|
O Grupo OM Comunicação Integrada promoveu em Curitiba a tradicional devolutiva ao mercado regional do Pós-NRF 2025 – Retail’s Big Show. O evento trouxe os principais aprendizados do maior e mais influente encontro global do varejo, realizado de 12 a 14 de janeiro de 2025, no Centro de Convenções Jacob K. Javits, em Nova York.
A programação do Pós-NRF 2025 contou com a apresentação do executivo do Grupo OM Comunicação Integrada, Zeh Henrique Rodrigues (sócio-diretor de Estratégias de Branding & Varejo da Brainbox), e com palestras de Daniela Capeletti (Head of Client Performance da Senso) e de Angelita Ferraz (CEO da Ferraz Pesquisas).
Zeh Rodrigues apresentou uma análise sobre a dicotomia do comportamento humano como consumidor, utilizando a analogia de um pêndulo. De um lado, está a hiperconectividade com inteligência artificial, quick commerce, Reels e Shorts, e smart everything. Do outro, destacam-se tendências como slow retail, storytelling, mindfulness e o uso crescente de “dumb phones”. Ele ressaltou a necessidade de pequenas doses diárias de desconexão e como as marcas estão respondendo a esse movimento.
Ele informou que pesquisas revelam que os consumidores desejam lojas físicas que tragam novidades relevantes, design fluido e agradável, facilidade na busca por produtos, vendedores que realmente auxiliem e checkouts rápidos. Além disso, as empresas estão investindo na integração de tecnologia para melhorar a experiência de compra, como cafeteiras com IA, apps de namoro que verificam perfis e assistentes de compra como o Rufus da Amazon.
O executivo destacou como a inteligência artificial está transformando o setor varejista. Mas alertou que, antes de aderir às essas soluções, as empresas devem considerar nove pilares estratégicos: alinhamento sistêmico, branding, construção de comunidades, uso de dados para tomada de decisões, engajamento, eficiência na entrega (fulfillment), governança, human centric e integração tecnológica sem perder a conexão humana. “Tecnologia não é a solução única. As melhores lojas são projetadas a partir da visão do cliente”, complementou.
O varejo tradicional tem à disposição uma poderosa aliada: a tecnologia. No entanto, mais do que inteligência artificial e novas ferramentas digitais, o que realmente faz a diferença é o fator humano, afirmou Daniela. Em sua apresentação, destacou que o sucesso no social commerce depende de quatro pilares: escolha do canal correto, formato inspirador (com foco em vídeos), adequação às preferências do consumidor (como o live commerce) e facilidade na compra.
De acordo com ela, alguns desafios ainda precisam ser superados como a falta de confiança dos consumidores na segurança das compras em redes sociais, a falta de familiaridade com o processo de conversão dentro das plataformas e a necessidade de tornar a experiência mais fluida e integrada.
“A forma como as pessoas buscam e descobrem produtos mudou, principalmente para a Geração Z. A chave está em facilitar a jornada do consumidor e estar presente nas plataformas que ele já utiliza. Nesse contexto, omnicanalidade e personalização são diferenciais competitivos”, afirmou Daniela. Para ela, o futuro do social commerce pertence às marcas que conseguirem equilibrar autenticidade, inovação e uma experiência de compra fluida nas redes sociais, garantindo sua relevância e capturando a atenção das novas gerações.
No evento, Angelita apresentou o resultados da pesquisa Shopper Brasileiro, realizada em novembro de 2024 e que traça um panorama detalhado do comportamento de compra do consumidor brasileiro, revelando tendências importantes nos ambientes físico e digital.
Os resultados apontam que o Google segue sendo a principal ferramenta de busca por produtos, com 71% dos consumidores iniciando suas pesquisas por esse canal. No entanto, 42% já buscam diretamente nos sites ou aplicativos das marcas e lojas. “O marketplace tem ganhado cada vez mais espaço e conquistado a confiança do consumidor. Esses canais conquistam os consumidores pelo preço competitivo, variedade de produtos, atendimento e flexibilidade nas opções de pagamento”, observou Angelita.
Embora o digital esteja em crescimento, as lojas físicas ainda têm um papel importante. “Elas continuam sendo essenciais para todas as classes sociais, especialmente para compras de supermercado (87%), farmácias (70%) e materiais de construção (71%). Isso mostra que o consumidor brasileiro ainda valoriza a experiência presencial para certos tipos de compras”, complementou.
A pesquisa também identificou diferenças significativas entre as gerações em relação a gastos. A Geração Z e os Millennials priorizam lazer e restaurantes, enquanto a Geração X valoriza restaurantes e vestuário. Já os Baby Boomers têm um foco maior em experiências gastronômicas. “Há uma clara divisão geracional na maneira como as pessoas destinam seus recursos além das compras essenciais”, explicou Angelita.
Quanto à forma de pagamento, o Pix desponta como o grande protagonista das transações financeiras no Brasil, representando mais de 40% dos pagamentos em diversos setores. Ele tem um impacto econômico relevante, democratizando transações entre as classes C, D e E. “Para os mais jovens, o Pix representa praticidade e agilidade, enquanto para os consumidores mais velhos, o cartão de crédito ainda se mantém como sinônimo de segurança e planejamento”, disse a CEO da Ferraz Pesquisas.
Por fim, ela destacou que a pesquisa Shopper Brasileiro reforça a coexistência entre os canais físico e digital, com o varejo presencial se consolidando como uma experiência sensorial e de relacionamento, enquanto o digital se fortalece como uma opção transacional e conveniente. “Entender essas dinâmicas é essencial para marcas e varejistas que desejam se conectar com o consumidor de forma estratégica”, concluiu.