ACT e Vital Strategies debatem a tributação do tabaco

A conta do cigarro é alta e quem está arcando com ela é a sociedade, pois a indústria do tabaco não paga impostos suficientes para compensar os danos causados por seus produtos. Enquanto os custos do tratamento de condições de saúde relacionadas ao tabaco e as perdas de produtividade por doenças e mortes prematuras somam mais de R$ 112 bilhões ao ano, as empresas pagam apenas R$ 8 bilhões em impostos, de acordo com dados do Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS). O déficit resultante, que é de mais de R$ 100 bilhões anuais, acaba na conta – e no bolso – da sociedade.

É com base neste fato que a ACT Promoção da Saúde, organização não governamental que atua na promoção e defesa de políticas de saúde pública, e a Vital Strategies, organização global de saúde que atua com governos e sociedade civil para conceber e implementar estratégias em prol da saúde pública, colocam a tributação de tabaco no debate público por meio de uma nova campanha criada e produzida em parceria com a agência Moringa.

A comunicação visa sensibilizar sobre o tema, aproveitando o momento da reforma tributária em discussão no Congresso Nacional como uma oportunidade única para assegurar que os cigarros tenham uma tributação adequada, com reajustes regulares e que considere todos os prejuízos causados pelo tabagismo. Para Mariana Pinho, coordenadora do projeto de controle de tabaco da ACT, “É preciso retomar a política de tributação de tabaco, que já havia sido implementada com sucesso pelo Brasil entre 2011 e 2016, pois ela é a medida mais custo-efetiva para reduzir o tabagismo e assim promover a saúde da população”.

As peças produzidas mostram a imagem de um cigarro como base para diferentes comparações. Entre elas, os custos do tabaco com os impostos insuficientes pagos pela indústria; os preços das frutas e alimentos saudáveis, que subiram mais do que o dos cigarros nos últimos anos; e também o valor de venda do produto, que é baixo no Brasil em relação a outros países.

“Essa é uma importante ação de comunicação que traz luz ao descompasso entre os impostos pagos pelas empresas de cigarro e o altíssimo custo para toda a sociedade. Criamos uma campanha impactante para o tema, que precisa ser mais conhecido e discutido”, diz Rianni Bertoldo, CEO da Moringa. 

A campanha conta com o site contadocigarro.org.br, peças de mídia digital e  impressa, rádio, mídia aeroportuária e DOOH espalhados pelas ruas de Brasília. Também foi estabelecida uma parceria com o podcast Foro de Teresina para espalhar a mensagem da campanha.