Campanhas contribuem para aumento de 30% nas doações de sangue

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Todo mundo sabe, ou deveria saber: doar sangue é rápido, simples, seguro e salva vidas. Mas, na correria do dia-a-dia, esse ato de solidariedade pode acabar esquecido. Com o intuito de impulsionar as doações, principalmente nas épocas do ano que tradicionalmente já existem menos voluntários, os hemocentros têm recorrido a campanhas para atrair e recrutar doadores.

Como foi o caso da Pró-Sangue, que entre junho e julho de 2015 registrou um aumento de 30% nas doações, em relação ao mesmo período de 2014. Esse índice se deu por conta do conjunto de ações adotadas pela Fundação, como a intensificação na convocação de doadores por telefone, e-mail e SMS e envio de 30 mil malas diretas – medidas que são adotadas sempre que o hemocentro tem baixa em volume de estoque. Mas o que chamou a atenção em 2015, foram as novas e criativas campanhas de marketing, como a inusitada DOA-SE, uma iniciativa espontânea da sociedade civil que atraiu a atenção da população Brasil afora.

Cansados de ver amigos divulgando nas redes sociais pedidos de doação de sangue para ajudar algum conhecido, os publicitários Vinicius Sakamoto e Mateus Oliveira, criaram a campanha DOA-SE (www.doasesangue.com.br). Nela, cidadãos comuns foram convidados a colocar aquela conhecida placa de ‘VENDE-SE’ em seus carros, mas desta vez com a palavra ‘DOA-SE’.

Ao chegar mais perto da placa, era possível entender que se tratava de um incentivo à campanha de doação de sangue, com contatos de hemocentros e hospitais além da frase ‘Doar sangue não chama tanto a atenção, mas ajuda muito mais. Entre nessa campanha. Ligue agora e agende sua doação’. “O grande desafio foi gerar engajamento das pessoas, fosse para doar sangue ou apenas colaborando colando a placa no carro” explica Vinicius Sakamoto, um dos idealizadores da campanha.

Passado quase dois meses da campanha no ar os publicitários comemoram os resultados “O mais interessante foi ver como a sociedade se mobiliza por causas importantes. Criamos a campanha com o intuito de ajudar, porém não imaginávamos quanto apoio receberíamos de todas as partes do Brasil. Tivemos mais de 7 mil acessos nos dois meses da campanha e quase 6 mil downloads de placas” – conta Mateus Oliveira, também criador da campanha.

“Além dessa nova ação, outras campanhas como ‘Junho Vermelho’, ‘Projeto Mundo Melhor’, ‘Motociclista Sangue Bom’, ‘Projeto Vida Por Vidas’ e ‘Maria Sangue Bom’ contribuíram para o aumento de doadores, gerando melhor distribuição no estoque de sangue e hemoderivados aos hospitais abastecidos”, explica Doris Sandoval Lavorat, gestora da comunicação corporativa da Fundação Pró-Sangue. Segundo a Fundação Pró-Sangue, menos de 2% da população brasileira é doadora, o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que esse percentual fique entre 5% e 6%.

Historicamente junho e julho são os meses com menos doação, cerca de 30% menos em relação as demais, segundo dados da Fundação Pró-Sangue, ligada à Secretaria Estadual da Saúde. O problema pode ainda ser agravado por conta da epidemia de Dengue, que já vem comprometendo alguns estoques. Isso porque cada doação de sangue recebida é dividida em três bolsas diferentes: plaquetas, hemácias e plasma. São as plaquetas as grandes responsáveis por ajudar quem sofre com a dengue hemorrágica, mas é preciso uma bolsa para cada 10 quilos do peso da pessoa e esse processo pode ser repetido durante vários dias.