A Terra está perdendo seus recursos naturais. Embora preservá-la seja a solução mais eficiente, bilionários iniciaram uma corrida espacial em busca de vida e recursos em abundância em outros planetas – mas que um dia também se esgotarão, repetindo uma lógica nada sustentável.
Entre as tecnologias desenvolvidas para as viagens à estratosfera, estão os trajes espaciais: roupas extremamente caras e complexas, concebidas para manter o ser humano vivo durante a sua aventura de cruzar várias camadas da atmosfera.
Na véspera da primeira missão privada à Estação Espacial Internacional, a Oriba e as empresas parceiras Cataguases e Dalila, partem para o lado oposto e lançam o Traje Terrestre: uma camiseta simples, de algodão 100% orgânico brasileiro com fabricação sustentável open source para manter os homens e as mulheres vivas dentro da Terra. Todo o lucro das vendas será doado para a Associação das Labirinteiras de Chã dos Pereiras, na Paraíba.
A iniciativa tem como objetivo fomentar a produção do algodão orgânico brasileiro, ainda pouco valorizada, facilitando o acesso a todas as marcas interessadas em fabricar seus próprios Trajes Terrestres. No site http://trajeterrestre.com.br/ está disponível o passo a passo (blue print) de como produzir uma camiseta de algodão orgânico brasileiro de forma sustentável, não só do ponto de vista ambiental, mas também social e econômico.
O algodão orgânico é cultivado por agricultores familiares no interior da Paraíba com sementes orgânicas, não transgênicas e sem o uso de fertilizantes químicos e pesticidas tóxicos. Para a preservação da terra e da plantação, bem como garantir a qualidade da fibra, toda colheita é feita a mão. O processo de manufatura da peça é feito em cadeia certificada e com produção vertical transparente e auditável pelas empresas Cataguases (fiação), Dalila (tecelagem) e Sea Protection (confecção).
“Só quando o processo de fabricação sustentável ganhar escala que alcançaremos um impacto ambiental efetivo, por isso estamos dando o pontapé inicial. Esse movimento não é um projeto social pontual, ele já faz parte dos negócios das três empresas (Oriba, Dalila e Cataguases). E a intenção do lançamento do open source é que ela se torne parte do negócio de outras marcas também”, fala Paulinho Moreira, sócio da Oriba.
A concepção e a estratégia de lançamento do Traje Terrestre foram criadas pela AKQA e MAGMA. “Desenvolvemos tecnologias complexas, poluentes, pesadas e caras para explorar o que está lá em cima, mas o primeiro gesto que tanto um(a) astronauta como os bilionários fazem ao sair da órbita é olhar para baixo e admirar a Terra. Então porque não olhar para o que está bem debaixo dos nossos pés?” questiona Diego Machado, CCO Global da AKQA, estúdio de inovação criativa que está entre os 10 mais premiados do mundo com projetos de impacto para marcas e artistas como Elton John, Lady Gaga, Usher, Criolo, Emicida, Nike, Netflix, Google, Free Fire, entre outros.
A campanha de comunicação contempla ações nas redes sociais convidando outras marcas a se envolverem no movimento, envio de press kits para formadores de opinião e dois filmes: um manifesto e um documentário. As peças filmadas no sertão da Paraíba têm a missão de conscientizar as pessoas da importância de investir no planeta, na sustentabilidade da nossa terra e não em viagens para o céu.
“O orgânico é a transformação e é aqui que gostaríamos de ver as mudanças sociais, culturais e econômicas”, fala Manuel Nogueira, líder criativo e fundador da MAGMA, produtora que tem o propósito de desenvolver projetos que causam impactos positivos na sociedade e com Oriba não foi diferente. Para a realização das obras, a equipe da produtora fez uma imersão nas plantações e cidades vizinhas.