design cita a importância do “ato da escuta”. Ou seja, em vez de preocupar-se apenas com a elaboração de um conceito para o projeto, é imprescindível ir a campo compreender os resultados esperados pela organização, ouvir o feedback do consumidor final e conversar com os funcionários sobre o escopo de atividades presente na rotina diária. Em seguida, é preciso cruzar as informações obtidas a fim de identificar os gaps existentes nos procedimentos e criar resoluções. “O que os colaboradores precisam saber (e como podem obter estes conteúdos) são os dados que realmente importam em soluções de aprendizagem. Então, ao deixar de ir a campo durante a construção do material perde-se a consistência pela falta de profundidade. Para se ter noção, passamos três semanas na rua na trilha dos engenheiros, por exemplo”, explica o especialista.

Entre outros fatores que também fazem a diferença em um processo como este está a percepção do mindset dos gestores que trazem as demandas. A área de Recursos Humanos normalmente se adianta para identificar tais necessidades, mas o ideal é trazê-los para perto aos poucos e focar no como fazer, e não, necessariamente, no conteúdo em si. Para finalizar, um ótimo caminho é tangibilizar as entregas com materiais impressos e digitais, a fim de maximizar a visualização dos resultados. “Estamos falando de uma área de treinamento totalmente reformulada, em que os processos de trabalho estão sendo aprimorados. Porém, o caminho está correto. Estou muito feliz com a eficácia das entregas”, diz o gerente de treinamento da Comgás.

 

 

 

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